Em uma vida adulta “saudável”, tem que caber trabalho, atualização profissional, controle do orçamento, organização da rotina da casa, convivência – com qualidade – com a família, alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, momentos de lazer e… sono, de 7 a 8 horas por noite.
Tem que caber em um dia. Em vários dias. Em todas as semanas, ao longo do mês. Como fazer? Dá tempo?
Vamos começar do fim desse caminho. Reflita comigo: onde você quer chegar? Nessa fase da sua vida, o que tem bastante valor para você? Algumas opções para te ajudar a pensar: destacar-se no trabalho para melhorar o cargo e o salário; organizar a vida financeira para juntar dinheiro para um projeto específico; cuidar mais da saúde física, com exercícios e alimentação; estar mais tempo com a família – envolvendo-se em atividades que conectem vocês…
Precisamos escolher. A vida – de todos, mas especialmente dos adultos – é feita de perdas. Precisamos saber perder, porque será necessário perder. E, se aprendermos a soltar, sobrarão espaço e tempo para o que de fato importa. Para o que mais tem valor no momento.
Desistamos da ilusão do “tem que caber”, “preciso achar tempo pra tudo isso”. Não dá tempo para tudo. Mas dá tempo para o essencial. Para o que é o grande destino dessa fase da sua vida!
Então, antes de sair, anote: onde você quer chegar? Escolha seu grande destino de agora. Organize seus dias, suas semanas, suas prioridades e suas decisões com o olhar nessa direção.
Saboreie o ato de concretizar seus desejos. Não se prenda à fantasia da super produtividade. À armadilha de que tudo caberá.
Liberte-se ao focar naquilo que importa. Para isso, sim, dá tempo!
A Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é médica psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Escreve a convite do Blog do Mílton Jung.
A imagem da avó dedicada integralmente aos netos, um arquétipo arraigado no imaginário popular, está sendo drasticamente reformulada. Um estudo da SeniorLab Mercado e Consumo 60+, com base em dados de 18.604 homens e mulheres 60+ de todo o Brasil cadastrados na Maturi, revela que “cuidar dos netos” ocupa apenas a 18ª posição na lista de hobbies preferidos das mulheres dessa faixa etária. Essa descoberta não apenas desafia estereótipos, mas também sinaliza uma mudança crucial no comportamento do consumidor sênior, com implicações significativas para o mercado. O mito da avó totalmente dedicada à família obscureceu por muito tempo a individualidade e os desejos das mulheres 60+. A pesquisa evidencia uma mudança de paradigma: essa persona está se transformando em um consumidor com novas demandas, aspirações, foco no seu cuidado e limites.
A longevidade crescente e a melhoria da qualidade de vida criaram um novo segmento de consumo: mulheres 60+ que buscam autonomia e realização pessoal. A aposentadoria, antes vista como um declínio, agora é percebida como uma oportunidade para investir em experiências e atividades que proporcionem bem-estar e prazer. A atividade física lidera o ranking de hobbies, seguida por viagens, culinária e atividades sociais. Esse perfil de consumo busca produtos e serviços que promovam saúde, bem-estar e experiências enriquecedoras onde a tecnologia desempenha um papel fundamental na vida das mulheres 60+, conectando-as ao mundo e abrindo novas oportunidades de consumo. A internet e as redes sociais são canais essenciais para alcançar esse público, oferecendo informações, produtos e serviços personalizados.
A mudança de prioridades das avós exige uma revisão das estratégias de marketing quando o ponto de interesse é a família. O foco não deve ser apenas nos produtos e serviços para netos, mas também nas necessidades e desejos das avós como consumidoras independentes. O mercado de produtos e serviços para o envelhecimento ativo e saudável está em franca expansão. As mulheres 60+ são um público-alvo promissor para empresas que oferecem soluções para saúde, bem-estar, lazer e educação. O novo Luxo da Consumidora 60+ é oautocuidado e o bem-estar. As empresas que oferecem produtos e serviços que promovam a autoestima, a saúde mental e a beleza têm um grande potencial de crescimento nesse mercado.
