Semana de Quatro Dias: empresas brasileiras iniciam estudo que pode gerar uma revolução da produtividade e bem-estar no trabalho

Entenda como a semana de quatro dias está transformando a maneira como trabalhamos

Você já ouviu falar da semana de quatro dias? Essa nova abordagem do mundo corporativo está ganhando espaço no Brasil e promete trazer benefícios significativos tanto para a produtividade quanto para o bem-estar dos colaboradores. Renata Rivetti, especialista em psicologia positiva e felicidade no trabalho, diretora da  Reconnect Happiness at Work, é responsável por estudos que começam a ser realizados com empresas brasileiras para descobrir como a semana de quatro dias pode revolucionar a forma como trabalhamos. Ela foi entrevista pelo programa Dez Por Cento Mais, no YouTube, apresentado pela jornalista Abigail Costa e a psicóloga Simone Domingues, que colaboram com este blog.

A busca por eficiência e produtividade tem sido uma constante nas empresas, mas muitas vezes estamos presos em um ciclo de interrupções, reuniões improdutivas e falhas na comunicação. Essa sobrecarga geralmente está relacionada à ineficiência e falta de planejamento, ao invés de uma verdadeira busca por maior produtividade. Renata Rivetti destaca que é essencial repensar nossos métodos de trabalho e adotar uma abordagem mais inteligente e focada.

O fenômeno do burnout tem se tornado mais comum em diversas partes do mundo. No Brasil, as denúncias contra empregadores têm aumentado consideravelmente. No Japão, o índice é alarmante — 70% da população economicamente ativa diz ter tido burnout (conforme informação publicada em edição da revista Exame, em 2020).  Renata, que esteve recentemente na capital japonesa, compartilha sua experiência ao observar as pessoas exaustas e até dormindo no transporte público ao longo de todo o percurso. Para ela, essa obsessão pela produtividade e apegada ao trabalho está fazendo com que seja necessário repensar nossas prioridades. A mudança se faz urgente!

A Microsoft do Japão foi uma das pioneiras a adotar a semana de quatro dias e obteve resultados surpreendentes. Através da implementação de regras que restringiam a quantidade e duração de reuniões, a empresa conseguiu aumentar a eficiência e produtividade dos colaboradores. Mudanças simples no dia a dia podem fazer toda a diferença, e a ideia de trabalhar menos e melhor está se tornando uma realidade.

Empresas brasileiras aderem a estudo da semana de quatro dias

No Brasil, a aceitação do projeto da semana de quatro dias tem sido positiva. Com o objetivo de aumentar a produtividade e promover um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a proposta é que profissionais se comprometam a trabalhar durante quatro dias, mantendo a mesma produtividade de cinco dias, e sejam recompensados com um dia extra de folga. A repercussão do projeto tem sido significativa com mais de 350 empresas tendo revelado interesse em participar dos estudos no país. Desde microempresas até multinacionais de grande porte, diversos setores da economia estão se engajando nessa iniciativa. A Four Day Week Global, em parceria com a Reconnect, está liderando esse movimento, promovendo sessões informativas para as empresas. Segundo Renata, o engajamento tem sido surpreendente, refletindo a demanda crescente por uma abordagem mais equilibrada e saudável em relação ao trabalho.

É importante ressaltar que a semana de quatro dias não implica em redução salarial. O objetivo é que as empresas possam alcançar o mesmo resultado em um tempo menor, proporcionando aos colaboradores um dia extra de descanso e lazer. Renata Rivetti destaca que muitos participantes dos pilotos relataram uma mudança significativa em suas rotinas, comprometendo-se a abandonar hábitos improdutivos e reorganizar sua jornada de trabalho. O resultado foi um aumento da eficiência e um maior sentimento de realização.

Semana de quatro dias é uma tendência global

A tendência da semana de quatro dias está alinhada com um movimento global em busca de uma nova concepção de trabalho, onde o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores são valorizados. Afinal, trabalhar menos horas não significa necessariamente uma diminuição da produtividade. Pelo contrário, ao reduzir o tempo gasto em atividades ineficientes e promover uma maior concentração nas tarefas essenciais, é possível obter resultados ainda melhores.

