Santa Fé 1 x 0 Grêmio
Libertadores – Bogotá (Colômbia)
Somos Imortais não porque jamais perdemos, mas porque jamais desistimos.
(…e nada mais digo por enquanto frente ao adiantado da hora, mas voltarei a este espaço ainda nessa sexta-feira)
Estou de volta (editado às 11h15 de 17/05):
Ao escrever logo após o jogo, chuto a razão para as cucuias (que imagino seja um lugar bem distante), desabafo minhas emoções e desprezo a lógica do futebol. Prefiro assim pois teclar como pulsa o coração me faz sofrer menos e me impede de enxergar as fragilidades de um clube que quero Imortal. O adiantado da hora e a necessidade de dormir o mínimo possível para me colocar em condições de pensar às notícias do dia, me impediram de dizer o que pensava logo após o apito final da partida na Colômbia que nos desclassificou da Libertadores.
Somente agora, noite mal dormida e dia já praticamente trabalhado, é que sento diante do computador para escrever o que penso do desempenho do tricolor nesta edição da Libertadores. Talvez este distanciamento me tenha feito entender um pouco mais a sensação que me acompanhou durante todo o jogo de ontem à noite e em parte da competição. Não havia a confiança quase deslumbrada de sempre, mesmo nos melhores momentos do jogo e ciente do bom elenco de jogadores que tínhamos à disposição. As escapadas em direção ao gol adversário não me iludiam, nem mesmo a aparente tranquilidade no toque de bola de nossos jogadores. Cheguei a pensar que era apenas forma de controlar meu nervosismo: não acreditar no possível para não se frustrar no revés. Mas isto não é coisa de gremista, pensava comigo mesmo.
Foi a boa crônica do jogo, intitulada “Os Miseráveis”, escrita por Maurício Brum, no site Impedimento.org, que me ajudou a traduzir o sentimento e desconforto com o time. Não com os jogadores em si, apesar de alguns terem provado que não merecem vestir a camisa do Grêmio. Desconforto com a alma de um time, que desapareceu em meio a estratégias mirabolantes e palavras rebuscadas. Que acabou com a raça que sempre nos diferenciou sem sequer dar vazão para o talento que existe em muitos dos que estão na equipe. Raça e categoria estiveram juntas apenas em uns poucos instantes desta temporada; raridade como no jogo do Fluminense, no Maracanã, por exemplo.
A mudança de postura se fará necessária para que os desafios de 2013 não sejam desperdiçados como foram todos os que enfrentamos na Era Luxemburgo, a começar pela Copa Sul-Americana do ano passado, na qual assistimos à virada histórica do Millionários, nas quartas-de-final, e às perdas do vice-campeonato Brasileiro e da vaga direta à Libertadores ao aceitar um empate no jogo final do Olímpico. E para que esta mudança ocorra, em vez de aplicarmos a política da terra arrasada, dispensando aleatoriamente nomes que não renderam o que podiam até aqui, é preciso identificar, antes, quem sugou nosso ímpeto, quem consumiu nossa alma.
E você, caro e raro leitor deste Blog, sempre acostumado a me ver ufanista mesmo nos piores momentos, não pense que estou incrédulo. Estou apenas com os pés no chão e pedindo que recuperem a saga do Imortal Tricolor, este que é Imortal não por jamais perder, mas por jamais desistir.
Eu não desisto: Grêmio, sempre!