As marcas que desejam se conectar com o público 60+ precisam quebrar estereótipos e adotar uma nova narrativa, que valorize a autonomia, a individualidade e a diversidade das mulheres nessa faixa etária. A maturidade feminina é diversa e multifacetada. As empresas precisam adotar estratégias de marketing personalizadas, que primeiramente entendam e depois atendam às necessidades e desejos específicos de cada segmento. A mídia e o marketing têm um papel fundamental na reafirmação e consolidação de novas narrativas sobre a maturidade feminina. É preciso dar voz às mulheres 60+, mostrando suas histórias, seus desafios e suas conquistas.
As empresas que desejam se destacar no mercado 60+ precisam adotar uma postura de responsabilidade social e inclusão, oferecendo produtos e serviços acessíveis e adaptados às necessidades desse público. O futuro do mercado 60+ é gigante e trilionário, com um grande potencial de inovação e oportunidades. As empresas que forem bem orientadas e aprenderem a compreender as necessidades e desejos desse público estarão à frente da concorrência. Ao adotar práticas inclusivas e valorizar a diversidade, as empresas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
O conceito de “Aging in Market” emerge como um pilar fundamental neste momento de redefinição estratégica para o mercado 60+. À medida que a sociedade evolui e os estereótipos tradicionais se desfazem, torna-se imperativo ajustar bússolas, narrativas e mensagens para refletir a realidade multifacetada desse público. Não se trata apenas de reconhecer o envelhecimento populacional como um fato, mas de compreender as nuances desse processo e como ele molda o comportamento do consumidor sênior e o quanto a indústria criativa ainda se baseia em preconceitos disfarçados de percepções. Ao adotar uma abordagem centrada no Marketing 60+ as empresas podem aperfeiçoar criar produtos, serviços e campanhas de marketing que ressoem autenticamente com o público 60+, construindo relacionamentos duradouros e impulsionando o crescimento.
Te assusta? Te incentiva? Como isso ressoa em você?
“Um passo pode mudar tudo.”
Se esse ‘tudo’ for bom – se o lugar onde você está agora te agrada muito – essa frase gera muito medo: de perder algo precioso e não encontrar nada que seja melhor que isso que já se tem.
Se esse ‘tudo’ for ruim – se o lugar onde você está é frio ou doloroso – essa frase gera esperança: de conquistar uma experiência de mais luz, colorido, satisfação!
A angústia de dar um passo é a angústia da decisão – nossa, como é desafiador. A mente fica num vai e vem: “E se der errado? E se eu sentir falta de tal coisa? Se eu perder tal pessoa? Mas eu quero tanto conseguir aquilo… vai que dá?! Mas… e se não der?!”
Decisão – um passo, dois passos, caminhar… é assim que a vida acontece, não é?! Existe vida sem movimento? Existem novos acontecimentos, novas oportunidades, novas sensações e conquistas… sem dar um passo, sem sair do lugar onde se está?!
Água estagnada apodrece, corpo parado adoece, vida sem movimento… é vida morta.
Assusta, incentiva… e dá medo e dá desejo…
“Um passo pode mudar tudo.”
Te desejo passos, mudanças.
Te desejo vida viva!
A Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é médica psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Escreve a convite do Blog do Mílton Jung.
“Se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi.” Giuseppe Tomasi di Lampedusa
“É preciso que as coisas mudem para que elas permaneçam.” Assim respondeu a Rainha Elizabeth II, quando o jornalista perguntou a respeito dos seus 70 anos de reinado. Era uma referência à frase original, que pertence à obra de Giuseppe Tomasi di Lampedusa e está impressa no livro ‘Il Gattopardo (O Leopardo)’, publicado em 1958, sobre a decadência da aristocracia siciliana durante o Risorgimento. Ganhou fama e as telas de cinema cinco anos depois, em filme assinado por Luchino Visconti e com Alain Delon no papel de Tancredi – descrito como arruinado e simpático oportunista ‘Príncipe de Falconeri’. Perante a possibilidade de mudança, a aristocracia resolve pactuar com a burguesia para a sobrevivência de ambas, e Tancredi anuncia ao tio, Don Fabrizio Corbera, Príncipe de Salina, que se unirá aos revoltosos e ,na tentativa de convertê-lo, imortaliza o ensinamento:
“Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”
A frase me veio à mente quando da morte da Rainha Elizabeth II que, aos 96 anos de vida e 70 de reinado, manteve-se respeitada e a mais atual que as regras da monarquia permitiam. A Rainha foi capaz de sobreviver, nessas sete décadas que manteve a coroa, com sua imagem icônica, dentre outros fatores, por ter sabido se adaptar ao tempo, ter mudado para que tudo permanecesse igual.
