Grêmio 1×2 Botafogo
Brasileiro – estádio Kleber Andrade, Cariacica/ES

Pelo calendário oficial, ao Grêmio caberia o mando de campo na partida deste início de noite. Como é sabido por todos, estamos impedidos de jogar na Arena desde as enchentes de maio. E o retorno à casa não se dará antes de agosto. Até lá, seremos apenas um time de itinerantes, desalojados.
O preço que pagamos é alto e jamais será coberto pelo milhão depositado na conta do Grêmio com a venda do mando de campo, que nos levou ao Espírito Santo, neste domingo. Além do acúmulo de jogos, devido a parada por cerca de 30 dias, e a disputa de partidas decisivas pela Libertadores, viagens incessantes têm causado desgaste extraordinário no elenco.
As dificuldades se somam a carência de substitutos, especialmente no comando do ataque. Mas não somente nesta posição. Verdade que esse é um problema que teríamos a despeito das ocorrências relacionadas à tragédia no Rio Grande do Sul. Enfrentar três competições, por si só, seria um desafio enorme e exigiria muita criatividade do comando técnico, diante do grupo de jogadores disponíveis. Com as atuais condições, os riscos se potencializaram.
Estamos participando de um campeonato, e aqui me refiro ao Brasileiro, dos mais disputados do mundo. E somos obrigados a jogá-lo nas condições precárias que o destino nos proporcionou. Em um escancarado desequilíbrio técnico que até aqui prejudicou apenas a nós. Cabe ao Grêmio se resignar e reagir em campo recuperando-se com uma sequência de vitórias.
O que provavelmente os demais clubes não perceberam é que alguns deles também serão vítimas desse desequilíbrio. Porque haverá times que terão vantagem sobre os outros ao disputarem seis pontos contra o Grêmio sem precisar passar pela Arena — é o caso do Botafogo que com a vitória de hoje assumiu a liderança da competição. Considere nessa análise o fato de que, na temporada passada, foram especialmente os resultados obtidos em Porto Alegre que nos levaram ao vice-campeonato brasileiro. Nem todos os adversários, porém, serão submetidos ao fenômeno transformador que a Arena proporciona. E isso torna a disputa injusta.
Quando insistimos com a ideia de que a pressão da opinião pública pode mudar a política brasileira tem quem seja descrente. E há muitos fatos que justificam este comportamento. De vez em quando, porém, somos surpreendidos com atitudes que nos incentivam a seguir defendendo a presença do cidadão no Legislativo. Em Vila Velha, no Espírito Santo, os vereadores decidiram recuar no aumento de salário e de vagas que haviam aprovado há algumas semanas depois da repercussão negativa na sociedade e na mídia.
Há pouco mais de um ano da eleição municipal, cidadãos começam a pensar como melhorar o legislativo de sua cidade. Incentivado pelo Adote um Vereador, o ouvinte-internauta Jonas Lorenzini decidiu fiscalizar o trabalho legislativo do vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Velha (ES), Almir Neres (PSD). Não precisou muito esforço para descobrir que o nome de seu “adotado” fazia parte de lista de vereadores suspeitos de participarem do Escândalo da Moqueca: