
Após dois estudos realizados por empresas que atuam no setor de recursos humanos e de educação corporativa indicarem a comunicação como a principal competência a ser desenvolvida em 2023, o jornalista Jacílio Saraiva, do jornal Valor Econômico quis saber como devemos agir para estarmos mais bem preparados para essa demanda do mercado corporativo. A reportagem completa você lê no site do jornal:
Como aperfeiçoar a comunicação, principal competência de 2023
Segundo pesquisas, saber se comunicar é uma das habilidades mais valorizadas este ano cinco dicas para se destacar
Por Jacílio Saraiva, Para O Valor
A boa comunicação com pares e liderados é considerada a competência mais importante deste ano, segundo estudos de marcas de recrutamento de executivos. A ZipRecruiter, por exemplo, listou as habilidades mais requisitadas em sua plataforma, englobando os empregos disponíveis no site que solicitam essa competência. Saber se comunicar bem está presente em 6,1 milhões de empregos. A Robert Half, em parceria com a escola de educação corporativa The School of Life Brasil, também aponta a habilidade como essencial, aparecendo em quase 100% das vagas.
Na visão do comunicador Milton Jung, âncora da rádio CBN e coautor – com Antônio Sacavém, Leny Kyrillos e Thomas Brieu – do livro “Escute, expresse e fale!” (Editora Rocco), que acaba de ser lançado, profissionais interessados em uma melhor interação devem saber que a comunicação vai além da fala.
“Ela é o resultado da atuação conjunta de três grupos de recursos: verbal, não verbal e vocal ou, simplificando, a palavra, o corpo e a voz”, explica o jornalista ao Valor. A partir da combinação desses ativos, as mensagens se fortalecem e influenciam positivamente os outros, diz.
Nessa linha, Jung cita um estudo do professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia (EUA), Albert Mehrabian, que identificou, ainda nos anos 1960, que quando o significado da palavra contradiz a atitude comunicada, a mensagem será julgada segundo a postura de quem fala. Ou seja, o não verbal prevalece sobre o verbal e as pessoas prestam mais atenção à expressão facial do que ao tom da voz, explica Jung. O trabalho de Mehrabian conclui que as pessoas comunicavam apenas 7% das informações por meio de palavras, 38° pela voz e 55% com a ajuda do corpo.
Diante desses números, continua Jung, vem mais uma lição sobre o tema: a comunicação não é o que eu digo, é o que o outro entende. “Entre o que eu falo e o que você escuta, há muitos fatores que interferem no diálogo, como o vocabulário, o tom da voz, os gestos e, até, a roupa que uso na ocasião”, afirma. Segundo ele, muitas vezes, a comunicação dependerá da disposição que a pessoa que ouve apresenta ao receber a mensagem e da confiança que tem em você.
Jung lembra também do peso da comunicação na costura de relações mais saudáveis e empáticas. “A empatia define o tipo de conexão que estabelecemos e é fundamental para construirmos, nas empresas, equipes cada vez mais diversas e inclusivas”, destaca. De acordo com ele, tem a ver com a forma como ‘embalamos’ as informações que damos, com a maneira como as transmitimos e, principalmente, com o exercício da escuta ativa.
Jung lista cinco orientações para quem deseja se comunicar melhor:
1. Invista no autoconhecimento
É importante entender como nos comunicamos. Tente perceber a maneira como projeta a sua voz e impacta as pessoas ao entorno.
2. Escute
Exercite a “escutatória” ou a preocupação de ouvir mais e melhor. Isso inclui identificar os interesses do outro, deixar o celular ou o computador de lado quando está diante de um interlocutor, prestar atenção às palavras e argumentos, além de manter uma postura “aberta”, de curiosidade e atenção.
3. Identifique o seu público
Saiba com quem vai falar. Assim, poderá escolher qual vocabulário usar durante o diálogo, as abordagens mais apropriadas e o que esperar, de possíveis respostas, da audiência.
4. Planeje a mensagem
Identifique as informações que pretende transmitir e as separe, no discurso, por ordem de importância. É possível ilustrar a fala com histórias, metáforas, números e pesquisas. Busque também saber o tempo que terá disponível para que a conversa tenha início, meio e fim.
5. Fale claramente
Seja simples e direto. Adote expressões que as pessoas dominam, prefira frases mais curtas e seja claro sobre os objetivos da conversa.
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