Grêmio 0x0 Fortaleza
Brasileiro — Arena Grêmio, Porto Alegre/RS

Há pouco mais de três dias, deveria ter publicado esta Avalanche como costumo fazer ao fim de cada partida do Grêmio. O adiantado da hora e o placar avançado me tiraram completamente o prazer da escrita — e veja que já estive por aqui em situações bem mais dramáticas para falar de nosso time. Os compromissos que seguiram na semana ocuparam meu tempo e se transformaram em cúmplices da minha intenção em não traçar uma só linha sobre o ocorrido de quarta à noite.
Preferi esperar para retomar a Avalanche neste domingo, quando voltaríamos a escalar alguns dos melhores que o técnico tem à disposição, e estaríamos diante da nossa torcida e de um adversário à nossa altura. Tinha esperança de que a partida do meio da semana tivesse o poder de ser um divisor de águas na nossa jornada nacional de 2023. Considerando o choque de realidade que fomos obrigados a encarar, na quarta à noite, imaginei que nossa equipe teria entendido que o futebol moderno exige intensidade na marcação, inteligência na movimentação e precisão na troca de passes.
Hoje, o cronômetro não havia completado quatro minutos do primeiro tempo e, confesso, minhas esperanças se renovaram. Foram seis trocas de passes, com Bitello recebendo logo depois do meio de campo, passando de primeira, se deslocando, tabelando com Suarez e colocando Vina de frente para o gol. O goleiro impediu que abrissemos o placar dispensando a bola para escanteio. Uma pintura de jogada, daquelas de brilhar os olhos e fazer o torcedor acreditar que algo melhor nos é reservado. Um lance que resumia tudo o que eu gostaria para o meu Grêmio.
Outras tentativas de ataque surgiram em especial no primeiro tempo. Em alguns momentos parecia que o time desencantaria e a presença de Pepê no meio de campo era o principal motivador dessa expectativa. Ele faz diferença quando consegue jogar porque carrega bem a bola de trás e distribui o jogo com rara visão. Claramente, a ausência nas partidas anteriores e os demais desfalques prejudicaram o entrosamento dele com seus colegas, o que deve melhorar a medida que os demais jogos ocorram.
O fato é que além daquele belo lance e alguns chutes a gol nada mais fizemos para abrir o placar. Tivemos de nos contentar com o empate que mantém a ilusão do time imbatível na Arena. Se não me falham as contas, a última derrota como mandante foi em agosto do ano passado; e de lá para cá já chegamos a 19 jogos de invencibilidade. Não que eu queira que essa sequência se interrompa mas gostaria muito, muito mesmo que fosse marcada por vitórias atrás de vitórias — nas últimas três partidas apenas empatamos.
Que voltem as vitórias nessa semana que se inicia quando teremos compromisso na quarta-feira, pela Copa do Brasil, e sair da Arena em vantagem nas oitavas-de-final é primordial. Enquanto no domingo encaramos o clássico gaúcho pelo Campeonato Brasileiro — e os três pontos, a gente sabe, daria início a uma nova história na competição.
Infelizmente as vitórias não vão acontecer porque saiu o desastre Romildo Bolzan que junto com o Renato levaram o Grêmio a série B e a nova Diretoria contratou justamente o personagem que não devia. O Grêmio atual é um bando em campo, sem comando, sem estratégia, sem nada. Então basta uma má partida para o Renato acintosamente atacar a Diretoria, se fosse num lugar sério mandava ele embora na hora. Assim, o Grêmio é um clube sem Diretoria, sem técnico, sem time e sem estádio. Restou apenas o torcedor.