Avalanche Tricolor: Prá comemorar o centenário

Camisa em comemoração ao centenário do primeiro Gre-Nal

Caxias 4 x 0 Grêmio do B
Gaúcho – Estádio do Centenário

Caprichoso o destino que programou para o próximo domingo um Gre-Nal quando na véspera o Inter completa 100 anos de fundação. A lógica colocaria os dois grandes do futebol gaúcho frente à frente daqui uma semana, provavelmente. Mas o inesperado resultado desta quinta-feira à tarde – que, convenhamos, não é dia de jogar bola -, em um estádio que leva o nome de “Centenário”,  nos propiciou a oportunidade de participarmos desta festa, e na casa do aniversariante.

Teremos a possibilidade de reviver as emoções do primeiro confronto entre as duas equipes que fizeram o futebol do Rio Grande do Sul destaque mundial. Foi a 100 anos, também, que o torcedor experimentou pela primeira vez o sabor desta disputa.

No dia 18 de julho de 1909, no estádio da Baixada, com cinco gols de Booth, quatro de Grünewald e um de Moreira, o Grêmio aplicou uma goleada histórica no tradicional adversário: 10 a 0. Resultado marcante que os gremistas decidiram lembrar com uma camisa comemorativa, neste 2009. A minha já está em casa pronta para ser vestida mais uma vez com o orgulho que tenho do meu time.

E se mais uma vez as linhas tortas nos empurraram para este caminho, precisamos agora convencer aqueles que forem escalados a vestir o Manto do Imortal, no domingo, que há uma história a ser honrada. A nossa história

Avalanche Tricolor: Noves fora

Entra de uma vez, deve pensar Makelele (Foto: Grêmio.net)

Grêmio 2 x 0 São Luis
Olímpico – Gaúcho

Segunda-feira, 7 e meia da noite. Arquibancada quase vazia, via-se muito mais faixas e bandeiras do que torcedores. O barulho que sempre toma conta do Olímpico era quase um ruído por trás da transmissão do PFC – que voltou a apresentar problemas no sinal, por três ou quatro vezes. Os loucos da Geral estavam lá porque sempre estão. O Grêmio também estava porque é obrigado a dividir a saga da Libertadores com jogos pelo Campeonato Gaúcho.

Foi, aliás, o primeiro jogo de uma série de quatro que serão disputados em apenas nove dias. Desses, um para garantir presença entre os classificados à próxima fase (já foi), outro para se manter em primeiro lugar no grupo (será quinta à tarde), o terceiro válido pelas quartas-de-final do Estadual (no domingo). Para fechar a sequência, dois dias depois da disputa de uma das partidas eliminatórias do Gaúcho, pega o Aurora pela Libertadores (na terça).

Mal tratado pelos cartolas, ao Grêmio resta encarar este desafio e provar a todo jogo que é capaz. Hoje, foi com os titulares e mostrou o que os comentaristas gostam de chamar de “volume de jogo” excepcional. Pouco deixou o adversário fazer em campo. Vitor, sério, praticamente não sujou o uniforme. Mesmo assim, a bola parece ainda ser um obstáculo a ser vencido. Apesar de bem cuidada, tocada com carinho, deslocada para que se apresente diante do gol, teima em não entrar.

É certo que entrou duas vezes, hoje, pelos pés de Makelele, o simpático coringa, e de Reinaldo, talvez o último dos atacantes na lista de preferência do torcedor (a propósito, bonito gol fez Reinaldo).  Assim como também é certo que a bola entrou no gol adversário sempre que mais precisamos: na Libertadores. Mas bem que poderia ser um pouco mais generosa nem que fosse por gratidão ao time que tantas vezes estará em campo na semana que apenas começa.

Avalanche Tricolor: Minha paciência vale R$ 6

Ulbra 1 x Grêmio – B 1

Gaúcho – Canoas

Emoção, muita emoção. O futebol brasileiro nos leva a prender a respiração, sentir o sangue pulsando mais forte nas veias, e o coração bater como se fosse explodir, mesmo antes de a partida se iniciar. A medida que a hora do jogo se aproxima este sentimento aumenta. Tensão. O controle remoto treme na mão apontado para o aparelho de TV, os números teclados demoram a aparecer; antes da imagem surgem os letreiros sobre uma barra azul e o nome do seu time não está ali.  Você se apressa a teclar outros números, outro canal,  e mais um momento de hesitação, espera. Nada, nada de o clube pelo qual você torce aparecer na tela.  Quem sabe mais para frente ? Não, mais para trás. Quem sabe na grade de programação ? Não, em lugar nenhum.

