Mundo Corporativo: Clarissa Sadock, CEO da AES Brasil, fala de liderança feminina, inovação e gestão de pessoas

Gravação do Mundo Corporativo com Clarissa Sadock, da AES Brasil Foto de Priscilla Gubiotti

“É um grande desafio o CEO não se distanciar da empresa e dos colaboradores”. 

Clarissa Sadock, AES Brasil

Ter pessoas com formações, visões e experiências diversas é essencial para as empresas que entenderam a necessidade de se transformarem na rapidez e consistência que os mercados exigem e o cidadão espera. Talvez por isso que não devesse espantar o fato de uma das principais empresas de energia renovável do país estar sob o comando de uma mulher. A verdade, porém, é que nesse ou em qualquer outro setor da economia brasileira ainda é rara a liderança feminina, especialmente no cargo mais alto da organização.

Desde 2021, Clarissa Sadock é CEO da AES Brasil, empresa que está há mais de 20 anos no pais. Sim, você que é atento às informações logo deve ter percebido que o convite para assumir o cargo surgiu e foi aceito ainda durante a pandemia. Desafio dobrado, portanto, que, de acordo com a executiva foi superado graças a forma ágil com que as equipes se adaptaram aos novos modelos de trabalho.

“É muito interessante como a gente se adaptou a trabalhar remotamente na pandemia com uma certa naturalidade. O time operacional, sem dúvida, teve um desafio maior, porque a gente precisava manter os operadores nos centros de operação e nas usinas”.

Apesar de os resultados terem superado as expectativas, na entrevista ao programa Mundo Corporativo, da CBN, Clarissa ressaltou o quanto foi importante a retomada das atividades presenciais para conversar pessoalmente com os colaboradores já que entende que é o olho no olho que nos leva ao aprendizado. Para ela faz muita falta não apenas comunicar, mas também ouvir o que está acontecendo na vida real.

“Para o CEO é muito importante estar à frente da estratégia, estar determinando o foco das prioridades da companhia, mas a gente precisa saber se aquilo ali tá funcionando, não tá funcionando, e como que a gente mexe nesse barco da melhor forma possível”.

A comunicação é uma das competências que Clarissa considera fundamental para manter as equipes engajadas, ainda mais diante do fato de que parcela dos colaboradores está trabalhando na forma híbrida. Também o é para entender as necessidades dos clientes e construir alianças com concorrentes em defesa do setor energético. Outro pilar destacado pela CEO é o da inovação:

“Nós temos um time de inovação há mais de 20 anos e tem diversos fóruns, seja local seja internacional. A gente se utiliza muito também do conhecimento global da AES Corporation”. 

Inovadora foi a decisão recente da empresa em montar uma equipe apenas de mulheres para operar o Complexo Eólico Tucano, na Bahia. Iniciativa que se repetirá em Cajuína, no Rio Grande do Norte. Clarissa não admite que foi dela a ideia de ter equipes 100% femininas, prefere colocar na conta da política de valorização da diversidade que a empresa vem desenvolvendo há alguns anos que só não teria se concretizado antes porque os times operacionais são altamente qualificados e têm baixo turnover, ou seja, não abriam-se vagas para novos e femininos talentos. 

Os planos de crescimento e expansão que pautam a AES Brasil — um dos muitos desafios apresentados à Clarissa quando ela assumiu a função de CEO — foram determinantes para que novas equipes tivessem de ser preparadas. Uma acordo com o Senai foi fechado para que as candidatas participassem de cursos e atividades de desenvolvimento profissional. Uma das surpresas de Clarissa foi verificar que apesar de ser um curso técnico, muitas mulheres com MBA e mestrado se apresentaram para as vagas, o que permitiu uma qualificação maior da mão de obra.

Assista à entrevista completa com Clarissa Sadock em que falamos também sobre transição energética:

O Mundo Corporativo tem as participações de Bruno Teixeira, Renato Barcellos, Rafael Furugen e Priscilla Gubiotti.

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