Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: Ferrari sem ronco é como cerveja sem álcool?

Foto: Ferrari/Divulgação

Imagine acelerar uma Ferrari e não ouvir o famoso ronco do motor. Difícil? Pois é exatamente esse o desafio que a marca italiana terá de enfrentar com o lançamento de seu primeiro modelo elétrico, previsto para 2026. A montadora promete um som “autêntico”, mas admite: não será o mesmo barulho que fez gerações de fãs vibrarem.

No Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, no Jornal da CBN, Jaime Troiano chamou a atenção para o desafio: “Acho que a marca é mais poderosa do que o ronco. As marcas emitem vários sinais: cor, forma, clima, aparência geral”. Para ele, a Ferrari será lembrada não apenas pelo som, mas pelo conjunto de atributos que a transformaram em objeto de desejo.

Cecília Russo trouxe uma comparação provocativa: “Uma legião de pessoas têm tomado cerveja sem álcool da mesma marca que bebiam antes. Mal comparando, o sabor sem álcool seria a Ferrari sem o mesmo ronco?” A imagem é engraçada, mas faz sentido. Afinal, quem diria que consumidores tão fiéis aceitariam abrir mão justamente do que parecia ser a essência do produto — o álcool no caso da cerveja, o açúcar nos refrigerantes, o barulho no carro esportivo?

Ela lembrou também que a Ferrari não faz esse movimento sozinha. Outras montadoras já testaram os limites entre tradição e inovação, acertando em alguns pontos e errando em outros. O que diferencia a marca italiana é o cuidado em observar e aprender com essas experiências, sem abrir mão da aura que a envolve.

Ao final, a discussão toca em algo maior do que motores e combustíveis. Trata-se da capacidade das marcas de se reinventarem em meio a novas tendências de consumo. Produtos sem açúcar, cervejas sem álcool e carros sem combustão revelam que a sobrevivência não está garantida pela força, mas pela adaptação. Como resumiu Jaime: “As espécies que sobrevivem são as mais adaptadas. As marcas que se adaptarem às novas exigências da sociedade e do mercado terão longa vida”.

A marca do Sua Marca

Ferrari sem ronco ou cerveja sem álcool? O que parece uma contradição pode ser, na verdade, a chave da sobrevivência. Marcas que ousam mudar, sem perder a conexão com sua essência, conquistam espaço em um mercado cada vez mais movido por tendências sociais e ambientais.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Mundo Corporativo: Marcello Schneider, da BYD, fala de geração de emprego e preparo para o futuro sustentável

“A fabricação de um carro elétrico é mais limpa e tecnológica em comparação com os carros a combustão, o que contribui para a redução da poluição e permite produzir veículos não poluentes em maior escala.”

Marcelo Schneider, BYD

O Brasil é um país estratégico para as operações da BYD, especialmente devido à sua rica biodiversidade e ao papel fundamental na luta contra as mudanças climáticas. É o que diz Marcello Schneider, diretor empresa chinesa líder mundial em veículos elétricos e soluções sustentáveis, em entrevista ao Mundo Corporativo, especial ESG, da CBN. A BYD construirá três fábricas para a produção de automóveis eletrificados, caminhões e ônibus elétricos e baterias no município de Camaçari (BA). O investimento de R$ 3 bilhões deverá gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, conforme anúncio feito em julho. A empresa acredita que o Brasil pode se tornar um líder global em sustentabilidade.

Veículos Elétricos e a Redução das Emissões

A BYD é pioneira em veículos elétricos e investe fortemente em soluções de mobilidade sustentável. Schneider ressalta que a frota de ônibus elétricos da BYD no Brasil já superou a marca de mil unidades, contribuindo significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a empresa fornece veículos elétricos para uso urbano e de carga, impulsionando a eletrificação do transporte no país. Na entrevista, ele identifica os benefícios e os desafios na fabricação dos novos modelos de veículos:

“Vou dar o exemplo do ônibus. Uma bateria pode durar 15 anos junto com os ônibus.  Após essa aplicação para rodar com os ônibus, nós retiramos essa bateria, ela é rebalanceada e ela pode ser usada por mais 10, 15 anos em outra aplicação que são sistemas estacionários de energia. Vamos imaginar grandes containers ou até pequenos containers onnde nós vamos gerar energia através da energia do sol e armazenar”

Energia Solar e Armazenamento de Energia

A empresa também é uma das principais fornecedoras de sistemas de energia solar e armazenamento de energia no Brasil. Schneider destaca que a energia solar tem experimentado um crescimento acelerado no país, impulsionado pela busca por fontes limpas e renováveis. De acordo com o diretor da fabricante chinesa, a BYD oferece soluções completas para geração, armazenamento e gestão de energia, permitindo aos consumidores a independência energética e a redução das contas de luz.