As empresas interessadas em participar desse movimento devem se cadastrar no site da  Reconnect Happiness at Work e participar das sessões informativas para entender os detalhes e requisitos do piloto, . O projeto terá a duração de seis meses, a partir de novembro, e proporcionará uma experiência única de experimentar uma nova forma de trabalho.

Com a semana de quatro dias, o Brasil se une a outros países que estão adotando essa abordagem e colhendo os benefícios tanto para os negócios quanto para os colaboradores. É uma oportunidade de repensar a forma como encaramos o trabalho, valorizando não apenas a quantidade de horas dedicadas, mas também a eficiência, a qualidade de vida e a busca por um equilíbrio saudável.

Em um mundo em constante transformação, é essencial abraçar iniciativas que promovam a felicidade e o bem-estar no ambiente de trabalho. A semana de quatro dias surge como uma alternativa promissora, trazendo consigo a possibilidade de trabalhar menos e trabalhar melhor. É hora de repensar nossos métodos e adotar uma abordagem mais inteligente, que valorize tanto a produtividade quanto o bem-estar dos colaboradores. 

Assista à entrevista completa de Renata Rivetti ao Dez Por Cento Mais na qual fala também sobre estratégias para se alcançar a felicidade no trabalho e cuidados que as pessoas devem ter para não transformarem a busca pela felicidade em uma obsessão que poderá trazer resultados frustrantes:

Leia também o texto a seguir sobre a semana de quatro dias publicado neste blog

Mundo Corporativo: Luiz Fernando Lucas destaca que a integridade é responsabilidade do indivíduo

No estúdio do Mundo Corporativo com Luiz Fernando Lucas Foto: Priscila Gubiotti

“Esse é o ponto em que as empresas vão começar a se destacar contratando seres humanos mais íntegros no sentido da palavra de mais completos, de mais clareza de quem são”

Luiz Fernando Lucas, advogado

Os dilemas éticos que enfrentamos no cotidiano são nossos e devem ser solucionados por nós. Cabe a cada um fazer suas escolhas diante das diversas situações que enfrenta na sua vida pessoal e profissional. Portanto, você é responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Tem de ser pautado por essa premissa, sob o risco de perder o protagonismo e a liberdade. Nada disso, tira a responsabilidade de a empresa construir um ambiente eticamente saudável, mas é preciso entender que na “hora do vamos ver” a decisão é sua. Conversei sobre estes temas com Luiz Fernando Lucas, advogado por formação, especializado no tema da ética por convicção e autor do livro “A Era da Integridade” (Editora Gente). 

“Acredito mesmo que não as empresas, mas nós como seres humanos precisamos cada vez mais voltar aos princípios, as virtudes, aos valores”.

No programa Mundo Corporativo, Luiz Fernando explicou que a integridade é a busca pela plenitude e completude, sendo congruente entre o que se fala, pensa e faz. Essa sintonia é que diferenciará cada vez mais o profissional de seus colegas e concorrentes. De verdade, já diferencia, porque, como dito na epígrafe deste texto, às empresas  estão em busca desses talentos, que deixou de ser apenas a referência para aquele que é inovador, colaborativo ou excepcional na execução da sua tarefa:  

“Estamos indo para um momento no qual mais importante do que os hard ou soft skills são as inner skills, aquelas competências que vêm de dentro,  a sua essência”.  

RHs têm de investir em indicadores de integridade

A despeito da valorização que ética, responsabilidade e integridade têm tido, Luiz Fernando diz que os departamentos de recursos humanos ainda não usam métodos capazes de identificar esses valores nos profissionais que se apresentam como candidatos. Segundo o advogado, há vários instrumentos de avaliação de perfil psicológico e de personalidade, há indicadores financeiros e de resultados, assim como sociais e ambientais, porém ainda são incipientes do de governança corporativa. 

“A proposta é quais indicadores de valores de impacto na sociedade, por exemplo, de saúde do grupo de pessoas que estão não apenas dentro da empresa, mas como que elas estão levando bons exemplos para a sociedade”.  

