Avalanche Tricolor: assim é a Libertadores !

 

Caracas 2 x 1 Grêmio
Libertadores – Caracas (Venezuela)

 

Havia crateras na grama do estádio Olímpico da Universidade Central da Venezuela que, soube pelos narradores da SporTV foram feitas em partidas de rugbi e provas de atletismo, como arremesso de martelo, além do próprio futebol, praticado por oito diferentes clubes. O gramado da Arena, motivo de tantas reclamações pelo pouco tempo para ser implantado, poderia ser comparado a um tapete diante das condições oferecidas para se disputar o jogo desta noite, em Caracas.

 

Esta foi a primeira atividade esportiva oficial na Venezuela desde a morte do presidente Hugo Chavez, há uma semana, o que torna estranha a decisão da Conmebol de não autorizar a realização de um minuto de silêncio antes do apito inicial. Comoção e tensão se misturavam frente ao impasse político pelo qual enfrenta o país já em clima de eleição. Havia nervosismo nas ruas de Caracas, apesar de dentro do estádio se assistir à uma torcida adversária entusiasmada e um adversário disposto a impedir a repetição da goleada na semana anterior, em Porto Alegre.

 

Foi neste cenário que o Grêmio teve de enfrentar mais um desafio no caminho do Tri da Libertadores. Colocando a bola no chão e driblando carências e emoções, se fez forte para sair na frente no placar, no primeiro tempo, mas mesmo com futebol melhor não conseguiu resistir as falhas individuais. Ao contrário das duas partidas anteriores, tinha talento, porém não soube somar a raça que lhe diferencia. Perdeu muitas divididas em um jogo no qual o adversário marcava forte.

 

Em Libertadores é preciso se adaptar a todas as situações e saber que a vitória nunca chegará sem sofrimento. Menos ainda o título que sonhamos.

Avalanche Tricolor: talento e seriedade, raça e categoria

 

Grêmio 4 x 1 Caracas
Libertadores – Grêmio Arena

 

 

Driblamos as máximas do futebol, espantamos a tal maldição do Grupo 8 e, mais do que tudo, jogamos bola de verdade, nesta noite em Porto Alegre. A vitória se desenhou nas palavras de Vanderlei Luxemburgo pouco antes de a partida se iniciar, ao alertar para a necessidade de não se tomar gol, marcar muito forte o adversário, aproveitar bolas paradas e tudo isso durante os 90 minutos. Mal a bola começou a rolar e o discurso do técnico se traduziu em atos e fatos dentro de campo. Os venezuelanos, se já estavam abalados com a morte de seu presidente Hugo Chavez, ficaram estonteados com a forma como os gremistas ocuparam todos os espaços, impediram a troca de passe e a saída de jogo. Com a bola recuperada, tocavam com rapidez, se deslocavam com velocidade e esbanjavam talento.

 

Dizem por aí que a melhor defesa é o ataque, mas mostramos que a defesa bem armada, séria e competente pode fazer o ataque melhor ainda. Uma defesa que contava com a ajuda do ataque sempre que necessário, pois se Pará perdia a bola na tentativa do cruzamento na linha de fundo, quem impedia o contragolpe era Barcos, como anotei aos 34 minutos do primeiro tempo.  Os passes de calcanhar, os dribles em busca do gol e a movimentação inteligente para ficar mais bem colocado em campo me chamaram tanto atenção quando os carrinhos para impedir o avanço do adversário e as bolas despachadas para a lateral. 

 

Elano, impressionante; Zé Roberto, incomparável; Barcos e Vargas, a dupla dinâmica; André Santos de uma lado e Pará do outro, surpreendentes; e nossos zagueiros e volantes jogando o que sempre espero de zagueiros e volantes (e até um pouco mais). 

 

Talento e seriedade, raça e categoria. Este Grêmio promete muito na Libertadores.