Dez Por Cento Mais: Diego Félix Miguel fala sobre os desafios das velhices LGBT+

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Não é o outro falar de nós, é nós falarmos sobre a nossa existência

Diego Félix Miguel

Uma geração de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, travestis e transgêneros chegou à velhice carregando marcas de rompimentos familiares, da epidemia de HIV/Aids e de um sistema de saúde que muitas vezes as afasta, em vez de acolher. Nesse cruzamento entre idade, gênero, orientação sexual e desigualdade, estão as velhices LGBT+, tema tratado por Diego Félix Miguel, doutorando em saúde pública e presidente do departamento de gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, em entrevista à jornalista e psicóloga Abigail Costa, no programa Dez Por Cento Mais.

Velhices plurais, vulnerabilidades acumuladas

Diego propõe que o ponto de partida seja enxergar o envelhecimento como conquista coletiva. “Eu acredito que nós precisamos pensar na longevidade como uma grande conquista”, afirma. O aumento da expectativa de vida está ligado a avanços científicos, tecnológicos e ao acesso à informação. Essa conquista, porém, não é distribuída da mesma forma para todas as pessoas.

Ele lembra que desigualdades atravessam a vida inteira: raça, gênero, identidade de gênero, orientação sexual, classe social. “Quando falamos de velhices, nós estamos falando de pluralidade”, resume. A ideia de “velhices”, no plural, tenta corrigir a imagem homogênea da pessoa idosa e expõe grupos que chegam à longevidade sob maior risco de violência, violação de direitos e isolamento.

Ao tratar especificamente das velhices LGBT+, Diego volta no tempo. Ele lembra que o movimento ganhou mais visibilidade a partir dos anos 1960, quando parte da população LGBT começou a se colocar publicamente. Esse gesto teve custo alto: “Muitas pessoas romperam vínculos familiares, porque, ao invés de receberem conforto e segurança, encontravam violência”, explica.

Longe de suas famílias de origem, essas pessoas formaram redes afetivas também conhecidas por famílias de escolha. O alicerce dessa rede, porém, foi abalado nas décadas de 1980 e 1990, com a epidemia de HIV/Aids. “As pessoas sobreviventes desse episódio são as que chegaram na velhice hoje”, diz Diego. Muitas perderam amigos, companheiras e companheiros, e envelhecem com redes de apoio fragilizadas.

Idadismo, saúde e medo de buscar cuidado

Além da história marcada por perdas e exclusões, essas pessoas enfrentam um obstáculo que atinge toda a população idosa, mas com impacto específico sobre quem é LGBT+: o idadismo, o preconceito baseado na idade. “Um dos aspectos que o idadismo traz é a invisibilidade da sexualidade e do gênero na velhice”, aponta.

Na prática, isso significa ver a pessoa idosa como alguém sem desejo, sem vida sexual, sem identidade de gênero que mereça atenção. Se esse apagamento já pesa sobre idosos em geral, o efeito se agrava quando se trata de uma mulher lésbica, de um homem gay, de uma pessoa trans ou travesti.

Diego cita pesquisas que mostram um padrão preocupante: “Muitas pessoas LGBT deixam de frequentar os serviços de saúde, de fazer exames preventivos ou acompanhamento médico, justamente por medo de sofrerem violência”. Esse medo nasce de experiências anteriores, em que não foram tratadas pelo nome social, tiveram sua identidade de gênero desconsiderada ou ouviram comentários discriminatórios.

Quando finalmente procuram ajuda, costumam esperar até o limite da dor ou da doença. E ainda correm o risco de enfrentar um atendimento violento, explícito ou sutil. Diego descreve situações em instituições de longa permanência para idosos em que o acolhimento é condicionado à ideia de que a pessoa LGBT precisa “se encaixar” em uma norma que nega quem ela é. Em alguns casos, pessoas trans são pressionadas a destransicionar para serem aceitas pela instituição. “Isso é perverso, é violento, é sutil, é silencioso e dói tanto quanto uma violência física”, resume.