O autor ressalta que vivemos na “era da integridade”, e estamos vivendo um momento de ampliação da consciência humana e que é possível escolher evoluir como espécie através da integridade e consciência. Destaca a relação entre confiança, valores e felicidade, e a importância de se fazer escolhas éticas e responsáveis diante das novas tecnologias. Além disso, chama atenção para a influência que os ambientes profissionais e pessoais que vivenciamos têm na construção desses relacionamentos éticos e responsáveis:

“Se eu tenho uma conduta ética na minha vida pessoal, eu vou contribuir com aquilo no meu grupo de trabalho e se na minha empresa valoriza-se a cultura de integridade, a ética, os valores de alguma forma, eu vou levar aquilo pro meu seio familiar, para o meu pro meu convívio social. E aqueles aprendizados vão fazer refletir sobre o impacto da minhas ações e das minhas omissões como ser humano na vida”. 

Para uma reflexão mais completa sobre integridade, assista à entrevista com Luiz Fernando Lucas, ao Mundo Corporativo, programa que teve as colaborações de Renato Barcellos, Bruno Teixeira,  Priscila Gubiotti e Rafael Furugen.

Empresa “pró-família”: por que ainda existem divergências nessa percepção?

por Michelle Terni

Foto de Keira Burton

O significado de um ambiente pró-família ainda é nebuloso, tanto para colaboradores quanto para líderes. 

Na pesquisa “Mapeando um ambiente pró-família nas organizações” (*), feita com 1500 profissionais de empresas de diferentes segmentos do país, com o intuito de avaliar a experiência de mães/pais, líderes e colegas de profissionais com filhos quanto ao entendimento do que é um ambiente acolhedor para colaboradores com filhos, apuramos visões positivas sobre a política de parentalidade das empresas, porém percebemos um percentual contraditório de entrevistados que dizem desconhecer o que é, de fato, uma política parental. 

Além disso, recebemos afirmações díspares quanto ao grau de satisfação entre líderes e liderados, homens e mulheres. E ainda, embora as lideranças digam se sentir preparadas para lidar com o tema ‘parentalidade’ em sua gestão, a maioria dos liderados consultados aponta insegurança em diferentes fases da paternidade, desde o anúncio sobre a espera do bebê até a fase amamentação no retorno pós licença. Além disso:

  • 90% dos homens entrevistados acreditam que a empresa na qual trabalham é um bom lugar para as mães trabalharem. No entanto, quando a mesma pergunta é feita para essas mulheres, o índice cai para 68%. Para os gestores dessas mulheres, 83%. E para seus colegas de profissão, 80%.
  • 35% dos colaboradores afirmaram ter nenhuma ou pouca clareza acerca das políticas de parentalidade da organização. 
  • 98% dos líderes dizem se sentir seguros em gerir uma equipe de profissionais com filhos. Mas, ao serem perguntados sobre o grau de segurança para esclarecer dúvidas relacionadas as políticas de parentalidade, esse percentual cai para 73%. 
  • 70%dos colaboradores se declararam acolhidos pela sua liderança direta quando o assunto é paternidade ou maternidade. Mas, 45% desses liderados ainda dizem sentir alguma insegurança para comunicar suas necessidades com clareza para o gestor. 
  • 4 em cada 10 entrevistados disserem ter apresentado algum grau de insegurança para dar a notícia da gestação e cuidar de suas necessidades físicas e emocionais. 
  • 25%dos pais e mães revelam insegurança no retorno ao trabalho após a licença maternidade/paternidade. Essa é a fase com maior insatisfação. O índice é mais acentuado quando os entrevistados são colaboradores que vivenciam ou vivenciaram uma parentalidade com desafios, caracterizada pelo luto gestacional, a parentalidade solo ou de filhos com necessidades específicas, adoção, gestação de risco ou prematuridade.
  • De modo geral, em relação à licença maternidade e retorno ao trabalho, sustentar a amamentação nesse retorno foi considerado preocupante para metade das mães entrevistadas.

Nas respostas abertas dos entrevistados, esse relato nos chamou atenção:

“(Uma empresa pró-família é) um ambiente onde a chegada de um novo membro na família é vista de maneira tão natural pelos líderes e pelos pares, que o pai e a mãe não sintam receio de falar sobre o assunto e no impacto em seu desenvolvimento profissional”. 

Vejam isso!

Friso aqui que naturalizar a parentalidade como algo que faz parte [e um capítulo na vida dos profissionais] é, inclusive, agregar positivamente na carreira desses pais e mães. É no exercício diário da criação que seus cuidadores desenvolvem habilidades, sobretudo corporativas.