A Transformação do Mercado de Trabalho

Marcello Schneider aborda o impacto da BYD no mercado de trabalho brasileiro. Com a expansão das operações da empresa no país, a demanda por profissionais qualificados em tecnologias sustentáveis tem aumentado. A BYD acredita na importância de capacitar a mão de obra local, criando oportunidades de emprego e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

“Nós temos já aprovados aqui pelo nosso chairman global eum investimento da ordem aí de 10 bilhões de reais até 2025, tanto para abertura de uma nova fábrica quanto também para outros projetos de expansão e desenvolvimento. Sem dúvida, a gente vai ter uma uma necessidade muito boa de contratação de mão de obra especializada e não especializada”.

Desafios e Perspectivas Futuras

O diretor da BYD compartilha os desafios enfrentados no processo de eletrificação do transporte e da adoção de energias renováveis no Brasil. Ele enfatiza a importância da parceria entre governo, empresas e sociedade civil para promover políticas públicas que incentivem a sustentabilidade e tornem viável a expansão das soluções limpas.

Marcello Schneider destaca que a BYD está comprometida em continuar inovando e oferecendo soluções sustentáveis para o Brasil e o mundo. A empresa acredita que a transição para um futuro sustentável é urgente e que cada passo dado em direção a essa transformação é fundamental para garantir um planeta mais limpo e saudável para as futuras gerações.

O Mundo Corporativo tem as participações de Renato Barcellos, Letícia Valente, Débora Gonçalves e Rafael Furugen

Carro elétrico não precisa muito para seduzir

 

 

Fiquei com inveja da moça no saguão do aeroporto de Congonhas, nesta semana. Ela era elegante e tinha um ar de intocável como todas estas modelos contratadas para fazer pose ao lado de um carro. Minha inveja, porém, não se centrava nestes quesitos. Era pelo fato dela ter a oportunidade de se sentir um pouco dona daquele carro chamativo que estava em exposição: um Nissan com motor elétrico. O modelo ainda não está à venda no Brasil, lamentavelmente. Se o tivesse, eu entraria na fila com certeza.

Por coincidência, nesta mesma semana encontrei post no Blog Marketing Now, da Madiamundomarketing, que destacava anúncio de lançamento do carro elétrico da Renault, na Europa. A ideia dos criadores do comercial de TV foi questionar o cidadão sobre seu comportamento em relação ao uso do automóvel, altamente poluidor, comparando com outros hábitos que fazem parte de nosso cotidiano.

Ônibus menos poluente faz teste em São Paulo

 

Volvo híbrido paralelo

Apesar de ainda usar diesel, o ônibus híbrido que começa a ser testado semana que vem, em São Paulo, gera metade da poluição dos veículos convencionais. É o que diz o presidente da Volvo Bus Latin American, Luis Carlos Pimenta, apostando na eficiência da tecnologia que combina o motor diesel com o elétrico.

Os dois motores funcionam em paralelo sobre o mesmo eixo de tração. O elétrico é usado para arrancar e acelerar até a velocidade de 25 quilômetros quando, então, o motor a diesel entra em ação. A energia que sustenta o motor elétrico é gerada por ele próprio no momento da frenagem.

Levando em consideração a baixa velocidade com que os ônibus rodam em São Paulo, a tendência é que se use menos diesel do que em cidades como Curitiba, onde está em teste há três semanas. “Se é bom por um lado (economia), é ruim pelo outro (atrasos)”, comentou o executivo da Volvo.

A Volvo começará fabricar estes modelos, no Brasil, em 2012, e os ônibus devem chegar ao mercado com valor 50% maior do que os convencionais. Mesmo assim, Pimenta entende que as empresas terão vantagens a medida que a economia de combustível, um dos maiores pesos no custo da operação, pode chegar a 33%. “Em seis anos, o ônibus se paga”, calculou. Este modelo já roda em cidades como Londres, Luxemburgo e Estocolmo


Ouça a entrevista do presidente da Volvo Bus Latin American, Luis Carlos Pimenta, aio CBN SP

Na conversa, fiquei com a impressão de que ainda estamos distantes de nos livrarmos por completo do uso do diesel. A melhor solução encontrada até agora na fábrica sueca é um motor elétrico combinado com o combustível B-30 – que usa mistura de 70% de diesel e 30% de biodiesel.

Sobre a qualidade do diesel produzido no Brasil, o presidente da Volvo defendeu o uso do padrão europeu nos centros urbanos. Hoje, a Petrobrás põe no mercado o S-50, que tem 50 partículas por milhão de enxofre, enquanto na Europa se consome o S-10, que despeja 80% menos enxofre no ar.

Apesar do S-50 ser um avanço em relação ao que era produzido recentemente no País, Luis Carlos Pimenta disse que “ainda não é a melhor combinação de diesel, podemos chegar até 10 partes e para as capitais isto terá que vir em um futuro próximo”.