Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: o 12º jogador e o valor das marcas no futebol 

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“Os que disputam o jogo sabem, imaginam, ou, pelo menos, supõem que a marca na camisa transcende a importância de cada um deles individualmente”

Jaime Troiano

Na arena esportiva, uma nova realidade se destaca e se consolida como uma espécie de décimo segundo jogador de um time de futebol: a marca. Esse fenômeno vai além da simples presença em campo, elevando-se a um patamar de significância econômica e emocional para os clubes e seus torcedores. Esse foi o tema do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, no Jornal da CBN, onde Jaime Troiano e Cecília Russo mergulham nas profundezas dessa interação entre esporte e branding.

Ao destacar que a marca da camisa transcende a importância de cada um dos jogadores individualmente, Jaime Troiano ressalta não apenas o valor intangível dessas marcas, mas como elas se entrelaçam com a identidade e o desempenho dos times: 

“A marca, este 12º jogador, não é um reserva, muito longe disso. É, sim, uma reserva de recursos.  Ela é escalada para todas as partidas, para todos os treinos ,para a presença editorial do clube, para as celebrações. Ela está sempre lá”

Jaime Troiano

Sem dúvida, são os torcedores, com sua devoção frequentemente comparável à fé religiosa pelo sucesso de seu time, os principais alimentadores do valor de mercado da marca. É essa paixão que impulsiona as receitas da marca, seja através da compra de ingressos para os jogos ou da aquisição de mercadorias associadas ao clube.

Cecília Russo, por sua vez, pontua a dificuldade e, simultaneamente, a possibilidade de transformar o glamour que um time tem para seus torcedores, o sentimento apaixonante por ele,  em uma realidade que tenha, de fato, essa dimensão econômica e mercadológica:

“O valor da marca do time é fruto de uma batalha diária nessa administração das relações que ela estabelece com os seus múltiplos stakeholders, que são os públicos com os quais uma marca se relaciona”. 

Cecília Russo

Há um contraste significativo no valor de mercado entre os clubes brasileiros e seus congêneres europeus americanos, sugerindo um vasto campo para crescimento e fortalecimento das marcas locais. Com base em dados publicados no jornal Valor Econômico, Cecília lembra que o Real Madrid e o Manchester United valem US$ 6 bilhões cada um. Os três clubes brasileiros que mais bem aparecem nessa classificação são Flamengo (US$ 922 milhões), Palmeiras (US$ 729 mihões) e Corinthians (US$ 627 milhões). 

Veja aqui o ranking completo dos clubes da Europa, do Brasil e da MSL (EUA), segundo a Sports Value

Além da boa notícia de que existe espaço para crescimento dessas marcas nacionais, a previsão é que venha uma geração de times cujas marcas têm crescido surpreendentemente e o jornal Valor Econômico chamou de “artilheiros do branding”. São os casos do Fortaleza e do Red Bull Bragantino.

A marca do Sua Marca

O futebol é mais do que um esporte ou entretenimento; é uma indústria regida pelas mesmas dinâmicas de mercado que influenciam marcas em diversos setores. O “décimo segundo jogador”, portanto, não é apenas uma metáfora para o apoio da torcida, mas simboliza o valor monumental que as marcas representam para os clubes, tanto em termos financeiros quanto emocionais. 

“Na década de 1950 e por algumas décadas seguintes, os europeus aprenderam muito sobre futebol com o Brasil. Quem sabe agora,  possamos aperfeiçoar a gestão das marcas dos nossos times aprendendo com eles”. 

Jaime Troiano

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN, e tem sonorização de Paschoal Júnior:

Marcas de clubes brasileiros crescem 81% em cinco anos e valem R$ 8,32 bilhões

 

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Apesar de não ser a especialidade deste blog (aliás, temos alguma?), volto a tratar do futebol e, por raro que seja, não irei me referir especificamente ao Grêmio, figura central dos textos publicados sob o selo da “Avalanche Tricolor”, mesmo porque o artigo, desta vez, tem muito a ver com o mundo corporativo.

 

Hoje, trago informações que nos dão ideia mais clara sobre o tamanho deste negócio que gira em torno da bola. A consultoria BDO Sports Management acaba de divulgar estudo no qual identificou que, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 81% no valor das marcas consolidado dos 30 maiores clubes brasileiros, chegando a R$ 8,32 bilhões.

 

Pela primeira vez, desde 2011, o Corinthians perde o primeiro posto do ranking, sendo superado pelo Flamengo que vale, agora, cerca de 1 bilhão e 243 milhões de reais. O time paulista apesar de ter se valorizado de um ano para o outro, ficou um pouco abaixo do seu concorrente direto e vale 1 bilhão e 241 milhões. Na sequência, aparecem mais dois clubes paulistas: São Paulo (R$ 878,1 mi) e Palmeiras (R$ 651,2 mi).

 

O primeiro clube fora do eixo Rio-SP a se destacar no ranking é o meu Grêmio (RS) que se mantém como a quinta marca mais valiosa entre os clubes brasileiros, segundo a BDO. Em 2015, a marca Grêmio passou a valer R$ 590,1 mi, pouco acima do seu rival, o Internacional (RS) , que aparece em sexto lugar, e vale R$ 580,7 mi.

 

Neste ano, o Cruzeiro (MG) assumiu o sétimo lugar do ranking, passou a frente do Santos (SP) e se distanciou do Atlético (MG).

 

Confira a posição e o valor da marca do seu time:

 

Valor das Marcas

 

Para chegar a este valor, a BDO coleta informações tais como os dados financeiros dos clubes, perfil e hábitos de torcedores, dados de marketing esportivo, além de informações econômicas e sociais dos mercados nacional e local em que atuam.

