Conte Sua História de São Paulo: o Ibirapuera é um dos privilégios de quem mora no Paraíso

Bete Marun

Ouvinte da CBN

Parque do Ibirapuera em foto aérea de Renata Carvalho, feita do helicóptero da rádio CBN

Passei minha infância no bairro do Paraíso. Estudava no Grupo Escolar Rodrigues Alves, na avenida Paulista. Minha mãe exercia o magistério na escola e alfabetizava os filhos de emigrantes chineses, húngaros, japoneses e todos que chegavam ao Brasil fugindo da guerra na Europa.

Naquele tempo, era um guarda municipal que apitava fazendo os carros pararem para os alunos atravessassem a avenida. Além do pipoqueiro, sempre esperando a saída dos alunos, havia o algodão doce e o homem da “machadinha” — um doce que de tão duro era cortado com a dita machada.

Morávamos na rua Sampaio Viana num conjunto de casas construídas para funcionários de bancos (antigo IAPB) e todos se conheciam. Éramos uma família.

O privilégio de ter minha infância no Paraíso foi a proximidade do parque do Ibirapuera onde fazíamos piquenique pelo menos uma vez por mês.

Nos anos 1940 só a vegetação nativa e os eucaliptos faziam sombra para nossas brincadeiras.

Nas noites de verão, juntávamos a turma e subíamos até a rua Cubatão para ir tomar sorvete no Alaska. Na rua Tutoia, uma padaria fazia pizza, que naquele tempo só poderia ser de aliche ou mussarela.

Lembranças de uma São Paulo onde nasci e a vi crescer vertiginosamente. Tenho orgulho da força dos que nela viveram e vivem.

Maria Elisabete Fonseca Marun é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Conte você também mais um capítulo da nossa cidade: escreva seu texto e envie para contesuahistoria@cbn.com.br. Ouça outras histórias no podcast do Conte Sua História de São Paulo.

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