Benefícios

Na pesquisa, também perguntamos sobre os benefícios essenciais na criação de um ambiente pró-família. A maioria dos colaboradores apontou a jornada de trabalho flexível, superando o desejo por políticas como a licença maternidade e paternidade estendida. Em segundo lugar, o auxílio-creche e o plano de saúde estendido aos dependentes. 

Já entre as iniciativas socioemocionais apontadas como desejáveis, a liderança acolhedora e empática foi requisito principal apontado pelos profissionais, a frente da preparação para a licença maternidade e recepção no retorno da licença, mentorias de carreira pós licença, apoio psicológico e programas de acompanhamento para gestantes e parceiros.

Realização pessoal como propulsora de performance

Como consultoria de parentalidade, percebemos um interesse maior por parte das empresas em conhecer mais sobre política parental e sensibilizar os seus para a construção de uma cultura corporativa que suprima esses tabus e reconheça a realização pessoal e o equilíbrio entre família e carreira como propulsores de performance.  

Outro ponto é trazer a isonomia para a conversa. Essa diferença nas percepções de mães e de pais é reflexo de uma sobrecarga para essas mulheres nos cuidados com os filhos. A realidade começará a mudar quando as empresas ampliarem a pauta, deixando de falar somente com a mulher, e passarem a abrir diálogo e propor benefícios para a família toda.

Acreditamos que o caminho para uma revisão das políticas parentais passa pela inclusão de outros modelos de famílias, pela implementação de jornadas flexíveis, de licenças parentais, e de auxílios financeiros e de saúde a esses responsáveis. Para isso, é preciso investir em trilhas de conteúdo, vivências de sensibilização, além programas concretos, com diretrizes e metas, para colocar em prática uma mudança no comportamento da liderança.

*O estudo “Mapeando um ambiente pró-família nas organizações” teve o apoio da Talenses Group e do Movimento Mulher 360. Foram ouvidos 1.568 profissionais de empresas de todas as regiões do país, entre novembro de 2021 e janeiro de 2022.

Michelle Terni é cofundadora e CEO da Filhos no Currículo, consultoria focada em criar ambientes corporativos cada vez mais acolhedores para pais e mães, por meio da implementação de trilhas de conteúdo, vivências de sensibilização e estruturação de programas de parentalidade corporativos. Escreveu esse artigo a convite do blog miltonjung.com.br

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: quando a “Sucessão” dá certo!

Cena de Sucession em foto: divulgação

“Não existe uma receita de bolo pra isso”

Jaime Troiano

Logan Roy é um famoso bilionário que lidera uma rede mundial de comunicação e construiu um império empresarial, nos Estados Unidos. Ao descobrir uma série de complicações de saúde, sai em busca de alguém da família para substituí-lo, movimento que abre uma sucessão de dramas, conflitos e escândalos que, se não resolveram o problema da empresa familiar até agora, proporcionaram ao público uma das melhores séries de televisão de todos os tempos. Roy é interpretado pelo ator Brian Cox e a série Sucession, que está em sua terceira temporada, tem roteiro assinado por Jesse Armstrong e a direção de Adam McKay. 

Além de entretenimento garantido, Sucession tem todos os elementos para quem pretende entender os motivos que levam empresas familiares ao sucesso ou ao fracasso. Foi o que disse Jaime Troiano na conversa de sábado, ao lado da Cecília Russo, em Sua Marca Vai Ser Um Sucesso. Como não havia uma receita de bolo para oferecer, Jaime deixou a cozinha de lado e foi encontrar a resposta na sala de TV:

“A melhor lição de casa que eu poderia sugerir. Uma aula sobre relações familiares e empresariais”.

Jaime Troiano

No comentário, que foi ao ar no Jornal da CBN, Jaime e Cecília listaram cinco razões que explicam porque algumas marcas familiares alcançam a longevidade e outras ficam no meio do caminho. 

Vamos a elas:

  • Famílias estruturadas que partilham de valores humanos sólidos, que pautam o que fazem por meio deles, dão mais certo. Famílias, onde há respeito entre as gerações tendem a crescer e se preservar.
  • Quando o corpo de funcionários sente como os que gerenciam a família, se entende bem e nutrem relações construtivas entre si, esse clima passa a todos.
  • A falta de harmonia familiar contamina o ambiente e o bem-estar dentro da empresa e leva cada um a ter uma visão, um olhar sobre as marcas da empresa diferente. 

