Por Deise Caramello
Ouvinte da rádio CBN
Naquele dia, percebi que algo muito importante estava acontecendo . Minha mãe nos vestiu, eu e meu irmão, com nossa melhor roupa, nosso melhor sapato. Fomos até o ponto de ônibus -eu, meu pai, minha mãe e meu irmão – todos rumo ao centro de São Paulo. No letreiro do ônibus estava escrito em letras grandes “CIDADE”.
Apesar de nascida no Tatuapé, morávamos em um bairro de Guarulhos. E “cidade” queria dizer “Centro de São Paulo”. Passamos pela Penha, Avenida Celso Garcia, Rangel Pestana e chegamos ao ponto final: a praça Clóvis Bevilaqua.
Era um movimento só; que eu não entendia, mas achava lindo… todas aquelas pessoas. Eu estava muito alegre por estar ali, naquele agito. Meu pai segurava firme a minha mão e, assim, seguimos pela praça da Sé, rua Direita, praça do Patriarca até chegarmos ao glorioso viaduto do Chá.
No Vale do Anhangabaú, bandas e fanfarras desfilavam com sons, cores e bandeiras … radiantes por estarem ali comemorando o aniversário da cidade. Foi então que todos olharam para o céu. Um som ensurdecedor nos envolvia cada vez mais. Meu pai me colocou sobre seus ombros e uma chuva prateada desceu sobre nós. Nos meus quatro anos., estava vivendo um sonho, um conto de fadas. Encantada.
Era São Paulo em festa pelos seus quatrocentos anos de fundação.
Eu também estava lá, tenho isso como uma das minhas primeiras lembranças, também estava no colo de meu pai e lembro da chuva das bandeirinhas prateadas.
Mas penso que estava no Parque Dom Pedro, próximo ao ex Palácio das Indústrias, ex prefeitura de SP.