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busólogo

Conte Sua História de São Paulo: era mágico embarcar no Flecha Azul

6 de janeiro de 20185 de janeiro de 2018 / miltonjung / 12 Comentários

 

Por Randel Vieira Araujo
Ouvinte-internauta da Rádio CBN

 

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Meus pais são de Minas Gerais. Vieram para São Paulo onde construíram nossa família. Nas férias voltávamos para Belo Horizonte, onde ficávamos na casa de meus avós maternos. Viajávamos de ônibus. E essa experiência ficou marcada para sempre na minha vida.

 

Sabe aquela sensação que muitos garotos têm quando vão com seus pais ao estádio de futebol assistir ao jogo do time do coração? Era isso que eu sentia sempre tínhamos uma viagem de ônibus. Era mágico.

 

Usava a melhor roupa para ir a rodoviária. Ficava deslumbrado com aquela sequência de chegadas e partidas de ônibus da Viação Cometa, empresa de transporte rodoviário que aprendi a admirar. Todos os ônibus alinhados, limpos e sincronizados.

 

A ansiedade marcava a espera pelo Cometa que nos levaria a Belo Horizonte. Naquela época, era o imponente e respeitado modelo Dinossauro, fabricados pela Ciferal, que mais tarde teria seu direito de produção comprado pela própria Viação Cometa, para que, em 1984, surgisse de fato o primeiro ônibus produzido pela empresa: o Flecha Azul, que teve oito versões diferentes.

 

Não tinha como não notar que, ao entrar no ônibus, além da rampa no começo do corredor, sentia-se um cheiro de tutti-frutti inconfundível. Era um produto usado para deixar o ambiente mais agradável.

 

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Tudo era mágico. a saída da rodoviária, a parada na garagem para troca de motorista … O que você sentiria entrando na fábrica da Ferrari, por exemplo, era o que eu sentia naquele local. Ao entrar na garagem via aquelas máquinas estacionadas, umas na revisão, outras na manutenção ou sendo preparadas para novas viagens. Cada motorista tinha uma placa com o seu nome que era colocada no teto do ônibus na parte frontal. Eles trocavam as placas assim que davam lugar ao seu substituto.

 

A viagem naquela época durava até nove horas e havia três paradas. Uma delas exatamente na metade do trajeto na cidade de Campanha. Ali, estrategicamente construído, existia um ponto de apoio, onde ficava um ônibus de reserva para emergência, em caso de uma pane. Essa prevenção adotada nos anos de 1980 era uma demonstração de como a empresa estava à frente das concorrentes.

 

Nas viagens noturnas era mágico ver quando os ônibus se cruzavam. De maneira sincronizadas, os motoristas apagaram as luzes e deixavam apenas os faróis de ligação direta, acionando as setas da direita para a esquerda. O jogo de setas era uma imagem fantástica e só quem viveu estes tempos áureos pode descrever.

 

 

A Cometa foi fundada em 1947 com o nome de Auto Viação Jabaquara, aqui em São Paulo, para transportar compradores de terrenos da região da Vila Mariana até o Jabaquara. Cresceu tanto que foi arrestada pela antiga CMTC. Mais tarde, seu fundador, o o agrimensor da esquadra Italiana, Major Tito Mascioli, fundou a Auto Viação São Paulo-Santos, que posteriormente veio a dar lugar a Viação Cometa S/A. Foi inovadora ao seu tempo: foi pioneira no uso do rádio transmissor, teve ônibus movido à álcool, implantou câmbio de transmissão invertida, criou modelo de gestão verticalizada, manteve gráfica própria para produção de passagens, entre outros avanços.

 

Foi vendida em 2001 para o Grupo JCA que para preservar a memória da empresa restaurou o último Flecha Azul produzido. Na comemoração dos 65 anos da Cometa, em 2012, esse modelo fez 65 viagens em todas as linhas do grupo e, por onde passou, arrancou as mais diversas reações, como as pessoas relembrando história que viveram a bordo desse ônibus, com saudosismo e carinho.

 

Randel Araújo é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Conte outros capítulos da nossa cidade: escreva para milton@cbn.com.br.