Segurança, trabalho e renda: o impacto da exclusão

A discussão sobre saúde se mistura com outra camada de vulnerabilidade: a segurança financeira. Muitos idosos LGBT viveram na informalidade. Diego lembra que a escola, para uma parte das pessoas trans, era um ambiente hostil; o mercado formal de trabalho, pouco acessível; a discriminação, recorrente.

O resultado aparece agora, na velhice, em trajetórias marcadas por baixa renda, aposentadorias insuficientes ou inexistentes e dependência de redes de apoio que nem sempre existem. “São pessoas que sobreviveram a múltiplos processos de violência e demandam um cuidado maior em saúde mental”, explica. Depressão, pensamentos suicidas e isolamento social surgem como sinais de alerta.

Diego reforça que o isolamento é um fator central para a perda de autonomia e independência na velhice, o oposto do que se busca quando se fala em envelhecimento ativo: viver com dignidade, com possibilidade de decisão e com apoio adequado depois da aposentadoria.

Ambientes seguros e o papel dos profissionais

Uma parte importante da conversa passa pela formação de profissionais e pelo modo como eles se apresentam aos pacientes. Do preenchimento de um formulário à maneira de fazer perguntas, detalhes revelam se aquele espaço é acolhedor ou excludente.

Diego destaca um ponto simples, mas decisivo: abandonar perguntas que presumem heterossexualidade, como “qual é o nome do seu marido?” ao atender uma mulher. Para ele, o cuidado começa ao abrir espaço para que a própria pessoa nomeie sua realidade. Quando o serviço se mostra preparado para isso, a percepção muda. “Quando pessoas idosas LGBT chegam em um ambiente e percebem que há profissionais assumidamente LGBT, elas se sentem mais confortáveis e confiantes”, observa.

Em alguns países, profissionais aliados exibem símbolos, como a bandeira do arco-íris, para indicar que aquele consultório é um espaço sem discriminação. O objetivo não é criar um rótulo, mas sinalizar que a conversa sobre gênero e sexualidade pode acontecer sem medo.

Isso, porém, não elimina o risco de reforçar estereótipos. Diego alerta que, na tentativa de “fazer o certo”, serviços podem criar soluções que, na prática, segregam — como reservar um “quartinho” específico para uma idosa trans dentro de uma instituição, em vez de garantir o direito de ela viver no espaço das mulheres, em condições de igualdade.

Representatividade e a recusa da neutralidade

A presença de pesquisadores e profissionais LGBT na produção de conhecimento sobre velhices LGBT é outro eixo que Diego considera decisivo. “Não é o outro falar de nós, é nós falarmos sobre a nossa existência”, afirma.

Ele menciona o movimento de pessoas trans que reivindicam o direito de estudar e pesquisar suas próprias experiências de envelhecimento. A defesa é direta: políticas públicas, práticas de cuidado e pesquisas ganham outra profundidade quando formuladas por quem vive na pele as consequências do preconceito.

Nesse contexto, Diego rejeita a ideia de neutralidade como valor. A referência a Paulo Freire ajuda a organizar o raciocínio. “A neutralidade nada mais é do que a covardia de não se ter um posicionamento”, diz. Silenciar diante da discriminação não elimina o conflito; apenas cede espaço para que a estrutura de poder vigente siga intacta.

Ele lembra que já existem projetos de lei no Congresso voltados à criação de uma política nacional para pessoas idosas LGBT+, com foco na integração entre SUS (Sistema Único de Saúde) e SUAS (Sistema Único de Sistemas Sociais) e na qualificação dos serviços que já atendem a população idosa. A ampliação do acesso à educação, inclusive por meio de cotas, também é citada como caminho para que pessoas LGBT ocupem universidades, campos de pesquisa e espaços de decisão.