 

Os clubes brasileiros têm excelente oportunidade de se valorizarem ainda mais nos próximos anos com a reorganização da modalidade, a partir de mudanças na CBF (o que parece mais próximo dada a crise que a entidade se envolveu) e do enquadramento deles na lei de responsabilidade fiscal do esporte, que faz parte da MP do Futebol.

 

Nessa quarta-feira (dia 17/06), deve ser votado o relatório do deputado Otávio Leite (PSDB) sobre a medida provisória que trata entre outros temas do refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol profissional. A MP cria o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), um instrumento de refinanciamento que exige dos clubes que aderirem o cumprimento de exigências de responsabilidade fiscal e gestão interna.

 

Ao se adaptarem as novas regras, a tendência é que os clubes sejam geridos de forma mais transparente e profissional, fatores que oferecerão confiança aos investidores.

 

A nova oligarquia do futebol brasileiro

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

 

A partir de 2011 um novo ciclo financeiro foi estabelecido para os times brasileiros em decorrência de mudanças nas cotas de TV, principal receita da maioria dos clubes. Visando a hegemonia existente da TV GLOBO, o CADE determinou, em nome da livre concorrência, uma licitação entre as empresas interessadas no direito de transmissão do campeonato brasileiro. O Clube dos treze, que negociava todos os contratos, lançou então um edital no valor de R$ 516 milhões que sucedia o anterior de R$ 269 milhões.

 

Por influência da CBF e da TV GLOBO, e assediados pelo presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, os clubes aceitaram tratar diretamente com a televisão. Negociados individualmente os contratos chegaram em torno de R$ 1 bilhão. O Clube dos treze que representava os clubes mais influentes e intimidava a CBF e a TV GLOBO foi extinto. E, a partir de 2012, o Brasil passou a ter a quinta maior cota de TV do mundo. Atrás apenas da Inglaterra, Itália, França e Espanha. Tamanho salto deixou a maioria dos times exultantes. Não perceberam que a negociação individual, embora trazendo aumento significativo naquele momento, iria fortalecer os mais fortes e enfraquecer os mais fracos.

 

Até então, Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco e Palmeiras recebiam R$ 25 milhões. Santos, 16 milhões. Cruzeiro, Atlético MG, Grêmio, Inter, Fluminense e Botafogo, 16 milhões. Sport, Bahia, Vitória BA, Coritiba, Atlético PR, Guarani, Portuguesa e Goiás, 13 milhões. Pela nova negociação Flamengo e Corinthians tiveram aumento de 340%, o São Paulo de 220%, Vasco e Palmeiras 180%, e os times da última faixa apenas 107%.

 

Essa tabela, válida até 2015, deverá alimentar a desigualdade ainda não visível entre as equipes. A competitividade estará seriamente ameaçada se as novas cotas de TV recém-divulgada na mídia se concretizar. Flamengo e Corinthians terão aumento de 50% enquanto as faixas abaixo receberão reajustes menores, tendo a ultima segmentação apenas 10%.

 

Ou seja, o “gap” entre a receita dos clubes será acentuado. Exatamente o oposto daquilo que tornou o torneio da NBA um sucesso, onde os ganhos são equivalentes. E onde habita o campeonato espanhol de dois times, quando a exceção é um terceiro time chegar à final.

 

Vamos gravar os últimos seis anos de campeonato brasileiro com seis campeões diferentes. Pode ser que nunca mais aconteça.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

Viver, Ver e Rever a História dos Transportes

 

Por Adamo Bazani

Exposição reunirá “personagens de aço, ferro e lata” que contribuíram para o desenvolvimento dos transportes, cidades e País, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Kaio Castro, do Clube do Ônibus antigo

Máquinas tem alma ? Elas podem contar histórias ? Veículos feitos de ferro, aço lata e até madeira podem emocionar ? O gerente de empresa de ônibus aposentado Antônio C. Kaio Castro, fundador e presidente do Primeiro Clube do Ônibus Antigo no Brasil, garante que sim e muito mais. “Cada um que vê os ônibus antigos, desde as Jardineiras dos anos 20 até carros dos anos 80 e 90 tem uma sensação diferente e é muito gostoso”.

Desde 2004, Antônio Castro organiza a Exposição V.V.R – Viver, Ver e Rever – que reúne diversos modelos de ônibus antigos que não só contam a história dos transportes e exibem suas belezas de linhas antigas, simples e ao mesmo tempo complexas para época, mas que mostram como era o transporte nas cidades. Muitos destes veículos, belos pela sua rusticidade, demonstram a dificuldade nos deslocamentos entre bairros, cidades e até estados, e como não era fácil trabalhar no setor, já que muitos deles, de madeira, não ofereciam o mínimo conforto e segurança.

Mesmo assim, estes ônibus antigos dão um ar de robustez e são provas (para muitos, vivas) de que o desenvolvimento do Brasil se deu através de braços fortes de humildes trabalhadores e empreendedores (muitos considerados loucos sonhadores) que vendo uma oportunidade de negócios, ligavam lugares e tentavam encurtar distâncias.

E neste ano será possível ver tudo isso de perto novamente. A edição da Exposição V.V.R. será realizada nos dias 21 e 22 de novembro na Praça da Sombra (o pátio aberto) do Memorial da América Latina, na Barra Funda, zona Oeste de São Paulo. O evento, com entrada franca, não é só para busólogos (como eu), mas para todo aquele que quer sair da mesmice dos programas de fim de semana e assistir a algo diferente (para os jovens) ou relembrar de uma época na qual as coisas eram mais simples e difíceis.

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