“O branding precisa ser alimentado do conhecimento humano, do que as pessoas pensam, sentem, do que ocorre ao nosso redor”
Jaime Troiano
Era junho de 2020, quando bares e cafés de Paris reabriram, na crença de que poderíamos voltar a vivenciar o que perdemos durante a pandemia. O Café de Flore, que já teve entre seus clientes Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, voltou a colocar as mesas na calçada do Boulevard Saint-Germain, inspirando parisienses e outros passantes a ocuparem os espaços abertos. Cena que se repetiu por toda a cidade. Jaime Troiano não estava por lá — bem que gostaria —, o que não o impediu de exercitar sua imaginação para compreender o sentimento que movia aquelas pessoas, após tantos meses de reclusão e de o medo de ser contaminado pelo coronavírus ainda estar no ar.
A imagem que se espalhou pelo mundo motivou Jaime escrever “A resiliência do desejo ou partiu Paris!”, um dois capítulos do livro “Ecos na pandemia – impressões sobre como nós, as empresas e as marcas temos nos comportado no novo normal” (CLAeditora), no qual ensaia pensamentos sobre como fomos impactados por essa tragédia sanitária e quais as sequelas que deixará no comportamento humano.
“As pessoas ficaram maravilhadas com aquilo … parece que era uma descarga de emoções e vontade não realizada que foram se acumulando, explodindo, meio como que elas quisessem tirar o atraso”.
E as marcas com isso? Têm tudo a ver porque, como insistimos em falar em Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, o branding trata de gente, de seus pensamentos e atitudes, e das mais diversas dimensões da nossa existência. Para Jaime, as marcas que sempre se comportaram bem durante a pandemia, serão as primeiras a serem procuradas e compradas.
“Não espere que depois de nós saímos do tal túnel que nós estamos atravessando, as marcas venham a ter outro papel em nossa vida. Não, nada disso! O branding não terá um novo normal. O branding e nós, provavelmente, vamos sim viver o ‘novo velho normal’.”
Dos textos que estão publicados em “Ecos na pandemia”, Cecília Russo destaca “Por trás do Dilema das Redes”, que analisa o documentário de sucesso na Netflix que trás uma denúncia de quanto às redes sociais moldam e controlam nossas vidas. Concordando com o autor —- não o do seriado, mas o do artigo —, Cecília entende que o consumidor não é uma vítima indefesa:
“O branding nos ensina o oposto. Quem controla o mercado, o que vai ser comprado, se aquilo vai ter sucesso, somos nós, os indivíduos, os consumidores. O que fica como mensagem é: o que opera a mente, a alma dos consumidores, na verdade, somos nós mesmos. Não tem algoritmo. Não tem nada disso. E acho que a gente —- no branding — tem que pensar em como vai continuar trazendo coisas que tenham relevância às pessoas. Nós não somos controladores”.
Ouça o comentário completo do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, com sonorização de Paschoal Júnior