A boneca sem-teto

 

Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP

Bonecos sem-teto

 
São Paulo é uma cidade cheia de curiosidades e detalhes que a torna mais humana. No Parque Dom Pedro II, por vários dias a boniquinha ‘Chiquinha’, da moradora de rua Maria, ficou sentadinha na  guarita da sentinela do antigo quartel abandonado, enquanto Maria catava latinha ou ia lavar roupa no chafariz da Praça da Sé. As pessoas passavam e paravam para olhar a bonequinha que parecia uma criança recém-nascida. Olhavam, olhavam, e admiradas partiam meio tristes .
 
Maria foi embora para Cambé , norte do Paraná.

Bonecos sem-teto
 
Na Praça Wilson Olivetto, Mooca, na  Zona Leste, uma outra cena impressiona: um macaquinho  de pano verde e olhos pretos expressivos ou esbugalhados – pendurado num pé de goiaba – pisca o tempo todo. Parece que quer dizer alguma coisa.
 
Talvez observar as coisas simples da cidade num feriado prolongado, pode ser a descoberta para viver melhor .
 
                                             

Arquitetura paulistana: Pensão da Mooca

 

Casarão abandonado

Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP

 
É impressionante a mistura de beleza arquitetônica e descaso na rua  do Hipódromo, região da Mooca,na zona leste. A rua  perto do prédio São Vito, em demolição, está longe do boom imobiliário que sacode a cidade, mas é possivel  ver na tradicional rua  armazéns, casinhas e casarões deteriorados com   placas empoeiradas de “aluga-se”.
 
Muitas dessas riquezas – esquecidas ou ignoradas pelos órgãos públicos –  não têm dono. É o  caso de um sobrado na esquina da Avenida Alcântara Machado com  a  própria Hipódromo, que salta aos olhos de quem passa pelo local.

O casarão não  está aberto para visitas : ali funciona uma ‘pensão’.

Conte Sua História de SP: A família da Mooca

 

Waldemar Antonio Grazioso SarokaNo Conte Sua História de São Paulo, Waldemar Antonio Grazioso Saroka, o Tuca, nascido na Mooca, em 1967. Os avós paternos são russo e lituano; os maternos, italianos – e foram estes os que deixaram marcas mais fortes na personalidade dele. Eles e o bairro da Mooca, é claro.

No depoimento gravado ao Museu da Pessoa, Zaroka diz a Mooca é uma grande família, pois todos se conhecem e mantém uma fidelidade intensa. “Em qualquer lugar que você vai, é incrível, nos lugares mais remotos você vai: Oh, te conheço de algum … da Mooca”

Tuca também lembra dos namoros nos cinemas da Mooca, em especial no Ouro Verde, ali na rua Javari: “Naquela época você ia no cinema pegar na mão, pra namorar pra um, e tinha uma figura que hoje não tem mais que é o lanterninha. O cara chato que quando você tava pegando na mão (risos) ele enfiava a lanterna na sua cara: “Olha, mais respeito que senão eu vou te por pra fora”.

Ouça o depoimento de Waldemar Zaroka sonorizado pelo Cláudio Antônio

Waldemar Antonio Grazioso Saroka é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. O depoimento foi gravado pelo Museu da Pessoa. Você também pode participar, agendando uma entrevista pelo telefone 2144-7150 ou no site do Museu da Pessoa.

Foto-ouvinte: Papai Noel tamanho família

 

Papai Noel gigante na MoocaApresentado como o maior Papai Noel inflável do Brasil, esta figura se destaca na praça Ciro Pontes, na Mooca, com seus 30 metros de altura. Não é difícil de encontrá-lo por ali dado o exagero do tamanho, mas para ficar mais simples ainda, a praça está na esquina da rua dos Trilhos e avenida Paes de Barros, duas conhecidas vias da região. A foto e as informações são uma colaboração do vice-diretor Superintendente da Associação Comercial de São Paulo – distrital Mooca -, Júlio César Olivieri.

Foto-ouvinte: Jardineira no ônibus

 

Foto e recado do ouvinte-internauta Tiago Cheregati:

Se não me falha a memória, costumava-se limpar as janelas dos ônibus todos os dias, não? As fotos que tirei não são de ônibus rurais que andam por estradas de terra: são aqui da Mooca mesmo. E já faz tempo que a coisa está assim.

Milton, pergunte ao busólogo Ádamo Basani e diga se estou errado: Em nenhuma outra década tivemos janelas tão sujas quanto agora.

Daqui a pouco, não vai dar mais pra saber se está perto de descer… Vamos ter que usar o GPS do celular do colega ao lado. Às vezes parece que a nossa força de vontade pra piorar a situação é maior do que a de evoluir…

Ei, Kassab, coloca no Edital uma ducha pra cada coletivo todo dia!