“A energia interna despendida em disputas drena a energia que poderia fortalecer a marca”

Cecília Russo

  • A importância de os fundadores e os que vêm depois terem no sangue uma habilidade particular e uma paixão por aquilo que fazem. 
  • Outro fator que compromete a sucessão de uma empresa é não ser pautada por um propósito claro e muito bem disseminado. Um propósito que revele qual a razão de ser dessa empresa no mundo. 

“Quando suas autênticas qualidades se cruzam com as necessidades do mundo, aí está nesta intersecção o seu Propósito” 

Aristóteles

Antes de correr para a tela e assistir a Sucession, clique no arquivo a seguir e ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, com sonorização de Paschoal Júnior:

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar no Jornal da CBN, aos sábados, às 7h55 da manhã. 

O certo, o verdadeiro e o belo

Por José Carlos Teixeira Moreira

Photo by Ron Lach on Pexels.com

De um tempo para cá as empresas começaram a dar valor ao Valor. Por muito tempo confundiram Valor com preço. Grandes perdas resultaram dessa confusão. O preço eu posso definir mas o valor que tenho só posso pressupor. O único autorizado a dizer do meu Valor é o cliente. A mim só cabe fazer o certo, o verdadeiro e o belo.

Perceber e sentir o Valor é de responsabilidade do meu cliente, daquele que me coloquei a servir. Quando me deparo com gestores treinando seus vendedores a vender valor fico imaginando o enrosco que criam para as suas equipes comerciais.

Valor é uma percepção individual que alimenta e conduz a pessoa a materializar suas expectativas esperançosas. Só gente é capaz de perceber Valor.

Quando algo tem Valor, o preço daquilo perde importância, passa a ser menos determinante. Construir Valor é confiar que tudo que for feito, no foco do cliente, da maneira certa, correta em termos de ciência, verdadeira e ética em relação ao bem comum e esteticamente impecável, lindo mesmo, como a natureza se mostra, tocará a alma de um ser humano saudável em qualquer cultura.

Essa tríade – certo, verdadeiro e belo – comanda todas as iniciativas das Empresas Válidas, aquelas que sabem que o lucro é a justa paga que lhe conferem em reconhecimento ao bem que propiciam para o todo da Sociedade.

Um país se transforma em Nação através de empreendimentos válidos. Líderes desses empreendimentos ficam conhecidos como executivos estadistas e ganham o mundo como verdadeiros testemunhos de Valor.

José Carlos Texeiria Moreira é fundador e presidente da Escola Instituto de Marketing Industrial e escreve a convite do Blog do Mílton Jung

Mundo Corporativo: Carlos Busch convida você a entender o protagonismo do consumidor para ir além das expectativas

“… a gente precisa ser cada dia melhor que a gente mesmo e não melhor que um terceiro”

Carlos Busch

Vivemos épocas em que a única forma de interagir com uma marca era pela caixa postal; a inovação tecnológica deu liberdade às pessoas se comunicarem pelos canais que considerarem mais apropriados. Essas transformações também deram aos indivíduos o poder de escolha e a capacidade de comandar a evolução dos negócios, exigindo respostas do mercado. Uma pressão a mais sobre gestores e executivos que se veem ameaçados neste cenário e precisam reagir sendo protagonistas de suas carreiras e buscando ir além das expectativas.

A ideia que abre este texto é defendida por Carlos Busch, executivo, referência em evolução mercadológica, que atua há mais de vinte anos em multinacionais e ocupa, atualmente, vice-presidente na Sales Force Latin America. No programa Mundo Corporativo, o autor do livro “Muito além das expectativas” (editora Gente) chamou atenção para a necessidade de as empresas entenderem que o consumidor hoje tem muito mais informação e isso lhe confere poder:

“As empresas que entenderem que gerar informação gera relevância, gera empatia junto ao consumidor, são as empresas que vão estar mais próximas a criar um engajamento e, obviamente conseguir, ter as melhores transações comerciais com ele”.