Frustração. Apesar de você pagar quase R$ 50 pelo direito a assistir às partidas do seu time na televisão, o PFC – nome do canal que oferece (?)  os jogos dos campeonatos regionais de vários estados brasileiros, inclusive o Gaúcho – mais uma vez lhe deixa na mão. Em nenhum canal pago, o seu Grêmio está presente. Pela segunda vez em pouco mais de um mês.

A bola já rola, e você corre ao telefone para saber o que está acontecendo. Logo que liga para o serviço de atendimento da NET é vítima de um golpe que a operadora de TV a cabo aplica no Código de Defesa do Consumidor. O sistema automático atende sua ligação e gera um número de protocolo (no meu caso 003090055082539) para, em seguida, deixar-lhe pendurado ao telefone sob a promessa de que um atendente vai lhe atender. Foram mais de 30 minutos de espera, ouvindo sempre a mesma gravação, o anúncio de um programa qualquer pelo qual não estou interessado. De repente, um ser humano fala do outro lado e seu coração volta a bater forte. Meu problema será solucionado.

Após ouvir minha reclamação, e eu ter de ouvir alguns “um minuto, senhor” e “estou verificando, senhor”, descubro que um problema técnico impede a transmissão da partida, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. Mas, incrível,  o jogo passa na TV aberta, diz o atendente. Ou seja, quem não pagou, lá no Rio Grande do Sul, assistiu ao jogo do Grêmio e Ulbra, pela RBS TV, quem pagou não teve este direito.

Questionei o funcionário sobre os meus direitos, e descobri que terei um desconto na minha fatura de R$ 6,00. É o preço da minha paciência e da incompetência do serviço oferecido aos assinantes. Detalhe: só terei o desconto porque reclamei, pois este não me foi oferecido como deveria ser de praxe em empresas que respeitam o consumidor.

Após tantas emoções, descubro que, em campo, o futebol que o time reserva do Grêmio apresentou não valia sequer os R$ 6 que recebi de desconto.

Avalanche Tricolor: A fera está solta

Maxi Lopez faz o primeiro com a camisa do Imortal (foto: Grêmio.net)

Grêmio 6 x 1 São José

Gaúcho – Olímpico

O São  José foi o segundo time a morar num pedacinho de corações gremistas e colorados. Se não era verdade, tratava-se, pelo menos, de  santa mentirinha. As novas gerações já não cultivam esse hábito e, com mais razão, os profissionais dos dois times, haja vista, por exemplo, a goleada aplicada pelo Grêmio no Zéquinha. A propósito, procurei pela Avalanche Tricolor no teu blog e não a encontrei

Quase como um puxão de orelha, chego em casa após a meia-noite e leio esta mensagem na caixa de correio, assinada pelo ouvinte-internauta  que se identificou apenas pelo primeiro nome, Pablo. Tinha razão da bronca, logo na noite em que o Grêmio faz uma apresentação como esta pelo Campeonato Gaúcho por que haveria de abrir mão desta coluna mantida há mais de ano e escrita sempre após os jogos do Imortal. Escrita, algumas vezes (poucas, por sinal), com imensa dor no coração.

Compromisso profissional me tirou de casa antes do término da partida. Fui participar do programa Quarta Viva, apresentado pelo professor e vereador Gabriel Chalitta, na TV Canção Nova. Aproveitei para falar da campanha Adote um Vereador, conversei sobre a responsabilidade do jornalista diante do cidadão, e a importância da palavra, entre outros temas. Antes de mim, na mesma cadeira, esteve Heródoto Barbeiro que falou da experiência (enorme, por sinal) dele na comunicação, e desfilou conhecimento e simpatia.

Foi, aliás, no bate-papo com o Heródoto, antes do programa se iniciar, que fiz minha última consulta na internet para confirmar o resultado da partida do Grêmio contra o São José. “Santo o quê ?”, perguntou o professor. Minha explicação não foi tão precisa quanto da mensagem reproduzida na abertura deste texto, mas me parece que ele não estava muito interessado mesmo. Queria apenas ironizar mais uma conquista do tricolor.

Confesso que não fiquei surpreso com o placar final. Ao sair de casa, o Grêmio vencia por 4 a 1 e o primeiro tempo sequer havia se encerrado.  Goleada que se iniciou aos 21 segundos de jogo (recorde do ano), quando em um ataque fulminante Tcheco completou para as redes. Em seguida, viriam os gols de Léo, Jonas e Jonas.