Inspiro-me na lição de Lampedusa e na rigidez de padrões que pauta o reinado, para convidar você a pensar sobre a necessidade de adaptação da prática protocolar nos tempos atuais, destacando não apenas os papeis de Mestre de Cerimônias e cerimonialista – com os quais tenho intimidade profissional -, mas refletindo, também, sobre até que ponto a liturgia do cargo das autoridades deve se moldar às novas realidades.
Passamos, necessariamente, por uma atualização na forma de executar os eventos, devido ao momento pandêmico. Regime de exceção, é lógico. Foram praticamente dois anos de desespero pelas faltas de trabalho e contato interpessoal. Tempo que nos desafiou a continuar. A transmissão via internet foi o que possibilitou a realização de uma demanda de eventos e, de lá pra cá, a modalidade foi incorporada tornando-os híbridos e ampliando a participação do público.
Mesmo na minha área de atuação, a de Cerimonial Público, as transmissões online se fizeram presentes e os canais das redes sociais entraram nos endereços dos, até então, “imexíveis” convites oficiais do Governo. Foi um aprendizado à força, com acontecimentos senão constrangedores, por vezes engraçados – mas isso fica para outra conversa. Fiquemos com os protocolos!
A rigidez dos padrões têm cedido à nova dinâmica do cotidiano. A rapidez da evolução tecnológica nos empurra para isso. Um dos questionamentos é quanto à interminável lista do “Prestigiam”, que costuma abrir os eventos ou os “Vocativos” das autoridades. Talvez o espaço para a leitura dessa lista de nomes e cargos pudesse ser ocupado por citações mais genéricas, focando no discurso, no conteúdo da fala.
Precisamos entender que o vocativo, mesmo que pareça entediante em determinados momentos, dignifica o evento, que tem sua importância expressa pela presença dos representantes de outros poderes, instituições e da sociedade civil. Não é, portanto, tão somente uma leitura de nomes e cargos. Ainda assim, temos percebido que parcela das pessoas gosta de algo mais informal e com menos pronomes de tratamento. Preferindo um “papo reto” – como se diz na gíria.
Há quem defenda que se substitua o formato tradicional das cerimônias, inclusive as públicas, por cenários e roteiros que lembrem programas de televisão, com a ideia de descontrair o ambiente. Nos cerimoniais e, em especial, no cerimonial público, essa liberalidade pode gerar conflitos ou revelar a insensibilidade dos organizadores. Ao transformar o protocolar em programa de auditório corre-se o risco de se desprestigiar os demais poderes que participam do evento. E como você sabe, todo mundo quer “aparecer na foto”. Dar destaque e seguir a precedência é a forma com que se construiu uma sociedade, que levou tempo para se organizar.
Isso não significa que mudanças não devam ser realizadas, nem que tenham deixado de acontecer, especialmente do ponto de vista tecnológico. Os equipamentos estão muito mais avançados. Microfones têm cápsulas mais sensíveis, amplificadores mais potentes, dando voz até mesmo a quem não tem um padrão adequado para se pronunciar. Os registros e transmissões de fotos e vídeos são imediatos, feitos em celulares e não dando chance de se editar os erros.
Essas transformações moldam gerações. Vamos lembrar das belas e potentes vozes que marcaram o início da ‘Era do Rádio’. Naquela época, os cantores se apresentavam ao vivo, ao lado das orquestras e dentro de estúdios. Os microfones e equipamentos não eram tão modernos e sensíveis como os de hoje. Se o cantor ou cantora não tivesse uma voz potente, ninguém os escutaria – a carreira acabava ali mesmo. Os locutores, da mesma forma. Todos com a conhecida “Voz de Peito”.
