Foram tantas as reclamações de carros de embaixadas e consulados cometendo irregularidades no trânsito que o governo brasileiro decidiu acabar com a festa dos “Placa Azul”. De acordo com resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os veículos com licença diplomática tem de ser cadastrados no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) até o fim deste ano. Assim acaba a desculpa de que não adianta nada multar os infratores pois estão protegidos pelo anonimato.
No Brasil, calcula-se que os carros diplomáticos sejam em torno de 2 mil e 600, a maioria rodando em Brasília, onde circulam 1.600 carros. Para se ter ideia do tamanho do desrespeito, o DFTV, jornal local da Tv Globo, noticiou que, por ano, os radares registram até 2 mil veículos das embaixadas em velocidade acima da permitida. (veja a reportagem aqui)
Em São Paulo, não há estatística disponível. A Companhia de Engenharia de Tráfego após uma série de denúncias feitas por ouvintes-internautas, publicadas no CBN SP e aqui no blog, que registraram imagens de “Placa Azul” estacionados de maneira irregular, promete intensificar a fiscalização.
Em atenção à foto-ouvinte “Desrespeito Oficial 2”, publicada no blog do jornalista Milton Jung, informamos que a CET está intensificando a fiscalização no local a fim de coibir o desrespeito à sinalização e às regras estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro, focalizando especialmente a ocorrência de estacionamento sobre a calçada”.
Na nota assinada pela assessoria de comunicação da CET não há informação explícita de que os carros diplomáticos também serão multados. Mas a expectativa é que não haja privilégios, mesmo porque a justificativa de que é perda de tempo lavrar multa contra estes infratores não se sustenta. Mesmo que os proprietários não fossem punidos – e não o eram -, seria uma maneira de constranger a ação dos motoristas dos carros “Placa Azul” e ao divulgar o número de multas mobilizar a opinião pública.
A resolução do Contran dá prazo até o fim do ano para que todos os veículos estejam registrados. Os carros comprados neste ano só podem circular se já tiverem o Renavam.
Em Brasília, menos de 10% dos veículos atenderam a norma até o momento. Em São Paulo, nenhum dado foi divulgado.