Muitas empresas ainda mantém como parâmetro o mercado que atuam e seus concorrentes —  é o conceito do benchmark que sempre imperou na mente dos executivos. Para Carlos, esse viés do passado que ainda pauta a forma de agir de empresários e executivos, impede que se enxergue o poder do indivíduo:

“Quem conseguir converter a sua visão muito mais para o cliente tem chance de protagonizar muito mais e não vender 1.8 carros para cada dez pessoas que entrarem na loja, mas vender três, quatro, cinco …”

A referência de Carlos é de uma das histórias que conta no livro, na qual o vendedor de carros comemora o fato de alcançar um índice de conversão de vendas maior do que os concorrentes, quando seu objetivo deveria ser ampliar os resultados comparando com o seu próprio desempenho:

“… de nada adianta eu ser o melhor baseado que eu não sou o ótimo Muitos dizem que a minha oportunidade e a tua margem ou a tua margem é minha oportunidade. Nesse mercado de competição quem entender como entregar a melhor experiência para o cliente, dado que ele é o  protagonista , poderá chegar ao cenário de dez pessoas entrarem numa loja e comprarem dez carros. Por que não, né?”

Um dos caminhos para que essa mudança de comportamento ocorra é o método dos 5 Ps, que representam os cinco principais pilares responsáveis pelo protagonismo em sua jornada, segundo Carlos:

  • Propósito – descubra o seu e guie suas ações;
  • Pioneirismo – tenha uma mente inquieta e aja sem se preocupar em alinhar a sua conduta com a da maioria;
  • Pense e faça – tenha a liberdade de buscar algo diferente, ainda que não esteja pronto
  • Performance – desafie-se a todo momento a ser melhor e diferenciado
  • Pessoas – cerque-se de pessoas capazes de enriquecer suas ações e de o ajudar a forjar melhores caminhos.

Assista ao vídeo completo da entrevista de Carlos Buscah, no programa Mundo Corporativo:

Colaboraram com este capítulo do Mundo Corporativo: Priscila Gubiotti, Bruno Teixeira, Renato Barcelos e Rafael Furugen. 

A responsabilidade ética da comunicação corporativa no combate à desinformação

Empresas têm de ter canais abertos e transparentes de comunicação (Foto: Pixabay)

 

A comunicação corporativa precisa se engajar no combate à desinformação, a começar pelo desenvolvimento de programas pedagógicos para seus colaboradores —- pelas mãos dos quais passam e são repassadas quantidades enormes de mensagens falsas sobre os mais diversos temas, inclusive sobre a própria empresa. A Rádio Corredor se potencializou com a velocidade digital e não se limita mais ao ambiente do  escritório.  Pessoal bem preparado e canais de comunicação abertos e transparentes tendem a reduzir a algaravia do chão de fábrica ou da sala de cafezinho; e ganham mais importância ainda para aproximar profissionais que trabalham à distância, desde o início da pandemia.

O poder de influência das empresas e sua capacidade de investimento devem se voltar para proteger a sociedade e sustentar projetos jornalísticos que se transformam em contraponto às mentiras propagadas voluntária ou involuntariamente. É uma responsabilidade ética que as corporações devem assumir diante da sociedade.

Esses são alguns dos temas que conversei com André Felipe de Medeiros, em entrevista concedida ao podcast FalAção, da Aberje —- Associação Brasileira de Comunicação Empresarial:

John Kerry vem aí! E a sua empresa, está preparada?

Por Carlos Magno Gibrail

 

“Não há mal que nunca se acabe e nem bem que sempre dure” –Provérbio popular

O pesadelo Trump está passando, principalmente na esfera de Sustentabilidade. O planeta agradece. Será substituído por gente que acredita, tem crédito e conhecimento para cuidar do meio ambiente e das relações sociais. John Biden ao nomear John Kerry como enviado especial para o meio ambiente sinaliza a importância que atribuirá à Sustentabilidade. 

As metas da ONU para 2030, consubstanciadas nas 169 Metas dos ODS — Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que estavam com poucas perspectivas de serem alcançadas, tomam novas esperanças.

Oportunamente, a reportagem do jornalista Renato Krausz, diretor da Loures Consultoria, publicada na revista Exame, é explícita para entender a mudança de cenário que o mundo civilizado espera vivenciar.  

Há um ano, o PGNU — Pacto Global das Nações Unidas realizou pesquisa em 99 países com 1.000 CEOs e extraiu que 92% deles consideravam a Sustentabilidade importante para os seus negócios, mas apenas 48% afirmaram que ela estava sendo implantada em suas empresas. Desses, apenas 21% sentem que a empresa tem papel fundamental para alcançar os ODS — Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Krausz lembra que o papel das empresas para o alcance dos ODS é fundamental, e por isso o início da década de 2020 já sinalizava que o mundo não estava caminhando na rota certa, e que em dez  anos as metas não seriam alcançadas.