Voltemos a nos inspirar na Rainha para refletir sobre o cerimonial dos novos tempos. O que teria mudado em seus 70 anos de coroa para que permanecesse uma liderança? É certo que da missa não se sabe um terço, mas é bem provável que o “discurso”. Sim, o discurso se adaptou ao tempo dos smartphones. O conteúdo também, ao tratar de questões mais relevantes para o desenvolvimento das nações. A imagem da Rainha se transformou: sempre alinhada, moderna ao estilo de uma senhora, sem ficar com a imagem do ranço da corte, mas da elegância que ela nos ensina. Se manteve mulher nesse mundo onde sabemos que elas ainda têm muito para lutar. Ainda mais nessas terras Tupiniquins.
Por falar em Brasil, não devemos esquecer de nossas peculiaridades. Ao mesmo tempo em que assistimos aos eventos em formato de arena, com telões digitais ao centro, aproximando-nos de personalidades mundiais em tempo real, até mesmo com o uso de holografia, metaverso e as mais avançadas tecnologias, ainda fazemos inaugurações de trechos asfálticos, trevos de acesso e portais de cidades com tribunas emprestadas de câmaras de vereadores, em palcos de madeira ou aboletados na caçamba de caminhões, com dezenas de autoridades amontoadas e se equilibrando para aparecer na primeira página da próxima edição do jornal local.
Do Palácio de Buckingham às praças de Sucupira, de tudo ainda temos um pouco.
Christian Jung é publicitário, locutor e mestre de cerimônia. Este texto foi publicado originalmente no site Coletiva.net
“Aprender o que a tecnologia de hoje significa, como é que ela é utilizada, como é que ela faz parte do business, propriamente dito: esta é, sem dúvida nenhuma, o grande desafio para as empresas”
Ricardo Guerra, Itau
Sabe o cara da TI? Mudou de cara! Antes era o jovem que você chamava para dar um jeito no computador da empresa que estava lento, ajudar a baixar um programa e, quantas vezes, resolver uma questão crucial para começar o trabalho: “esqueci minha senha”. Não que esse cara não esteja lá para dar aquela força, mas a tecnologia da informação, há muito tempo, mudou seu perfil: de área de suporte para a de estratégia. Falei do assunto com Ricardo Guerra, CIO do Itau, instituição que atua no setor bancário um dos que sofreram maior impacto com a transformação tecnológica.
“Se voltarmos uns 20 anos, até menos, a tecnologia era vista pelas empresas como uma área de apoio. As empresas terceirizavam a tecnologia. Era uma grande fábrica de projetos. Eu tenho uma ideia e a tecnologia me entrega para que esta se torne realidade”
Das mudanças que surgiram, Ricardo pontuou o fato de as empresas terem passado a usar a tecnologia como vantagem competitiva, especialmente aproximando-a do cliente:
“ … para que a tecnologia entendesse qual o problema do cliente, onde estão as oportunidades e como é que ela trabalha para agregar valor pra organização no fim do dia”.
Toda esse progresso exige muito mais dos profissionais de tecnologia de informação. Um aprofundamento em temas que pareciam distantes da área como a antropologia, porque no momento em que se pensa em soluções para as pessoas é preciso entender o comportamento delas. O Ricardo, nosso entrevistado, assistiu a essa evolução dentro do próprio Itau, onde trabalha desde 1993. Para ter ideia, o grande passo tecnológico naqueles anos iniciais foi a implantação do primeiro site do banco na internet brasileira:
“Foi em 1995. Foi uma experiência incrível, porque foi uma inovação tecnológica gigantesca para gente. Não tínhamos o conhecimento para isso. Muitos de nós, tiveram que parar para estudar que tipo de tecnologia a gente estava falando. Era desconhecido! Tivemos que parar para profissionalizar o uso da internet para que a gente pudesse levar isso até o cliente. Foi um momento de carreira muito interessante de muito aprendizado”.
A complexidade da transformação tecnológica — termo usado pelo Ricardo na nossa conversa —- impõe desafios aos líderes que estão à frente das equipes de trabalho, como é o caso dele que assumiu o cargo mais alto na área da tecnologia do banco, o de Chief Information Officer. Na entrevista, o CIO do Itau identificou três ações importantes que os líderes devem realizar. O primeiro movimento foi uma mudança de metodologia de trabalho mais ágil, mais integrado, mais colaborativo e mais próximo do cliente e do negócio. Apenas com essa mudança cultural foi possível dar o segundo que foi um processo mais agressivo de mudança tecnológica. E o terceiro passo foi a integração da tecnologia com as diversas áreas do negócio.