Fábio Santos, soube depois, fez o quinto. Mas lamento mesmo não ter tido a oportunidade de assistir ao sexto gol, o primeiro de Maxi Lopez vestindo a camisa do Imortal, que saiu do banco para levantar a torcida, conforme leio na imparcial cobertura do portal Grêmio.net. Sem tempo para procurar o gol na internet me delicio com o poder da imaginação. Vejo a bola disparar dos pés de Souza na cobrança de falta com velocidade suficiente para tornar impossível a defesa do goleiro adversário que a solta na área quando surge o argentino, cabeludo, visão aguçada e faro de gol;  a bola se apresenta a ele e Maxi, educadamente, atende: Muito prazer, eu sou a Fera !

Avalanche Tricolor: Esperar o quê ?

temporal

Grêmio 1 x 2 Inter
Gaúcho – Erechim

A chuva no sábado estragou o programa da noite, ver a comemoração dos 70 anos de Jair Rodrigues, no Auditório do Ibirapuera. Já havia feito a luz apagar enquanto concluía artigo encomendado por um jornal do interior interessado na campanha Adote um Vereador.  Não estava salvo, é claro. O temporal também estragou o portão automático de casa.

No domingo, havia sol. Mas a briga com o computador ainda não havia se encerrado. Gravar mais de 4 mil fotos armazenadas desde 2004 tornou-se um martírio. Os CDs não liam os arquivos quando buscava confirmar a gravação em outras máquinas que tenho em casa. Um delas travou e, sabe-se lá o motivo, passou a reiniciar por conta própria. O portão da  garagem não estava apenas estragado, travara no alto, aberto. Haja habilidade para voltá-lo à posição segura, fechado.

A visita a casa de um amigo que mora próximo foi cancelada. Desde ontem não havia energia elétrica no bairro dele. E o telefone da Eletropaulo não atendia as reclamações. “Reclama lá na CBN, Milton !”, pediu após se desculpar pelo almoço desmarcado.

O dia ainda me reservaria uma visita forçada ao Hospital São Luiz para levar a mulher a consulta no pronto socorro. Exames, remédio, soro, mais exames, só mais um pouco de soro. Médicos e enfermeiros. E o diagnóstico: “A senhora está bem, pode voltar para casa”. Como sair do hospital com o pé d’água que atingia o Morumbi naquela hora ? Melhor ir embora assim mesmo, a energia elétrica foi cortada duas vezes enquanto estávamos lá.

Ao chegar em casa, lembrei do portão não-automático. Você já tentou levantar um desses de ferro enquanto chove torrencialmente na sua cabeça ? Eu tentei. Levei um banho. Do portão e de chuva. Os meninos dispostos a assistir ao filme 3D no cinema do shopping da região também voltaram: “quebrou o ar-condicionado”.

Com um fim de semana desses, o que eu poderia esperar do Gre-Nal ? Um gol contra, um gol anulado, uma injustiça

Boa semana a todos !

Avalanche Tricolor: Cabelo, barba e bigode

Grêmio 5 x 0 Esportivo

Gaúcho – Olímpico

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A preguiça propiciou uma injustiça. O gol de cabeça marcado por Ruy na estréia do Grêmio no meio da semana merecia algumas linhas nesta Avalanche. Era a primeira partida do lateral direito que aos 30 anos já havia jogado no Rio, São Paulo, Minas, Santa Catarina e Pernambuco. Comemorou do jeito que eu gosto, sem remelexos, apenas um soco seco no ar e olhando na cara do torcedor.

Ruy me deu outra chance ao abrir o placar na primeira partida dele no estádio Olímpico na tarde deste sábado. Ele concluiu uma jogada que enche os olhos do torcedor. A bola passou de pé em pé, os jogadores se movimentaram com facilidade, mostraram um entrosamento atípico para início de temporada, e no chute final as redes estufaram. Desta vez deixou o soco de lado e esperou um companheiro chegar para lustrar sua chuteira.

Comemorações à parte, Ruy foi o principal destaque dos Carecas da Azenha, grupo formado por ele, Alex Mineiro e Ortman. Jogou com categoria pelo lado direito, apareceu bem dentro da área e fez cruzamentos precisos.  O outro carequinha também se deu bem. Alex fez seu primeiro gol em cobrança de penâlti, e já havia colaborado nas jogadas de ataque.

Golaço, também, fez Souza na cobrança de falta. No fim do jogo disse que aprendeu com Rogério Ceni. Interessante este futebol em que o atacante aprende a cobrar falta com um goleiro. Aliás, Souza não é careca, mas ficaria bem melhor se o fosse. Inventou um falso moicano que chega a fazer rir.

Mas quem está aí para esta coisa de carecas e cabeleiras, se hoje o Grêmio fez cabelo, barba e bigode no Esportivo de Bento Gonçalves