Mundo Corporativo: Ricardo Triana, do PMI, apresenta 6 megatendências que vão impactar o planejamento do seu negócio e da sua carreira

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“Projetos são tão fundamentais na vida que é melhor preparar a que tenha conhecimento e habilidade para que se faça as coisas acontecerem e não fique apenas na ideia”

Ricardo Triana, PMI

Por acreditar na ideia de que qualquer coisa que acontece, acontece através de projetos e para que as coisas aconteçam de forma efetiva precisamos estar preparados, pesquisadores do PMI — Project Management Institute identificaram seis megatendências que impactam o futuro dos negócios. De acordo com Ricardo Triana, diretor-geral do instituto que reúne gestores de projetos do mundo todo, olhar os negócios, os investimentos e a preparação dos profissionais, a partir dos resultados dessa pesquisa, permitirá que organizações públicas e privadas reajam melhor diante dos desafios que surgirão no mercado.

“… coisas como a nuances demográfica ou a crise climática — você pode estar preparado ou não —, mas isso vai impactar a forma como você decide seus investimentos, como você prepara seu pessoal e atrai talentos”.

A seguir, listo as seis megatendências apresentadas pelo PMI com comentários que o Ricardo Triana fez durante entrevista ao Mundo Corporativo.

Disrupção digital — “é prioritário entender como Inteligência Artificial, como o Machine Learning,  etc, como essas coisas vão acontecer aqui. E não estou falando em entrar em web, não estou falando em criar um aplicativo. Estou falando de criar esse novo ecossistema de  trabalho e entender como funciona, porque não é o problema de definir algo que vai acontecer em dois anos, vai ser agora”.

Crise climática — “80% das empresas (no Brasil) usam material reciclável, quando normalmente, no mundo, a média é 67%; mas isso só não muda a crise climática. Você tem de começar a dizer, quando estou fazendo um investimento, quando estou fazendo uma planta, quando estou fazendo um projeto, como eu estou apoiando a redução da crise climática”.

Movimentos civis, cívicos e de igualdade — “85% das organizações estão acelerando seus programas de diversidade porque já perceberam que têm de fazer alguma coisa e isso não aconteceu por acaso, aconteceu porque existe uma pressão da sociedade para fazer isso … Quando (as pessoas) não são escutadas, existe uma pressão que impacta a economia”. 

Mudanças demográficas — “… temos mais pessoas velinhas que ficaram no trabalho e também temos mais jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Temos que procurar como fazer que eles estejam compartilhando, sendo efetivos, transferindo o conhecimento, ter certeza de que esse conhecimento que as pessoas que têm mais experiência, mais anos na organização não está se perdendo. 

Escassez de mão de obra — “ … porque isso (mudanças demográficas)  também tem muito a ver com a escassez de mão de obra, porque quanto mais as pessoas ficam no mercado, maior a possibilidade de elas começarem a procurar outras oportunidades. Se não fizerem a transferência efetiva de conhecimento, se não estivermos preparando os jovens para darem resultando no dia um e não esperando por um plano de crescimento, de treinamento, etc, não serão efetivos os resultados”.

Mudanças econômicas — “Dos maiores medos que temos na América Latina, em particular no Brasil, é a economia … Um dos setores mais impactados (na pandemia) foi o de manufatura porque a cadeia de suprimentos foi impactada … 15% dos fabricantes de alguma peça de celular, tecnologia, etc, tiveram que interromper sua produção. O que você deveria estar pensando é como eu me preparo para que isso aconteça sem perder a globalização”.

Para se aprofundar em cada uma dessas megatendência e refletir melhor sobre como podemos estar preparados e planejar nossos próximos passos, na organização e na própria carreira profissional, assista à entrevista completa com Ricardo Triana ao Mundo Corporativo e aproveite as informações que estão disponíveis no site do PMI.

O Mundo Corporativo tem produção de Renato Barcellos, Bruno Teixeira, Débora Gonçalves e Rafael Furugen.

Mundo Corporativo: Fernando Macedo aponta as despesas que travam o crescimento da sua empresa

 

 

Em mais de 90% dos projetos de consultoria para redução de gastos, a empresa aumenta a qualidade do serviço prestado e a produtividade, sem precisar trocar o fornecedor. A afirmação é de Fernando Macedo, consultor da ERA – Expense Reduction Analyst, em entrevista ao programa Mundo Corporativo, da rádio CBN. Apesar do susto que projetos de corte costumam gerar nos trabalhadores da empresa, Macedo salienta que dificilmente os ajustes passam pela folha de pagamento.

 

O Mundo Corporativo vai ao ar às quartas-feiras, 11 horas, no site http://www.cbn.com.br. O programa é reproduzido, aos sábados, a partir das 8h10, no Jornal da CBN.

