Avalanche Tricolor: Porto Alegre, 44º


Grêmio 1 x 1 São Luis
Gaúcho – Porto Alegre

O Guaíba que apelidamos de rio, apesar de ser um estuário, compõe um dos cenários mais bonitos de Porto Alegre. O pôr-do-sol visto de alguns pontos estratégicos da cidade é uma atração. Porém, o sol no verão da capital gaúcha chega a ser cruel. A terra do frio, assim conhecida nacionalmente, vira um inferno.

Obrigar atletas profissionais a jogarem futebol nestas condições é um crime. E este foi cometido na tarde desta quarta-feira, em Porto Alegre. Não sei a justificativa para tal – e mesmo que saiba não serei convencido de que a decisão não foi absurda -, mas Grêmio e São Luis, assim como Porto Alegre e Santa Cruz, foram a campo às cinco horas da tarde, em pleno horário de verão. Não por acaso, as duas partidas se encerraram com o mesmo placar: um suado empate de 1 a 1 – sem trocadilho.

No momento em que os jogadores esboçavam esforço, a Climatempo anunciava 37º, temperatura oficial; dentro do gramado chegava a 40º; e a sensação térmica, 43º. Ninguém joga decentemente nestas condições, mesmo que o árbitro da partida tenha feito três paradas técnicas – as duas primeiras, aliás, não compensadas nos acréscimos.

Joga menos ainda uma equipe em reconstrução como é o caso do Grêmio que necessita entrosar aqueles que chegaram com aqueles que ganharam posição de titular. Dos 11 que começaram a partida, seis são “novatos”: Maurício, Ferdinando, Hugo e Borges contratados neste ano e Joílson e Lúcio, entrando na equipe apenas agora. Sem contar o prejuízo com a perda do talento de Souza por quase seis meses, após lesão grave no Gre-Nal.

Uma situação tão cruel que o comentarista da TVCOM, ex-jogador Batista, que aguardava o início do jogo na cabine do estádio Olímpico, não resistiu ao calor. Desmaiou diante da câmera. Voltou bem em seguida. Mas não chegou a levar em consideração este aspecto no momento de avaliar o futebol jogado pelas duas equipes.

Ainda bem que ao fim de tudo, o Grêmio encerra mais uma rodada como líder e mantém a incrível invencibilidade de quase um ano e meio dentro do estádio Olímpico – o nosso caldeirão.