Conte Sua História de SP: Nem o gato é mais o mesmo

 

Um dia no tradicional colégio Caetano de Campos, no ano de 1968, é o ponto de partida de mais um capítulo do Conte Sua História de São Paulo, enviado pela ouvinte-internauta Suzana de Mello. Ela era uma menina de visão romântica a assistir ao enfrentamento das tropas militares com jovens revolucionários. E a partir deste olhar, percebe o quando São Paulo mudou e muitos dos protagonistas daquela história, também:

 

Ouça o texto “Nem o gato é mais o mesmo”, de Suzana de Mello, sonorizado pelo Cláudio Antônio

 

Este texto foi publicado no livro Conte Sua História de São Paulo (Editora Globo). Você também pode contar outras capítulos da nossa cidade, enviando um texto para milton@cbn.com.br ou marcando uma entrevista em áudio e vídeo no Museu da Pessoa. O Conte Sua História vai ao ar, aos sábados, logo após às dez e meia da manhã, no programa CBN SP.

Conte Sua História de São Paulo: Cidade conquistada

 

Celina Fernandez

No plano de viagem, Celinda Fernandes Aguillera ficaria com o marido e os filhos não mais do que três anos no Brasil, país no qual se refugiou da violência da Ditadura Militar no Chile. Os ditadores demoraram um pouco mais para ser banidos do mapa e a vida desta enfermeira criou raízes na capital paulista, onde vive até os dias de hoje. Tem saudades de Santiago, não o suficiente para fazê-la retornar ao país de origem.

No depoimento ao Museu da Pessoa, Celinda conta como chegou ao Brasil e registra algumas de suas primeiras lembranças na capital paulista que passam pelos encontros na Catedral da Sé às compras no Mappin:

Ouça trechos do depoimento de Celinda Fernandes Aguillera sonorizados por João Amaral

O Conte Sua História de São Paulo reúme depoimentos sobre a cidade gravados especialmente para o programa pelo Museu da Pessoa. Para participar, agende uma entrevista pelo telefone 011 2144-7150 ou acesse o site do Museu da Pessoa. O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar aos sábados, logo após às 10 e meia da manhã.

Conte Sua História: Carteirinhas da Ordem (Para o Zé)

O trio na charge de Erico San Juan, enviada por Guarabyra

Ouça “Carteirinha da Ordem”

Zé Rodrix está na lista dos amigões de Guarabyra, assim como Sá. Eles tem uma amizade daquelas que todos nós gostaríamos de ter. Lá no Sul, o pessoal diria que são amigos de “escovar o dente” de porta aberta. O dizer gauchesco não se refere a escovação, a bem da verdade. O que interessa é que esses caras ao serem lembrados por nós, parece que são todos uma só pessoa: “Muito Prazer, Eu sou Sá Rodrix Guarabyra”.

Construíram suas história lado a lado. E foi para contar uma dessas peripécias que comprovam o que eu disse acima que Guttemberg Guarabyra, assim mesmo com todos o Ts e Gs, enviou um texto para o quadro Conte Sua História de São Paulo apresentando aos sábados no CBN SP, em fevereiro deste ano. Não se contentou em apenas escrever, anexou a charge do Erico San Juan na qual os três aparecem como se em um porta-retrato estivessem.

Para lembrar o trio, para homenagear Zé Rodrix e em nome da amizade, reproduzo neste sábado, o texto de Guarabyra:

Em 1973, morava no Rio e fazia parte do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, que antes era uma dupla apenas, Sá & Rodrix. Minha adesão se deu quando, após encontrar Sá perambulando por Ipanema, soube que acabara de se separar da mulher e que ficara sem ter para onde ir, visto que a ex-esposa continuaria a ocupar o apartamento do casal.

Convidei-o, então, para morar comigo num quarto na rua Alberto de Campos, ali mesmo em Ipanema, num apartamento que eu dividia com alguns jornalistas, aparelhagem de som, instrumentos e caixas de bebidas — além das duas Marlys, serviçais da casa, de quem desconfiávamos seriamente de que completavam o ordenado com suspeitos programas noturnos.

Convite aceito, Luís Carlos Pereira de Sá, a quem também denominamos Dr. Pereira – já que possuía carteirinha da OAB, ainda na edição antiga, vermelha e vistosa — veio morar conosco. A tal carteirinha, inclusive, tirou-nos de variados apertos estrada da vida afora.

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