A dica Dez Por Cento Mais

Na parte final da entrevista, Diego volta a um ponto que atravessa toda a conversa: a importância de transformar gênero e sexualidade em temas que possam ser tratados em família, sem segredo nem tabu. “Vale muito a pena perguntar sobre a vivência dessas pessoas, escutar mais e supor menos”, recomenda.

Ele relata casos de alunos que, após suas aulas, perceberam que nunca tinham perguntado a um irmão gay como ele se sente nos lugares que frequenta, quais medos carrega, de que mudanças precisa para se sentir seguro. A sugestão de Diego é simples e direta: trazer esse assunto para a mesa, inclusive em um almoço de domingo.

Para as famílias que têm filhos, filhas, netos ou netas LGBT+, o recado é claro: a escuta pode ser ponto de partida para uma velhice com mais dignidade, menos isolamento e menos medo. E, para profissionais de saúde e para a sociedade em geral, a entrevista funciona como um convite à responsabilidade: reconhecer as velhices LGBT+ como parte legítima da população idosa e ajustar práticas, protocolos e políticas a essa realidade.

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A arte de interpretar, do cinema ao divã

Por Simone Domingues

@simonedominguespsicologa

“É muito importante que os filmes façam as pessoas olharem para  o que elas esqueceram”

Spike Lee, diretor
Photo by Dmitry Demidov on Pexels.com

A história do cinema teve início em dezembro de 1895, quando os irmãos Lumière exibiram o primeiro filme de curta duração, em Paris. A capacidade de captar imagens dinâmicas da realidade foi possível graças ao desenvolvimento do cinetoscópio e, posteriormente, do cinematógrafo, aparelho que permitiu gravar e projetar as imagens em uma tela. Inicialmente sem som, o cinema se desenvolveu e permitiu diálogos e reflexões, sendo uma manifestação cultural e uma expressão de realidades percebidas e interpretadas ou, mesmo, de ilusões criadas por seus autores.

A história da psicologia, como disciplina científica,  também teve seu início no fim do século XIX, na Alemanha, com o estabelecimento do primeiro laboratório de psicofisiologia, fundado por Wilhelm Wundt, cuja finalidade era compreender os fenômenos mentais. Naquele momento,  esse interesse coincidia com os estudos de fisiologia vigentes que buscavam esclarecer como diversos estímulos eram captados e interpretados pelo sistema nervoso.

Se o desenvolvimento das ciências permitiu o avanço na compreensão das bases biológicas e sociais do comportamento humano, também foi responsável pelo progresso das tecnologias, conduzindo a novas formas de captar e transmitir as imagens, inclusive em tempo real.

Para além das semelhanças temporais, em que se aproximam o cinema e a psicologia? 

Através de combinações visuais e auditivas, o cinema desperta diferentes emoções, onde o acaso não tem vez. O controle preciso de luzes, sons, cores e imagens permite o enquadramento da cena, escolhido cuidadosamente pelo diretor. Apesar desse planejamento, o filme não irá repercutir igualmente para todas as pessoas. 

A maneira como uma pessoa interpreta, dá significado ou compreende uma situação está muito mais ligada a aspectos individuais, construídos ao longo da vida, que identificamos como esquemas, do que a situação propriamente dita; isso influenciará as suas respostas emocionais e, consequentemente, as suas ações. Podemos compreender esses esquemas como imagens que foram construídas sobre nós mesmos, sobre os outros ou sobre o mundo no qual vivemos, a  partir das nossas experiências. Em algumas circunstâncias, essas imagens podem ser um pouco distorcidas, como se estivessem fora de foco e não correspondessem à realidade, gerando muito sofrimento. 

