Grêmio 3×3 Bragantino
Brasileiro – Arena Grêmio, Porto Alegre/RS

Eram seis do primeiro tempo e o Grêmio já estava à frente no placar por converter uma penalidade máxima. Chute certeiro, bem feito, indefensável, do jeito que esperamos. Pênalti que surgiu de boa jogada pelo lado direito do ataque e a cobrança precisa de Franco Cristaldo.
Eram dez do segundo tempo e a bola bateu asas sobre a área adversária, foi resvalar na cabeça de alguém e desviou em direção ao pé esquerdo de Suárez — o pé que passa 90 minutos esperando uma só bola chegar para concluir em gol. Sem tempo a perder, sequer esperou a bola descer na grama. Bateu firme e a fez cruzar pela barreira de jogadores que havia diante dele para alcançar seu destino e estufar a rede.
Foi o primeiro gol de nosso craque no Brasileiro. Marcou o fim de um “jejum” de quatro partidas. E colocava o Grêmio de volta à partida. Tinha tudo para nos levar à comemoração, à virada e à felicidade.
Aos 16, a virada chegou por obra e caso de dois dos atacantes que haviam entrado no segundo tempo para dar mais dinamismo ao jogo. Zinho escapou e deu passe na medida para Galdino. Nosso meia-atacante cortou dois marcadores dentro da área para encontrar espaço e de pé esquerdo concluir em gol. Era a explosão de uma torcida que havia sofrido muito no primeiro tempo e estava assistindo ao seu time crescer em campo. Galdino estava prestes a ser o herói da partida, novamente. Foi assim nos dois últimos jogos em que entrou no segundo tempo e resolveu a nosso favor. Desta vez, ainda teria o mérito de nos levar ao G4 do Brasileiro.
O futebol até pode ser contado por lances e momentos isolados. Por essa felicidade a conta gotas que nos faz sorrir entre uma intempérie e outra. Conta-se a história do futebol através de seus protagonistas, também. Como o foram Cristaldo, Suárez e Galdino. E esssa era a história que eu queria ter contado.
O jogo jogado do futebol, porém, tem muitos outros elementos. Tem um adversário que luta até o fim, tem esquemas táticos que funcionam ou não, tem tropeços e vacilos, tem a influência dos técnicos e tem lances de sorte e azar. É na soma de tudo isso que o resultado é construído. E, infelizmente, a história contada neste domingo, na Arena — mesmo que tenhamos mantido a invencibilidade em casa, mesmo que Suárez tenha feito o seu e Galdino, também — não foi a que gostaria de estar contando para você.