Eles querem as gordinhas

 

Por Dora Estevam

Fluvia Lacerda

O frio chegou, assim como a Copa. E a fome também. Há quem brigue com a balança achando que está quebrada, que tem algum engano. Também pudera – não sei você, mas eu não paro de comer. E isso que o Brasil ainda não jogou.

Não pensa que esqueci das festas Juninas. Pelo menos duas são obrigatórias. Para quem gosta de comida típica como eu, impossível fugir delas.

E tem também os desfiles da SPFW – edição que apresenta a coleção de verão 2011. E volta o assunto das modelos magras. Mas sempre foram. E vai coleção, vem coleção o assunto é sempre o mesmo. Uma campanha aqui, outra ali, e continua tudo igual. Verdadeiros cabides.

Calma, não estou querendo dizer que deveria ser diferente nem criticando o fato de não ser como elas (nem de longe… ) também não posso dizer que tem que ser assim mesmo porque senão as gordinhas vão me matar.

Tá ! Por falar nelas, agora muito, mas muito mesmo, em moda são as modelos Pluz Size (modelo GG) garotas de bem com a vida e lindas. A novidade este ano é que o evento que organiza o Miss Brasil (normalmente, Miss Magrinha) agora também seleciona Miss Brasil GG. Legal, né!

A garota precisa seguir alguns pré-requisitos, nada complicado: primeiramente, é claro, ser G ou maior que G; ser solteira, não pode nem morar junto (põe o namorado pra correr); nunca ter posado nua, nem mostrado o seio em foto (ufa!) nem ter feito filme pornô; e ser muito alegre, simpática, ter boa postura, estar com a saúde em forma e a educação, também.

Bem, se você conhece alguém que se enquadra nestes requisitos e gostaria de ser Miss, vale a pena tentar. É só clicar www.misssaopaulo.com.br.

Fluvia LacerdaUm caso muito conhecido de modelo nesta categoria é o da brasileira Fluvia Lacerda, 29 anos,13 anos em Nova York. Pode-se dizer que a moça revolucionou o mercado GG no Brasil. Voltou para renovar o conceito das confecções com relação aos tamanhos grandes e também deu um empurrão nas modelos gordas que na opinião dela eram desvalorizadas e mal pagas.

Tem mercado para todo mundo, ninguém fica de fora nem a barriguinha proveniente da comilança, efeito Copa, Festa Junina, desfiles, e etc.

O interessante é que a roupa exerce um poder nas pessoas sem que elas percebam. Mesmo que diga que não liga pra estas coisas, acaba caindo em contradição quando vai às compras porque a peça que está em casa está fora de moda ou está velha. É sempre assim.

Eu conheci gordinhas lindas e super bem vestidas, meninas que se produzem com peças da moda e ficam charmosas. Assim como outras que nem ligam para a moda e dão graças a Deus por ter um camisão bem largo para se esconder dentro dele. Também conheço magras que são verdadeiras cafonas e outras que são chiquérrimas. Tudo é uma questão de gosto e estilo da pessoa.

Agora, é muito comum ouvir as grávidas, as gordas e as pessoas com deficiência reclamarem que nunca tem roupa para eles. É verdade. Vergonha mesmo é o Brasil com tantos talentos de estilistas não ter um sequer que faça a moda voltada para estes segmentos. Assim como o pessoal do Miss Brasil deu o primeiro passo quem sabe o Paulo Borges, diretor do SPFW, não segue o caminho e convide estilistas com propostas para este mercado desfilarem na próxima edição.