Conte Sua História: Carteirinhas da Ordem (Para o Zé)

O trio na charge de Erico San Juan, enviada por Guarabyra

Ouça “Carteirinha da Ordem”

Zé Rodrix está na lista dos amigões de Guarabyra, assim como Sá. Eles tem uma amizade daquelas que todos nós gostaríamos de ter. Lá no Sul, o pessoal diria que são amigos de “escovar o dente” de porta aberta. O dizer gauchesco não se refere a escovação, a bem da verdade. O que interessa é que esses caras ao serem lembrados por nós, parece que são todos uma só pessoa: “Muito Prazer, Eu sou Sá Rodrix Guarabyra”.

Construíram suas história lado a lado. E foi para contar uma dessas peripécias que comprovam o que eu disse acima que Guttemberg Guarabyra, assim mesmo com todos o Ts e Gs, enviou um texto para o quadro Conte Sua História de São Paulo apresentando aos sábados no CBN SP, em fevereiro deste ano. Não se contentou em apenas escrever, anexou a charge do Erico San Juan na qual os três aparecem como se em um porta-retrato estivessem.

Para lembrar o trio, para homenagear Zé Rodrix e em nome da amizade, reproduzo neste sábado, o texto de Guarabyra:

Em 1973, morava no Rio e fazia parte do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, que antes era uma dupla apenas, Sá & Rodrix. Minha adesão se deu quando, após encontrar Sá perambulando por Ipanema, soube que acabara de se separar da mulher e que ficara sem ter para onde ir, visto que a ex-esposa continuaria a ocupar o apartamento do casal.

Convidei-o, então, para morar comigo num quarto na rua Alberto de Campos, ali mesmo em Ipanema, num apartamento que eu dividia com alguns jornalistas, aparelhagem de som, instrumentos e caixas de bebidas — além das duas Marlys, serviçais da casa, de quem desconfiávamos seriamente de que completavam o ordenado com suspeitos programas noturnos.

Convite aceito, Luís Carlos Pereira de Sá, a quem também denominamos Dr. Pereira – já que possuía carteirinha da OAB, ainda na edição antiga, vermelha e vistosa — veio morar conosco. A tal carteirinha, inclusive, tirou-nos de variados apertos estrada da vida afora.

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A saudade do reencontro

Por Abigail Costa

Saudade. Uma palavra deliciosamente dolorosa.
Sem masoquismo, mas esse sentimento é do bem.

Falta se sente de gente boa, que é ou  foi amada.
Lembranças, de lugares marcantes.
Ausência, do que se foi, do que se perdeu, mas que valeu a pena. De situações engraçadas.
Viagens, trabalhos, horários. Estilos  diferentes de vida,  e  uma sintonia que quebra distâncias.

Já dizia a melodia: Pode o tempo passar, tudo acontecer….
E acontece, passa. O que não pode  passar  é  a saudade de  pessoas importantes pra nós.
E como certas pessoas fazem falta.

Passam dias e meses e a necessidade de um reencontro pode ser sentida. Esta se faz presente.

Reencontro. Hora de conversas sinceras, de dar gargalhada. De falar, falar:
– Desculpe, quase não te deixei falar, estava com saudade.

Isso é um elogio. Uma declaração de amizade.
Um selo de garantia no reencontro.

A quem tem o privilégio de poucas, mas boas amizades, aproveite os reencontros.
Antes tarde…

Abigail Costa é jornalista e se reencontra com a gente todo quinta-feira aqui no blog.

Eles existem, pode acreditar !

Por Abigail Costa

Já não é de hoje que uma das frases mais ditas em meio a crise – não a financeira – a de egoísmo é “cada um por si e Deus por todos”.

É assim mesmo ?

Nem tanto.

Aconteceu comigo. Outro dia, em uma situação difícil, de necessidade em dividir o problema de tão pesado que era, me deparei com anjos, alguns vestidos de calça jeans, outros com ternos e sapatos sociais. Gente de verdade.

Nem foi preciso pedir ajuda, eles se aproximaram pelos olhares, conselhos, orações …

Estava na maquiagem e além de um bom dia não havia dito mais nada. Não tinha condições. Foram instantes de silêncio entre nós duas. Silêncio para mim. Ela orava. A cada pincelada de blush me sentia mais leve.

Levantei-me da cadeira e a pergunta me desconcertou: “O seu coração está mais tranquilo ?” Minha resposta, um abraço. O buraco dentro do meu peito já não ardia tanto.

Essa foi uma entre tantas outras pessoas amigas, algumas conhecidas, que tiveram sensibilidade de perceber que aquele problema eu  jamais conseguiria carregar e resolver sozinha, por mais forte que imaginava ser.

A vontade era calçar um chinelo, andar numa estrada reta até não aguentar mais, até não ter mais condições de pensar. Não precisei andar. Eles perceberam que eu não teria forças. Cada um dentro das suas possibilidades foi aliviando o fardo das minhas costas e, por fim, todos me carregaram no colo.

Pode ter certeza, os amigos existem, na hora certa.A eles, muito obrigada !

Abigail Costa é jornalista e as quintas-feiras revela-se aqui no blog.

Fazer o bem e não esperar nada em troca? Como assim?

Por Abigail Costa

Se prega muito nos sermões de domingo na igreja,  se discute nas conversas com os amigos e se lê  com frequência nos livros de auto-ajuda….

Faça o melhor para quem está ao seu lado, sem esperar nada em troca…. Nada!!!!! Como assim, por exemplo?

Que mentira mais camuflada essa…. Ora, claro que espero!!!!!

Não digo que depois de um favor aguardo por um presente embrulhado em caixa colorida com o laço vermelho….. Não se trata disso.

As “coisas” materiais, até são bem-vindas.  É até educado retribuir favores com flores e bombons… Acredite, isso é permitido.

Agora, de verdade, bom mesmo é aquele agradecimento sincero, aquelas palavras que quando saem da boca  da pessoa, de tão verdadeiras,  soam como refrões de melodia romântica.

O tão falado “de coração aberto”.

Isso é reconhecimento, estreitamento de laços de amizades. Quem recebe se fortalece ainda mais para passar adiante o processo de doação.

Imagine só, você oferece, só você agrada, só você dá….. E nada em troca?????

De onde se tira e não repõe seca. Não acontece na nossa conta bancária?

O saldo também pode ficar devedor nos nossos sentimentos.

Agradeça, elogie, dê um abraço.

Aposto que nesse momento tem alguém esperando um telefonema seu.

Vai dizer que isso não é bom?

Abigail Costa é jornalista, escreve toda quinta-feira aqui no blog e transcreve os conselhos que durante toda sua vida foram responsáveis pela conquista de novos amigos.