O lado bom da história:

Antigamente as janelas de ônibus não tinham floreiras como hoje em dia. Vão crescendo plantinhas pra gente olhar, cuidar, e pra filtrar o ar que a gente respira no busão.

Foto-ouvinte: Abrigo de ônibus (?)

(nota republicada com novas informações)

Abrigo de ônibus e gente

Soube, ontem, que São Paulo tem cerca de 9 mil pontos de ônibus, desde aqueles sinalizados com apenas um poste até os cobertos e protegidos dos corredores exclusivos. Nenhum, porém, oferece o conforto deste flagrado pelo ouvinte-internauta Tiago Cheregati em uma das ruas da Móoca, a Borges de Figueiredo. Verdade que atende apenas um paulistano, mas não dá para negar a versatilidade deste abrigo que já não é mais de ônibus.

Um drama social

A ouvinte-internauta Glória, após ouvir a informação no CBN SP sobre o abrigo de ônibus usado como moradia, esclareceu: ali mora uma senhora com mais ou menos 70 anos que foi colocada no lugar pela própria filha. A senhora tem problemas de saúde. A prefeitura, às vezes, passa por lá e a leva para tomar banho. Segundo Glória, a senhora já foi professora na Itália, voltou ao Brasil e reencontrou a filha, usuária de droga. A neta dela foi levada para uma instituição de assistência. A senhora implora por ajuda e clama por um quarto, pois imagina que assim poderá ter a neta de volta. Tem dificuldade de locomoção e precisa da cadeira de roda. “É triste pois com esta idade, o problema de saúde e ainda não anda, precisaria de cuidados médicos, pois só se alimenta quando algum vizinho caridoso lhe dá comida”.

Foto-ouvinte: o Monte Mooca

Monte da Mooca

Você não encontrará este monte em guia de atrações turística nem em livros de geografia, mas ele existe no início da rua da Mooca, próximo da avenida do Estado, de acordo com o ouvinte-internauta Anderson Fernandes. “A cada dia a montanha de entulho aumenta, quisera meu salário seguisse o mesmo ritmo”, ironiza.

Agora o outro lado

“Com relação à foto enviada pelo ouvinte-internauta Anderson Fernandes nessa terça-feira (10), que mostra um ponto viciado de entulho na Rua da Mooca, próximo a Avenida do Estado, informamos que a Subprefeitura da Sé monitora frequentemente a região fazendo o recolhimento diário dos materiais depositados irregularmente no local. As equipes de limpeza já foram acionadas para realizar nova limpeza no lugar ainda nesta tarde.
Atenciosamente,
Secretaria das Subprefeituras”

Canto da Cátia: Cadê a faixa que estava aqui

Rua da Mooca sem sinal

Rua da Mooca, cidade de São Paulo. Mas poderia ser av. Nossa Senhora do Sabará, av. Pacaembu, av. Sapopemba, entre tantas outras que estão abertas para a circulação de veículos em desrespeito ao Código Brasileiro de Trânsito, na capital paulista. De acordo com a Cátia Toffoletto, autora da imagem acima, muitas vias estão sem a sinalização horizontal, obrigatória, causando transtorno e colocando em risco a segurança dos pedestres e motoristas.

A Cátia trouxe o tema de volta ao CBN SP depois de circular por várias ruas e avenidas que apresentam o mesmo problema. Semana retrasada já havia conversado com o secretário municipal dos Transportes Alexandre Morais sobre o tema (acompanhe aqui). Hoje, tanto fez, tanto falou que arrancou uma nota da Secretaria Municipal dos Transportes para explicar a ausência de sinalização.

Leia a justificativa da SMT:

A CET tem um planejamento de obras, que é obedecido rigorosamente. Só no segundo semestre de 2008, a CET implantou 200 mil m² de sinalização horizontal. Para dar uma noção do que esse número representa, uma faixa de pedestre ocupa , em média, 16 m². Quer dizer que o trabalho realizado pela CET nos últimos seis meses do ano passado corresponde à pintura de mais de 12 mil faixas de pedestre.

Porém, em algumas vias, a CET depende do repasse de verbas da Secretaria das Subprefeituras para reaplicar a sinalização que foi retirada pelo recape da rua.  A avenida Nossa Senhora do Sabará é uma delas e a CET está no aguardo. Além da verba das Subprefeituras, a Secretaria Municipal de Transportes acaba de solicitar recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano(Fundurb) para aplicá-lo na recuperação da sinalização horizontal.

Coordenadoria de Comunicação
Secretaria Municipal de transportes

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