Não é raro ouvir pessoas talentosas e competentes, que diante de um desafio profissional, por exemplo, acreditam que são incapazes de realizar um bom trabalho ou se julgam uma fraude, apesar de não haver nenhuma evidência real sobre isso. Ativam um modo mais exigente consigo, elevam as metas e se tornam extremamente autocríticas. Nesse caso, aumenta-se a chance de procrastinação, paralisia e mesmo desistência, o que gera frustrações e confirma a “profecia” de incapacidade.

Penso no psicólogo como aquele diretor de cinema que vai destacando cenas, melhorando a qualidade da luz, aproximando a câmera para uma visualização ainda desconhecida. Provoca reflexões, reconstrói imagens, pensa em desfechos, longe de um final — apesar de haver um desejo de feliz para sempre —,  a partir de soluções de problemas e do desenvolvimento de habilidades.

E não seria semelhante com o cinema, em sua incrível capacidade de surpreender, interrogar, possibilitar reflexões e até mesmo promover mudanças? 

Assim como um cineasta deve trabalhar cuidadosamente a captura de imagens, para que possamos enxergar o que ele quer nos transmitir, a psicoterapia contribui para que o paciente possa ver para além de suas ideias iniciais,  muitas vezes desfocadas ou com ruídos.

O cineasta nos permite enxergar aquilo que não veríamos se a câmera não delimitasse o foco. A terapia ainda provoca: como seria possível ver de maneira diferente a mesma situação? Isso muda compreensões.

Ajustar as nossas lentes permite enxergar o que ainda não tínhamos visto, que estava ali, como numa bela cena cinematográfica, bem  diante de nós.  

Assista ao programa Dez Por Cento Mais, todas às quartas-feiras, 20h, no YouTube

Simone Domingues é psicóloga especialista em neuropsicóloga, tem pós-doutorado em neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do canal @dezporcentomais, no YouTube. Escreveu artigos a convite, no Blog do Mílton Jung. 

De expectativa a mãos à obra

Por Maria Lucia Solla

Veja e ouça o texto De expectativa a mãos à obra apresentado pela autora

Falamos pouco de nós, mas falamos muito do outro e da sua vida, sentados no trono do eu-sei, do eu-faria-diferente, do ela-é-louca, do ele-é-babaca.

Na melhor das hipóteses, a gente faz isso porque, na vida do outro, ou participa como coadjuvante ou mero espectador. E nesse espia daqui, julga e condena dali, não dá para esquecer que de perto ninguém é normal. Nem aquele que sai muito bem na foto do jornal.

Também tem o fato de termos sido desenhados com dois olhos na frente, e do lado de fora da cabeça. Como cultivamos a ideia de que a vida é só o que vemos do nariz para frente, olhamos para fora o tempo todo.

Para a semana que entra, proponho uma boa olhada, de você para você; uma observação cuidadosa do teu dia-a-dia. Atenção à tua volta, ao teu comportamento e sua consequência. No teu ritmo, é claro, mas sem perder tempo, pois já está se esgotando a prorrogação do segundo tempo.

E, aproveitando a deixa do tempo: é mentira que tempo é dinheiro.
Tempo é vida e brilha mais, quanto mais ela for vivida.


Alerta

Se você aceitar as provocações deste livro, não espere grandes vendavais que cheguem para transformar você num outro você.

Na expectativa do vendaval você pode perder a brisa que vem com poder de transformar, gradativa mas definitivamente, o cenário da tua vida. Do jeitinho que você quiser.

Uma pequena descoberta com a consciência focada no momento vivido, e não pendurada nos fios da memória ou da expectativa; a percepção de um único comportamento teu, por menor e mais insignificante que possa parecer, transforma.

Você vai encontrar algumas sugestões de exercícios, por aqui. Se decidir fazê-los, vá anotando se há diferença no você de antes e depois deles. Fale ou escreva sobre o que conseguiu transformar, e sobre a consequência da transformação.

Perceba mais; compare menos

Agora, não dá para ignorar o outro e fechar-se em concha, pois se o outro não existisse você não saberia nada de você. A vida do outro se mostra como cardápio de possibilidades, e te provoca. E é aí que está a chance; na provocação.

