Sete de setembro: Dia do Grito contra a corrupção

 

Carlos Magno Gibrail

Jaqueline Roriz conseguiu que a maioria de seus colegas, ou comparsas, deputados eleitos pelo povo brasileiro, acobertados pelo voto secreto, votassem pela não cassação de seu mandato.

Diante da série intensa de casos de corrupção, eis que as excelências de Brasília inovam ao desconsiderar o velho ditado de que uma imagem vale mais do que muitas palavras. E, foram adiante, alegaram que a cena do crime mostrada pela câmera que registrou o fato – a cidadã Roriz recebendo dinheiro – era anterior ao seu mandato.

É argumento ao revés, pois um fato anterior de tal gravidade deveria reforçar o engodo que foi levado aos 100mil cidadãos que votaram nesta senhora. Certamente currículo deste nível para os eleitores seria considerado suficiente para não elegê-la.

Esta corrupção endêmica, não é especialidade nacional. Pelo menos ainda não tivemos político imitando Berlusconi, que chamou a Itália de país de m—-, como se a nação fosse como alguns deles. Mas, isto não é consolo, e muito menos motivo para não reagirmos.

A senhora Roriz deverá contribuir para mudanças éticas e práticas.

“João Ubaldo Ribeiro no Estadão sugere uma “Reforma na corrupção”, estabelecendo um Fundo Nacional de Governabilidade Sustentável”, para substituir o mensalão e as trocas-trocas, chamadas de sistemas de barganhas e concessões. Fina ironia, para sistematizar o crime, já explícito.

Tutty Vasques não se conforma com o sorriso da “loira da farra do dinheiro”, pois acha que é indefinível por que alguns meliantes cobrem o rosto diante das câmeras e alguns o mostram.

Para quem estiver disposto a se manifestar contra políticos e afins, hoje, Sete de Setembro, Dia do Grito, haverá manifestações públicas. Já no domingo, a jornalista Isadora Perón informou que pela convocação só do Facebook mais de 75 mil internautas tinham confirmado presença.

Currículos e imagens podem ser ignorados pela maioria dos deputados, mas certamente eles não serão ignorados pela maioria dos brasileiros.

(Veja aqui onde serão realizadas manifestações de combate à corrupção)

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve, às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung

Foto-ouvinte: Chama o Sugismundo

 

A preocupacão com o lixo acumulado na cidade aumenta a medida que as chuvas de verão se aproximam. Nesta semana, chegaram cenas tristes encontradas nas esquinas de São Paulo que se transformaram em lixões a céu aberto.

Lixo no Jardim Jaqueline

O Jardim Jaqueline está na zona Oeste e não precisa andar muito para tropeçar na sujeira que toma conta das calçadas, enquanto crianças brincam e famílias inteiras tentam viver. Não basta responsabilizar a população pelo lixo acumulado, pois faz um mês que as reclamações são feitas à subprefeitura do Butantã, mas nada é recolhido, segundo informa o líder comunitário Antônio do Chapéu.

Lixo no Jardim Independência

O Parque Independência está na zona Sul e a situação é semelhante. A lixeira e a caçamba escondidas embaixo do lixo estão na avenida da Meonda Velha com a rua Feitiço da Vila, pertinho de uma escolha municipal. De acordo com Devanir Amâncio, da ONG Educa SP, a sujeira não é recolhida regularmente, “cabendo ao córrego Moenda Velha levar o lixo para a Represa Guarapiranga”.

Se a prefeitura é acionada e nada faz, resta ao cidadão recorrer ao Sugismundo, personagem criado na década de 1970 em campanha do Governo Federal que tinha como lema “povo limpo povo desenvolvido”. Com ele, ao menos, a gente dava boas gargalhadas