Avalanche Tricolor: com o Grêmio onde a internet estiver

Bahia 1×2 Grêmio

Campeonato Brasileiro – Arena Fonte Nova, Salvador/BA

Gustavo Martins comemora o gol da vitória em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Férias nunca me afastaram do Grêmio. Para acompanhar seu desempenho e seus resultados, usei de todos os artifícios que encontrei. Já “assisti” a partidas a bordo do navio e com internet à lenha (o máximo que conseguia era atualizar o placar em um site); investi em uma “caixa mágica” que replicava minha TV a cabo em qualquer parte do mundo; e, confesso, recorri a transmissões alternativas quando nada mais me restava. Nem sempre esse esforço foi recompensando. Uma passagem de olhos em Avalanches escritas em tempos de férias mostra quão difícil já foi nossa vida para manter a audiência e a torcida — derrotas retumbantes, performances frustrantes e placares desfavoráveis me ajudaram a escrever essas crônicas no exterior.

A vida hoje é bem mais simples. Pouco antes da meia-noite, aqui na Itália, acessei a internet, preenchi uma ou duas vezes os pedidos de confirmação de email e senha, e as imagens do canal Premier estavam à disposição na tela do computador. Verdade que a internet do hotel em Orbetello ameaçava me deixar na mão em alguns momentos, atrasando a conclusão da jogada para  aumentar minha ansiedade. Nada parecido com que já sofri no passado. 

Assim como a tecnologia avançou, o Grêmio e seu futebol, também. Mesmo com os riscos que sofremos e o gol de empate que tomamos ainda no primeiro tempo, o desempenho gremista nesse início de rodada de Campeonato Brasileiro foi muito bom. Comemorei até gol anulado pelo VAR. A jogada que fez Suárez concluir às redes, no que deveria ter sido o gol da vitória, foi simbólica, desde o passe de costas de Villasanti, o cruzamento em um só toque de Bitello até o chute de primeira de nosso atacante.

Nos deixamos dominar pelo adversário em parte do primeiro tempo, apesar de termos iniciado melhores e marcado logo de início através de Cristaldo. Voltamos no segundo tempo com uma intensidade alucinante. Fico pensando o que teriam conversado no vestiário para sermos capazes de retomar o ritmo e a forma brilhante de passar a bola, se deslocar, receber e chutar. 

Villa e Bitello foram incríveis. Suárez com todas as limitações físicas e visíveis, consegue ser muito superior a qualquer outro vivente que se atreva a jogar futebol. Cuiabano entrou muito bem.

A defesa, depois dos primeiros desacertos de posição, manteve-se segura e foi decisiva nos dois gols. No primeiro, a jogada começou com um desarme de Kannemann na intermediária adversária. E o segundo teve a conclusão do jovem Gustavo Martins — naquela altura do jogo, um zagueiro aparecer dentro da área para marcar é sinal de muita disposição, fôlego e crença. 

A ressaltar a assistência de Ferreirinha que entrou nos minutos finais, depois de uma lesão que o tirou por mais de três meses do time, e com drible e precisão nos proporcionou a oportunidade dos três pontos que nos mantém na vice-liderança do Campeonato Brasileiro — uma posição alcançada apesar de derrotas que havíamos sofrido contra dois dos principais concorrentes ao título, que seguem atras de nós. Aliás, uma verdade que apenas confirma o que sempre pensei nestas competições de longo alcance. O título jamais se conquista em um só jogo ou contra um só adversário — li muitos gremistas vaticinando o pior depois daqueles placares adversos (“nos restará o meio da tabela” e “temos times só pra não cair”  — não adianta apagar porque eu já li). É o equilíbrio e a constância das vitórias que mantém vivas as nossas chances.

Se seremos capazes de manter esse ritmo considerando as duas competições que temos pela frente e as dificuldades que a necessidade de dar folgas a Suárez e seu joelho direito pode gerar, só o tempo dirá. De minha parte, esteja onde estiver, sempre depositarei esperança na vitória e meu esforço será jamais perder um só jogo do Grêmio, claro, desde que a tecnologia siga colaborando (já basta ter ficado longe da goleada contra o Coritiba por causa de compromissos com o lançamento de “Escute, expresse e fale!”).

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