Por Maria Lucia Solla
dorme sentinela
atentada
ignora meu desatino
me larga me solta
me esquece
malvada
faz ouvido de mercador
ao meu grito
deixa pra lá meu jeito aflito
shhhhhh
quieta
fecha os olhos e dorme
me deixa perdida
liberta
ferida
aberta
deixa que o sangue jorre
na carne
na essência
que a dor aumente
que ensurdeça o mundo
num grito indecente
escancara meu peito
deixa livre a loucura
do meu sentimento
que já nem sei
honestamente
se sou eu que sinto
ele
ou se é ele que sente
eu
Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Escreve no Blog do Mílton Jung
