Avalanche Tricolor: vergonha!

Vasco 2×1 Grêmio

Brasileiro – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)  

Pênalti! Não para o árbitro. Foto: reprodução da TV Globo

“É uma vergonha. é muito ruim. Tivemos uma palestra com a arbitragem falando da regra e na primeira rodada acontece isso. Uma vergonha”

Mathías Villasanti

Com a braçadeira amarela de capitão no braço esquerdo, ao lado do campo, minutos depois de encerrado o primeiro tempo, Mathías Villasanti, em seu portunhol, recorreu a palavra que estava presa na garganta do torcedor gremista.

Vergonha!

Era esse o sentimento em relação a atuação do time até aquele momento. Totalmente dominado. Havia espaço no meio de campo. Marcação frouxa na frente da área. E perdendo sempre o rebote, por onde saíram mais dois gols de nossos adversários. O mesmo havia ocorrido no meio da semana, na Libertadores.

A renúncia ao jogo também era evidente no setor ofensivo. Somente trocamos passes depois do duplo revés que havíamos tido. Mesmo assim, não havia intensidade na troca de bola e, com isso, pouco chegávamos na área ao menos para ameaçar o gol adversário. Os dribles eram lentos facilitando a marcação. As bolas lançadas em direção a área geralmente não tinha destino certo.

Vergonha!

A despeito de tudo isso que incomoda o torcedor, afinal fomos acostumados a assistir a um time competitivo, e sabemos que estes jogadores que aí estão têm total capacidade de nos oferecer esse futebol que demandamos, haveria uma vergonha ainda maior sendo forjada em campo. 

Aos 42 minutos do primeiro tempo, dentro da área, Diego Costa tentou dominar e deixou a bola escapar em direção ao gol. Seu marcador travou a bola entre o braço direito e o corpo, antes de despachá-la para frente. O árbitro Flávio Rodriguez de Souza estava de frente para o lance e não assinalou o pênalti. O VAR lhe deu a oportunidade de corrigir o erro. Mesmo assistindo à jogada com detalhe na tela, persistiu. 

Diante do novo procedimento em que o árbitro é obrigado a explicar sua decisão nos lances em que é chamado pelo VAR, a emenda ficou pior que o soneto. Disse em voz alta que foi acidental, portanto não houve a intencionalidade do jogador em impedir a trajetória da bola Meu Deus! A maior parte dos pênaltis assinalados no futebol não é cometida porque o marcador tem a intenção: é imprudência, incompetência, desleixo, falta de jeito, é acidental! A intenção do jogador não estava em julgamento. Estava, sim, o movimento que fez dentro da área. 

Vergonha!

O prejuízo ao não assinalar o pênalti claro foi ainda maior porque percebemos que o Grêmio encontraria poder de reação no segundo tempo, mesmo voltando a campo sem seu principal artilheiro, Diego Costa. Sob o comando de Villasanti, acuou o adversário. Variou as jogadas. Driblou e trocou passes com mais velocidade e precisão. A entrada de Gustavo Nunes e Nathan Fernandes tornou o time mais perigoso no ataque. E, aos 22 do segundo tempo, chegou ao gol depois de um escanteio curto, com participação de Cristaldo e Cuiabano, que encontrou Gustavo Martins dentro da pequena área.

A derrota gremista não se traduz no erro crasso do árbitro. Erramos muito na partida de estreia do Campeonato Brasileiro. Será preciso consertar as falhas que tendemos a repetir jogo após jogo e refinar nosso potencial ofensivo para recuperar os pontos perdidos. A melhor notícia: os dois próximos jogos serão na Arena do Grêmio.

Em tempo: “ahim, mas você não falou do pênalti para o Vasco!”. Não falei mesmo, até porque aqui falo do Grêmio. Foi lance no segundo tempo que só reforça: uma vergonha!.

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