Por isso, ao constatar a epidemia da Covid-19, que evidenciava a necessidade de ações diretas, foi lançado pelo PGNU o “Leadership for the Decade of Action” —  Liderança para a Década de Ação. Um documento para acertar a rota das organizações através da ação de seus CEOs.   

O PGNU fez um extenso e profundo estudo para mapear os atributos, a origem e a tipologia  dos líderes das corporações que estavam aplicando com sucesso as práticas ambientais, sociais e de governança para transformar a realidade de seus negócios. 

Foram buscar em todos os continentes, e elencaram 55 CEOs e membros de Conselhos, considerados pioneiros na ação com o meio ambiente, com as práticas sociais e de governança — ESG Environment Social Governance.   

A pesquisa detectou 4 atributos destes CEOs:

– Pensamento multinível

Inclusão de stakeholders nas decisões

Ativação de longo prazo

Inovação disruptiva

O estudo encontrou as origens destes CEOs

Born believers — desde a infância com paixão por aspectos ambientais e sociais

Convinced — desenvolveram durante a carreira o interesse pela sustentabilidade

Awoken — passaram a ter interesse na sustentabilidade devido a algum fato marcante, ou experiência significativa

E quanto são esses CEOs?

Born believers  45%

Convinced”      43%

Awoken           12%    

Evidentemente para nós brasileiros essa nova perspectiva é uma esperança na mudança de atitude com relação à Sustentabilidade que a política atual do país tomou. Precisamos retomar a valorização daquilo acima definido como ESG Environment, Social, Governance, e voltar a liderar as posições que nos cabe como reserva ecológica do planeta.

Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.     

Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção são as armas para a Covid-19

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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No momento em que alguns especialistas em motivação e autoajuda focam a crise como se fosse algo em que alguns mais competentes estão indo bem enquanto outros estão fechando seus negócios, é conveniente não se precipitar no julgamento.

 

É preciso entender que há segmentos da economia com real problema. Por exemplo, os serviços de cuidados pessoais foram paralisados totalmente, e o renascimento independe de vontade própria.

 

Evidentemente que o varejo que vende produtos semiduráveis e duráveis e não se digitalizou está pagando o preço da miopia de marketing.

 

Entretanto, vale agora, agir racionalmente.

 

Dentro deste prisma vemos um caminho a seguir através dos elementos que compõem o Pacto Global da ONU, que propõe atuação nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção — o que equivale dizer que as corporações precisam assimilar o Homem e dar a ele a centralidade.

 

São 10 Princípios Universais:

  • Princípio 1 e 2, RESPEITAR e ASSEGURAR os Direitos Humanos
  • Princípio 3, APOIAR a Liberdade de Associação e o Direito a Negociação Coletiva
  • Princípio 4 e 5, ELIMINAR e ERRADICAR todas as formas de Trabalho Forçado e Infantil
  • Princípio 6, ESTIMULAR práticas que eliminem discriminação no emprego
  • Princípio 7, 8 e 9, ASSUMIR, DESENVOLVER e INCENTIVAR práticas proativas para os desafios ambientais
  • Princípio 10, COMBATER a Corrupção em todas as suas formas

São Princípios criados em 2.000 por Kofi Annan e hoje presentes em 160 países, incluindo o Brasil, mas, como se constata, a sua aplicação ainda é restrita a uma pequena parcela de empresas. O que se destaca é que essas corporações têm colhido os frutos da observância do Pacto Global. Não pela preferência dos consumidores, pois ainda não há conscientização universal suficiente, mas pela efetividade dos resultados operacionais. Afinal, a aplicação dos Princípios gera a sustentabilidade ampla, além da flora, da fauna e de todos os recursos naturais, centraliza o ser humano onde sempre deveria estar.

 

O cenário agora vivenciado pela ação do corona vírus está acelerando mudanças que viriam em ritmo mais lento, como a digitalização, hoje obrigatória para o varejo.

