Nessa semana que se foi, comemoramos os 100 anos de rádio. Cada um a seu jeito, lembrou de histórias marcantes. Dos ouvintes da CBN, vieram lembranças do passado, memórias dos pais que tinham o veiculo como único meio de comunicação. Juntamente a essas memórias, surgiram nomes que construíram o rádio ao longo deste tempo no entretenimento, na música, no jornalismo e no esporte.
Por ouvintes que são, a maioria lembra do que ouve. E no rádio, ouve-se a voz dos locutores, apresentadores e repórteres . Pouco se sabe de quem é capaz de tornar tudo aquilo possível, levando o som até você. São técnicos dos mais variados tipos — hoje, inclusive, técnicos de vídeo, mesmo que o áudio ainda seja a vedete no espaço radiofônico. Uma gente que tem a habilidade de dominar uma sequência de botões, ponteiros, cabos e fios; e fazê-los funcionar de maneira harmônica para que a mensagem chegue até você sem nenhuma intereferência.
Dentre eles, há os que vão além. Interferem e muito no que fazemos diante do microfone. Valorizam a informação, com a sensibilidade dos maestros, sonorizam nossa fala e mexem com a imaginação do ouvinte, trazendo-o para dentro da mensagem. Sem eles nada da magia que dizem o rádio ter se realizaria. Seríamos músicos sem voz. Mensagem sem som.
Em homenagem a todos os radialistas que tornam possível essa magia, reproduzo aqui no blog um depoimento do ator Lima Duarte que conta como a função de operador de som em uma emissora de rádio o resgatou da zona do meretrício, aos 15 anos. Lima pensava ser locutor, mas foi desestimulado pelos donos da emissora diante da “voz de suvaco” com que se apresentou no teste … o resto da história você ouve no depoimento que foi descoberto por Paschoal Júnior — um daqueles maestros que citei no parágrafo acima — na página Operadores de Rádio e Áudio, no Facebook.
Ao Paschoal e ao Claudio Antonio (aquele do Conte Sua História de São Paulo e da Rádio Sucupira) que estão ao meu lado desde o início da minha jornada na CBN; assim como a todos os profissionais que como eles tornam o rádio algo fantástico de se vivenciar, e seria impossivel citá-los nominalmente neste texto; o meu agradecimento pela dedicação e carinho com que fazem rádio.