Nossa São Paulo apresenta indicador de bem-estar

IRBEM

Um acidente de automóvel aumenta o PIB do País, pois a economia se move para o conserto do carro, tratamento médico das vítimas, compra de remédios, fisioterapia, entre tantos outros gastos gerados a partir deste acontecimento. Aliás, as guerras também se refletem de forma positiva no Produto Interno Bruto dos países, principalmente aqueles que estão no ataque.

Bom para a economia, péssimo para o ser humano.

Pensando nisto e na necessidade de se promover o crescimento sustentável que atenda a melhor qualidade de vida do cidadão, o Movimento Defenda São Paulo lançará amanhã, dia 15.05, o IRBEM – Indicadores de Referência de Bem-Estar do Município -, durante comemoração de dois anos da organização, no Sesc Consolação, a partir das 9h30.

No evento estarão a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Lima, o filósofo Mário Sérgio Cortella, o proessor de economia da USP José Eli da Veiga,  o economista e professor da PUC Ladislaw Dawbor e a coordenadora do FIB (Felicidade Interna Bruta) no Brasil, Susan Andrews.

Sobre o IRBEM já conversamos aqui no blog, por isso deixo o convite, hoje, para que você ouça a entrevista com o coordenador do Nossa São Paulo Oded Grajew  

Leia mais sobre o assunto, no Blog do Milton Jung

PIB, IDH, FIB, IFF, você sente e pressente

Por Carlos Magno Gibrail

Siglas variadas para buscar única sensação, a do bem estar.

PIB, Produto Interno Bruto, representa a soma em valores monetários de todos os bens e serviços finais produzidos num determindo período.

O Brasil está em 9º lugar no ranking do PIB mundial.

Como sabemos, índices gerais não mostram condições específicas, que as escondem, quanto maior a concentração da riqueza.

Para considerar saúde, renda e educação, criou-se o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, que além de calcular a renda per capita, leva em conta a expectativa de vida ao nascer para definir as condições de saúde. Para a educação inclui-se o percentual de adultos alfabetizados e a taxa bruta de matrícula, medida pela razão entre o total de estudantes nos ensino fundamental, médio e superior e a população em idade escolar.

O Brasil ocupa o 70º posto na classificação geral do IDH.

“O PIB foi elaborado na década de 1950 e está defasado há muito como indicador de desenvolvimento de um país. O FIB, Felicidade Interna Bruta, complementa os indicadores de qualidade de vida, juntamente com o IDH”, afirma o economista Ladislau Dowbor, da PUC SP.

“A idéia do FIB é incorporar a felicidade, medida por critérios técnicos”, explica Susan Andrews, psicóloga e antropóloga de Harvard, e coordenadora do FIB no Brasil. Para medir o FIB, a percepção dos cidadãos em relação a sua felicidade é analisada em nove dimensões: padrão de vida econômica, critérios de governança, educação de qualidade, saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gerenciamento equilibrado do tempo e bem-estar psicológico.

Pela pesquisa World Values Survey, deste ano, que envolveu 350 mil pessoas em 97 países e territórios, a Dinamarca lidera, Rússia e Iraque estão entre os dez menos felizes e o Zimbábue, na África, ficou em último lugar. O país mais rico, os Estados Unidos, ocupou o 16º lugar na lista.

O Brasil é o 30º país no ranking do FIB.

Um protótipo do FIB foi colocado em prática em abril, em Angatuba, São Paulo. Na capital paulista, o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, propõe, a partir de 2009, iniciar pesquisas de medição do FIB em subprefeituras.

O IFF, Índice de Felicidade Futura, foi concebido e pesquisado para o BID pela FGV. Foram 150 mil entrevistados pelo Gallup World Poll, em uma amostra de 132 países. A pesquisa mostra a satisfação prospectiva de um cidadão do mundo com a vida. A perspectiva de felicidade futura cai com a idade do indivíduo, de 7,41 aos 15 anos até 5,45 para aqueles com mais de 80 anos, quando a felicidade presente e futura se equivalem.

A juventude é um estado de espírito não determinado pela idade em si, mas pela postura da pessoa diante do seu futuro. O jovem acredita que o melhor da vida ainda está por vir.
No Brasil, é particularmente alta a expectativa em relação ao futuro – na escala de 0 a 10, nossa nota média é 8, 78, mais do que qualquer um dos 132 países pesquisados.

O Brasil é número 1 no IFF do mundo.

“Em estudo da FGV, sobre a classe média – O brasileiro é aquele que apresenta a maior expectativa de felicidade futura, superando inclusive os EUA, 9º do ranking, e Dinamarca, líder mundial de felicidade presente, mas 3ª do ranking de felicidade futura”. Marcelo Néri, FGV.
PIB 9º, IDH 70º, FIB 30°, FIF 1° demonstra acentuada concentração de renda e que somos efetivamente um país do futuro. Condição, que bem trabalhada pode nos levar mais rápido a presente próspero e mais justo. Ou não?

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Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e toda semana escreve neste espaço para a felicidade geral da nação (do blog, com certeza).