 

No âmbito das relações humanas e ambientais a aplicação do Pacto Global é indubitavelmente uma oportunidade para o significado das empresas e suas marcas. O ritmo lento imprimido até então para a inclusão das corporações na ação sustentável deverá se modificar, ganhando impulso. Embora poucos, já temos bons exemplos, além dos primeiros ícones como Natura, e dentro de setor dos mais problemáticos, que é o segmento do vestuário.

 

A Malwee através de seu CEO Guilherme Weege informa que a sua empresa está entre as 20 melhores do mundo em Sustentabilidade, possuindo até linha de montagem em presídios. A Marisol, segundo Fernando Lucena, Diretor, mudou o tratamento “consumidor” para “usuário” tendo em vista a economia circular.

O tema tende a se alastrar positivamente. Por isso estaremos em LIVE a convite da bióloga Angela Garcia da Manancial Sustentabilidade, hoje às 21 hs no @angelapegarcia

Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.

Mundo Corporativo: é hora de refletir nosso conceito de sucesso, diz Dario Neto do Capitalismo Consciente

 

“A gente está vivendo um momento da história onde é importante ser mais, fazer melhor e ter menos” — Dario Neto

A Covid-19 é a pior crise já vivida neste século e levou empresas a acelerarem transformações que estavam em curso, não apenas da digitalização dos canais de venda, mas também das agendas de consciência dos negócios. A opinião é de Dario Neto, diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, que falou sobre os impactos que as crises humanitária, sanitária e econômica, vividas a partir do aparecimento do novo coronavírus, terão na forma de se liderar organizações e se pensar as empresas.

“A melhor maneira de fazer o bem é fazendo o bem. Então, nesse momento, compaixão e empatia, por mais que pareçam um contraponto às necessidades e à escassez que nos ronda, é aquilo que vai diferenciar os negócios, que vai prosperar mais ou menos depois desse momento”

Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da CBN, Dario Neto explicou que o conceito do capitalismo consciente surge a partir da indignação do professor indiano Raj Sisodia que assistia a empresas americanas investirem mais em publicidade e marketing do que o PIB da Índia.

 

Sisodia se juntou a Jaf Shereth e David Wolf — e mais tarde recebeu o apoio de John Mackey, CEO da Whole Foods —- em estudo acadêmico que identificou que era possível manter alta reputação e fidelidade dos clientes investindo menos em marketing e lucrando a partir de quatro pilares: propósito maior, cultura consciente, liderança consciente e orientação para stakeholders.

 

O Instituto faz o mapeamento de boas práticas que estão sendo desenvolvidas pelas empresas e analisa projetos para a retomada das atividades e a recuperação econômica após a pandemia. Há organizações, por exemplo, que decidiram proteger seus fornecedores e toda a cadeia produtiva estendendo os prazos de pagamento. Com o mesmo objetivo, manter empresas e empregos, o próprio Instituto tem procurado investidores e empresários para ajudarem na sustentabilidade de uma linha de crédito — CoVida-20 — que facilita o financiamento de empresas, especialmente àquelas que não têm as garantias exigidas pelo sistema bancário, com juros de até 0,5% ao mês.

“Criamos um fundo de socorro, já ligado aos pilares do capitalismo consciente e a demanda foi de quase R$ 30 milhões … O desafio é muito grande … O protagonismo através da economia solidária pode ajudar muita gente”

A despeito da sensação de medo e escassez que impera, Dario Neto lembra que estudos mostram que empresas que revelavam “amor e cuidado em toda sua cadeia de valor, decolaram”, após a crise de 2008. Segundo ele, das 500 maiores empresas, listadas pela Fortune, 57% nasceram em períodos de exceção.

“É um processo que vai levar anos. É uma oportunidade muito especial que nós estamos tendo para refletir o que é sucesso para a gente e para a sociedade. Com um PIB projetado que vai retrair talvez 5, 7 pontos, a gente tem um caminho que é talvez pensar de como é que a gente volta a como é que as coisas eram antes o mais rápido possível — e isso vai deixar a gente angustiado — ou a gente tem um caminho que é o de ter a clareza de que o jeito que a gente viveu e consumia, estava levando o planeta para o fim … se sucesso para a gente continuar sendo consumir então a gente não vai mudar esse jogo, né”

O Mundo Corporativo vai ao ar aos sábados no Jornal da CBN e tem a colaboração de Juliana Prado, Guilherme Dogo, Natacha Mazzaro, Priscila Gubioti e Débora Gonçalves.