Do banco dos tribunais aos do ônibus

18 de agosto de 2009 / miltonjung / 10 Comentários

 

Por Adamo Bazani

Advogado larga carreira, estabilidade e se torna pequeno empresário do setor de transportes e garante que é mais feliz com as mãos sujas de graxa

Em épocas de crise econômica, desemprego, indicadores não muito favoráveis, que são constantes e vai e vem no mundo, você largaria uma carreira, os anos de estudos e o dinheiro dedicados a uma faculdade, além da estabilidade, para realizar um sonho?

Aroldo e a paixão desde criança

O único motivo para isso é a paixão encarada como loucura para muitas pessoas. Mas tem gente que fez isso e garante que é feliz e valeu a pena investir no sonho. É o caso do advogado Aroldo de Souza Neto, de 32 anos, dono de uma pequena empresa de ônibus na cidade de Mauá, no ABC Paulista.

E ele afirmou logo no início da entrevista: “Quando eu era advogado, dormia mal, acordava 7 ou 8 horas da manhã sem disposição nenhuma para trabalhar. Agora, com as mãos sujas de graxa, acordo às 4 da manhã, com uma disposição de menino que sai de manhãzinha para brincar”

E foi de menino, que começou essa paixão do advogado.

Aroldo conta que quando tinha 5 anos adorava ver os ônibus passando coloridos nas ruas. Bela época em que não havia padronizações de pinturas. Os dias mais alegres para ele eram quando ia para a casa do avô e pegava os Vermelhinhos, como eram chamados os da Viação Utinga de Santo André, entre os bairros de Santa Terezinha e Utinga, na cidade do ABC Paulista.

“Lembro-me de viver perguntando para minha mãe, se ela sabia dirigir ônibus, pois queria ter um. Umas das empresas que eu mais gostava do ABC era Viação Garcia Turismo, de fretamento, que nem mais existe”.

Com cores típicas, os Marcopolo III, da Viação Garcia, faziam o coração do pequeno Aroldo disparar.

Em 1983, Aroldo ganhou uma máquina fotográfica simples do pai. As primeiras fotos: ônibus. Sem saber no que poderiam resultar as fotos, hoje, elas viraram precioso acervo para quem pretende resgatar a história dos transportes. Mas para o menino, na época, era apenas o registro de uma paixão.

Foi com 12 anos que Aroldo disse não ter dúvidas que seu gosto mesmo era por ônibus. Perto de sua casa, um rapaz tinha um ônibus rodoviário que realizava excursões. Mais tarde, este ônibus deu origem a empresa Selerete, que ainda atua no ABC e na Capital.
Ele foi até o Paraguai numa excursão e a amizade se estreitou com o dono do ônibus.

Com 14 anos, foi passear com o dono do ônibus para Mogi das Cruzes. O pneu furou e ele teve de ajudar a trocar. A paixão, virou amor. O que para muita gente é um martírio, trocar pneus, fez com que ele se sentisse o garoto mais importante da época: “Afinal, não era qualquer pneu, era pneu de ônibus”

Na oportunidade, Aroldo deu partida no veículo e a emoção foi maior ainda. E, realmente, quem gosta desse tipo de veículo, o momento da partida é um dos mais marcantes. Todo amante de ônibus lembra de sua primeira vez……a primeira vez que acionou a ignição do veículo.

Em 1988, quando estudava no Sesi (Serviço Social da Indústria), no Jardim Zaíra, em Mauá, tinha na contra-capa do caderno, os horários, prefixos, modelos e nomes das empresas que passavam na hora da aula e que ele observava pela janela. “Acho que minhas anotações eram mais precisas que a dos fiscais de linha”.

Os amigos de infância sabiam e achavam estranho. Quando passeava com os colegas de escola, repentinamente, interrompia a conversar pra ficar olhando o ônibus passar.

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Estadão descobre os busólogos

17 de março de 2009 / miltonjung / 7 Comentários

Reportagem dos busologos no Estadão

Há sete meses, o colega Adamo Bazani publica a história dos ônibus relatada por seus protagonistas, motoristas, cobradores, funcionários de garagem ou fanáticos pelo tema, neste blog. Foi ele quem nos apresentou o termo busólogo, usado entre aqueles que admiram estes carrões tão necessários e tantas vezes mal tratados. Neste domingo, fiquei satisfeito em ver que o jornal O Estado de São Paulo descobriu o tema e abriu página inteira para conversar com apaixonados por ônibus, ou “loucos” como define a reportagem.

Só faltou o Adamo Bazani como pergonagem.

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