Avalanche Tricolor: Miralles, o ressurgimento

 

Grêmio 3 x 1 Caxias
Gaúcho – Olímpico Monumental

 

 

O futebol está sempre disposto a nos proporcionar momentos fantásticos, pronto para ser palco de cenas memoráveis e histórias contadas por personagens incríveis. Nós, gremistas, sabemos bem o que isto significa, pois desde os primeiros momentos de nossas vidas fomos marcados por fatos sensacionais e aprendemos a ouvir os feitos de gente como Lara, o goleiro imortal, ou Aírton, zagueiro que teve seu nome estampado nas camisas tricolores na tarde deste domingo. Houve times inesquecíveis, seja pelos talentos reunidos seja pelas vitórias impossíveis. E como tivemos. Portanto, não me surpreenderia se estivéssemos diante de mais um destes fenômenos, talvez não da mesma dimensão, mas com detalhes que valham alguns parágrafos bem escritos mais adiante (não por mim, mas por alguém com talento para tal, lógico). Refiro-me ao ressurgimento de Miralles, provocado pelo desmonte físico que nosso ataque vem sofrendo nas últimas semanas. O argentino que, pela fama que leva, fez muito pouco até aqui, andava desmotivado, sem destino, procurando o eixo, um caminho para recontar sua passagem no Grêmio, onde constantemente tem seu nome gritado pelos torcedores que cultivam uma paixão inexplicável pelo atacante. Em menos de uma semana, foi resgatado do ostracismo e levado ao time titular. Em campo foi veloz para chegar na área, dar um corte nos zagueiros que apareceram no seu caminho e chutar de maneira a desviar a bola do goleiro. Foi festejado por todos da equipe, apertou a mão do técnico como agradecendo pela oportunidade oferecida, fez o sinal da cruz, e o nome voltou a ecoar nas arquibancadas do Olímpico Monumental.

 

Um gol na boa vitória deste domingo pode ser pouco para quem pretende reescrever sua história no Grêmio. Teremos que esperar os próximos atos para saber se este enredo será eternizado por Miralles, mas, sem dúvida, foi uma ótima retomada. Principalmente, porque o fez ao lado de André Lima, jogador que passou por situação semelhante e também marcou na partida de hoje. Imagine que, se isto der certo e chegarmos ao título, poderemos falar com orgulho aos nossos filhos (e para a inveja dos nossos adversários) que um dia buscamos mais uma grande conquista com um ataque formado por jogadores que aprenderam, por linhas tortas, o poder da imortalidade.

Avalanche Tricolor: Um olhar em Miralles

 

Grêmio 2 x 2 Avaí
Brasileiro – Olímpico Monumental

Um juiz trapalhão e um time atrapalhado não costumam ser motivo de entusiasmo, mas o gol que impede a derrota no minuto excedente é sempre excitante para o torcedor. Vibra-se muito mais para espantar a indignação pelas coisas que não estão dando certo do que propriamente pelo ponto conquistado, pouco para quem está diante de sua torcida e contra um adversário capenga na competição.

Mesmo levando-se em consideração tudo isso, quero escrever esta Avalanche com uma visão positiva do que pode acontecer com o Grêmio neste Brasileiro. Olhar que se abriu aos 7 minutos do segundo tempo quando Miralles entrou em campo com o desafio de mudar o cenário de melancolia que assistiamos. E conseguiu.

O atacante-argentino-cabeludo demonstrou um desejo e uma coragem na busca do gol que vinham fazendo falta ao time. Foi quem mais chutou ou tentou marcar de todos que estiveram em campo, nessa noite, apesar de ter jogado apenas metade da partida. Além disso, parece ter acordado Escudero, seu compatriota, o que será muito bom para a saúde do torcedor gremista no segundo semestre que se aproxima.

Já vimos muito fogo-de-palha vestir a camisa tricolor, gente que estreou com uma cara e logo se descobriu que não passava de uma máscara para nos ludibriar. Pelo histórico e expectativa em relação a Miralles a possibilidade de sermos enganados, porém, é pouca. É preciso apenas que ele seja encaixado em um time um pouco mais organizado e confiante.

Que o espírito de Miralles contamine o Imortal. E ele se transforme em personagem constante desta Avalanche.