Grêmio 5×0 São Luis
Gaúcho – Arena do Grêmio, Porto Alegre RS

Devagar com o andor que o santo é de barro. Era o que ouvia da Dona Ruth sempre que eu me empolgava demais na adolescência — fosse por uma paixão arrebatadora ou por uma performance de excelência nas primeiras notas do boletim escolar. Na juventude, é comum exagerarmos nos sentimentos e palavras. O recém-conhecido vira amigo para a vida toda, a música da banda preferida é a melhor de todos os tempos, e ninguém neste planeta será capaz de superar meu time do coração.
Muitos gremistas estão vivendo esse momento de empolgação, após apenas quatro rodadas do Campeonato Gaúcho sob o comando de Gustavo Quinteros. Depois daquela estreia pouco inspirada, engatamos três vitórias seguidas, aplicamos duas goleadas e não sofremos um só gol. Marcamos 12.
Além disso, a mudança de atitude de alguns jogadores tornou o time mais forte no ataque e mais sólido na defesa.
De Villasanti não precisamos falar: o capitão e volante mantém um equilíbrio impressionante entre defesa e ataque. Braithwaite não só faz gols e dá assistências, mas também ajuda o jogo a fluir com uma dedicação que contagia os companheiros. Cristaldo tem aparecido mais na área e foi avassalador nesta tarde de sábado — quase fez um hat-trick no primeiro tempo. Na direita, Pavon se destaca na movimentação e nos cruzamentos. Na esquerda, o jovem Aravena arrisca dribles sem exagero e distribui assistências precisas. Para completar, ainda balançou as redes.
Os que vieram do banco também fazem a diferença: Monsalve é preciso no passe e ainda marca gols, e Edenilson parece outro jogador, irreconhecível em relação ao de 2024. Há também Gabriel Mec, o guri de 16 anos que todos querem ver deslanchar com seu talento.
Com um time desses, a empolgação é inevitável. Mas como diria a Dona Ruth, é melhor irmos devagar com o andor… até porque os adversários de verdade só enfrentaremos nas duas próximas rodadas.