Moda & Trabalho: o inverso do espetáculo

 

Carlos Magno Gibrail

 

Sewing and cutting of cloth (all women), 1936

 

Em 1930, a cidade de New York, centro mundial da indústria de confecção, começou a receber os reflexos da nova tendência da moda, que passava a enfatizar o design e o comércio em sua cadeia operacional. A Produção perdia importância estratégica a ponto de poder se dissociar do contexto. Corte, costura e acabamento, poderiam estar em outros locais, mais apropriados para um setor industrial. E, a costura, etapa mais intensiva de mão de obra passou a exercer forte papel social.

 

Em 1987, com 23 anos de atuação no setor de confecção, três anos de mestrado em Administração, e um ano estudando e atuando na sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas de Confecção Infantil, apresentei a minha dissertação de Mestrado à PUC SP. Era o primeiro trabalho acadêmico focando empresarialmente o setor de moda, e ressaltava, genericamente, a importância das confecções brasileiras no aspecto corporativo e, especificamente, o trabalho feminino domiciliar das costureiras, apontando a sua inigualável função social.

 

Hoje o trabalho domiciliar, imprescindível às populações carentes, foi reduzido em parte pela melhoria das condições trabalhistas, que exigem registro e cumprimento das leis, que impossibilitam às pequenas oficinas se manterem devido aos baixos valores que recebem. Ao mesmo tempo, do lado oposto surgem locais que, ao descumprirem tudo, se viabilizam.

 

Para as Pequenas e Médias Empresas, as mudanças foram drásticas, pois muitas não sobreviveram às variações de mercado, outras foram incorporadas por grupos financeiros. Poucas cresceram. Ao traçar hoje, um quadro de sobrevivência para as Pequenas, Médias e Grandes empresas nacionais de confecção, fico apreensivo com a questão do trabalho industrial terceirizado. Segunda-feira, o Estadão publicou matéria sobre o trabalho escravo. O “Domínio do fato” teoria de 1930, usada para condenar nazistas e também “Mensaleiros”, está sendo cogitada para punir na ponta marcas de moda. Preocupa-me, pois relegar as oficinas e condenar as marcas na ponta, atende à espetacularização.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

Procura-se mão de obra qualificada e honesta

 


Por Milton Ferretti Jung

 


Maria Helena e eu moramos em uma casa térrea na Zona Sul de Porto Alegre. Quando a nossa residência foi reformada em 2009, a loja, que se responsabilizou pela remodelação da cozinha, brindou-nos com um fogão de quatro bocas, desses que não possuem forno. Maria Helena, quase de imediato, arrependeu-se de ter aceito o presente, mas aguentou até julho do ano passado, estoicamente, cozinhar num aparelho sem o acessório que, para ela, era indispensável. Em julho de, 2012, depois de muito pesquisar, ela decidiu-se por um fogão de seis bocas e, claro, com forno: um Consul. Imaginamos que logo iríamos estrear o fogão. Como o dito era, porém, bem maior do que o maldito, fizeram-se necessárias modificações no móvel da pia.

 


Enquanto a gente não encontrava quem cortasse parte do granito dessa, o que possibilitaria o encaixe do fogão, esse foi colocado atrás da porta de entrada. Isso não representou problema, eis que entramos em casa, habitualmente, pela garagem. Afinal, pensávamos, não vai demorar para que Malena (apelido que minha mulher usa para entrar nas redes sociais) contratasse um marcineiro. O profissional que tínhamos em vista para executar o serviço demorou um tempão. Finalmente, apareceu.

 


Com as duas etapas vencidas, restava colocar o fogão no seu devido lugar, livrando a porta de entrada do obstáculo que lá estava, lembro, desde julho de 2012. Telefonamos para a empresa que nos vendera o aparelho, acreditando que ela tivesse assistência técnica em Porto Alegre. Tinha, aliás, ainda tem. Fomos informados pela atendente da Consul, após muita conversa e várias ligações, que o serviço seria realizado na sexta-feira (estávamos na segunda-feira). O horário de atendimento, na sexta, iria das 14h às 18h. Esperamos em vão. Por três vezes o pessoal da assistência técnica autorizada nos fez de bobos. Ninguém nos visitou. Descobrimos que a autorizada serve (ou desserve) não só à Consul, mas, também, à Brastemp. Desistimos dessa gente e ligamos para um distribuidor de GLP que, prontamente, veio à nossa casa, pôs o fogão no lugar e conectou-o à saída de gás, sem cobrar nada pelo serviço. Estamos agora necessitando de um eletricista. Profissionais desse ramo, confiáveis, são raros. Passaram vários pela nossa casa. Por enquanto, nenhum conseguiu montar um quadro de disjuntores capaz de evitar que ao se pretender ligar o motor da piscina, comece a funcionar o “split” do living. Podem me chamar de saudosista, mas, antigamente, mão de obra especializada era encontrada bem mais facilmente do que hoje em dia.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)