Seu Nicola Bachini, 78 anos, não tem medo da chuva. Usufrui dela. Assim que o tempo fecha, começa uma operação que já se transformou rotina na casa dele em Vila Primavera, bairro de Sapopemba, em São Paulo. A água que escorre do telhado vai para uma bacia no pátio. Com a canequinha em uma mão e o funil em outra, transfere a água para garrafas PETs. Tudo que for armazenado será usado no dias secos para regar as plantas. No dia em que a foto foi feita, Nicola recolheu 60 litros de água.
A obsessão do seu Nicola pela economia de água não para por aí: com o que sobra da máquina de lavar, lava o quintal; e o chuveiro fica aberto apenas o suficiente para o banho diário.
Os filhos já pensam em construir uma cisterna para tornar o trabalho do pai mais produtivo e menos cansativo. O que não entendem é a desconfiança da Sabesp que, sem acreditar no cuidado dele com o consumo de água, insiste em trocar o hidrômetro já que a conta não vai além dos 10 mil litros por mês. Trocaram três até aqui, de acordo com Clécio Bachini: “Se fazem campanha para economizar, por que desconfiam da gente ?”