O julgar o outro transforma-se em exercício do fazer escolha, do reforçar decisão ou do reverter processo.

E então você observa a tua casa de muitas moradas, o teu templo – o de dentro e o de fora -, e faz uma bela faxina. Decide o que fica e o que vai; o que entra, e o que sai.

Do ático ao porão,
ponha para funcionar um belo e forte pano de chão.

Tenho me virado como bolacha em boca de velho, como diz a dona Ruth, e tenho sangrado as unhas – as de dentro e as de fora –
limpando, escolhendo, pegando nas mãos o relicário do meu apego
e permitindo que ele vá embora.

E você,
em que estado estão as tuas casas?
Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.

Maria Lucia Solla é terapeuta e professora de língua estrangeira. Aos domingos, abre sua casa e suas emoções, no Blog do Mílton Jung, a espera de que você a ajude a reescrever “De bem com a vida mesmo que doa”

De consciência em coma

Por Maria Lucia Solla

Tem salvaçãoOlá,

Você leu a notícia de que a torcida sãopaulina atacou o ônibus do Corinthians, na chegada ao Morumbi?
Eu não gosto de andar de ônibus, mas adoro andar de trem, e fico sonhando em deixar o carro na estação e ir para onde eu quiser. Para Minas Gerais, para o Rio Grande do Sul, sem o estresse e o sufoco do trânsito que já entope as vias dos bairros mais longínquos.

Sonho em não ter que entrar no corpo-a-corpo com o perigo, incorporando rugas por dentro e por fora do meu corpo,  a cada quilômetro rodado. Tenho horror a poluir o ar de quem está quieto e de ter que engolir sapo empanado na fumaça negra de quem não está nem aí para nada que não seja o próprio umbigo. Me imagino embalada pelo encontro da máquina com os trilhos, lendo um livro, comendo chocolate, ouvindo música, curtindo a paisagem pela janela… Mas é melhor voltar para a linha do assunto principal.

O que será que o predador sente? Ele fica à espreita, de tocaia, arquitetando o ataque, afiando o bico e as garras. Será que dá barato? Porque me parece que vicia e que é tremendamente contagioso. “Melhor nem experimentar”, sabiamente diria a minha avó.

Já está mais do que provado que dinheiro não dá garantia de felicidade, e que cultura, educação e estudos também não dão. Se a terceirização da sua vida não está trazendo os resultados prometidos, só coheço uma saída. Despertar a consciência.

Quem sabe saída não recolheu o assento, que, acreditávamos fosse cativo, para a gente não sentar e dormir. Para que possamos nos dar conta dela e descobrirmos um mundo cada dia melhor. Como ? Arregaçando as mangas e mandando às favas o medo, a preguiça, a procrastinação, que é, sim, um baita palavrão. Só mesmo desinstalando o software de birra de criança mimada, no qual fomos treinados, é que podemos fazer alguma coisa.

Será que dá para parar de destruir o brinquedo dos amiguinhos ? Dá para parar de brincar de queimada com bomba e tiro de metralhadora ? Dá para parar de espernear e bater o pezinho toda vez que alguma coisa não sai do jeito que você tinha planejado ?

Dá para parar com os crimes de todo tipo e tamanho, contra tudo e contra todos ? A maioria dos crimes são filhos da consciência que dorme a sono solto. Arruaça é filha da consciência em coma. Dá para parar de querer ter razão ? Até porque o único que sempre tem a última palavra é o eco.

Então me diga, por favor: pelo time e pelo partido, vale tudo ? Pelo poder, pelo dinheiro, pela vaidade, vale tudo ?
Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.

Ouça “De consciência em coma” na voz da autora.

Maria Lucia Solla é terapeuta e professora de língua estrangeira. Aos domingos está sempre por aqui para mostrar que, apesar dos pesares, existe uma saída.