“E tudo isso embasado por uma grande mudança cultural de empoderamento, de menos hierarquia, de mais leveza no trabalho. Aqui tem uma série de elementos de mudança de ambiente de trabalho, de mudança de como os líderes falam e incentivam as pessoas, inspiram as pessoas”.
No começo da nossa conversa, Ricardo não aceitou o título de o “cara da tecnologia”, disse que o setor depende de dezenas de outras pessoas, do trabalho em equipe e da colaboração. Agora, com certeza, ele tem a cara dos novos profissionais de tecnologia, porque apesar de ter iniciado sua carreira há 29 anos, soube mudar sua forma de atuar, pensar e liderar equipes.
Assista à entrevista completa com Ricardo Guerra, CIO do Itau, no Mundo Corporativo, que está completando 20 anos:
Colaboraram com o Mundo Corporativo: Bruno Teixeira, Débora Gonçalves, Rafael Furugen e Renato Barcellos.
A contagem regressiva se inicia. Os olhos estão fixos nos ponteiros, indicando que o fim do ano se aproxima… Ou seria o começo?
Esse tal de tempo é mesmo paradoxal: leva consigo aquilo que não podemos reter em nós, evidenciando a impermanência da vida; nos dá coragem para seguir em frente, com uma esperança enorme em dias melhores, em recomeço.
De tão abstrato, transformamos o tempo em horas, datas, fatos marcantes, para caber de maneira cronológica em nossa memória. O jeito que temos para armazenar aquilo que não mais existe.
De tão imprevisível, nos lançamos para o futuro através de sonhos e projetos, tentando driblar nossa incapacidade de controlar as incertezas da vida.
E agora? Agora mudamos o tempo. Apertamos o passo, perdemos os abraços e nos impedimos de ver as coisas simples da vida.
Não temos tempo.
Ele não se intimida. Não nos dá um consolo com horas extras. Segue sua jornada e voa…
E quando nos damos conta, lá se foi mais um ano.
Há quem diga que não há nada de especial no dia primeiro do ano. Seria um dia como outro qualquer.
Talvez aí esteja o engano: não deveria existir um dia qualquer. Cada dia deveria ser especial, com uma riqueza de experiências, de sorriso solto, de prazer em estar com quem se ama.
Fé na vida, desejo de mudança, escolhas que nos façam felizes…
E se te fosse dado um dia? E se te fossem dados muitos dias, um ano inteirinho? O que você faria?
Pense bem. Porque esse tempo se oferece a você e ele está só começando.
Simone Domingues é Psicóloga especialista em Neuropsicologia, tem Pós-Doutorado em Neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do canal @dezporcentomais no Youtube. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung
Na escolha entre permanecer ou mudar, em geral, eu prefiro as mudanças. Já mudei várias vezes de casa. Mudei de cidade, de país e de projetos. Mas confesso que colocar as coisas numa caixa e mudar de destino, muitas vezes, parece mais fácil do que vasculhar e alterar aquilo que guardamos dentro de nós, tão bem armazenado... que dá até medo de mexer!
O medo de mudar pode estar associado às incertezas diante de situações desconhecidas, como a ideia de perda de controle ou de previsibilidade, e à crença de haver pouca habilidade para enfrentar os desafios e superar as adversidades.
A tendência de manter os pensamentos ou ações de maneira mais inflexível, possibilita uma impressão de segurança, de domínio de uma situação, mas, por outro lado, pode perpetuar comportamentos e condições bastante disfuncionais e mesmo prejudiciais.
Mudanças pressupõem transformações. Parecem bem-vindas ou mais fáceis quando planejamos e desejamos que ocorram. Causam estranheza quando surgem de maneira inesperada, demandando que a nossa capacidade de adaptação ou de resiliência entre em ação. Um exemplo disso é a pandemia de COVID-19: impôs alterações para a vida cotidiana, com aulas a distância, trabalho em casa, compras on-line e encontros virtuais.
Desejamos que o mundo mude. Desejamos que as pessoas mudem. Mas, na impossibilidade de mudarmos os outros, podemos começar modificando uma atitude, um hábito, um sentimento ou uma ideia.
A gente pode até não querer, mas a vida vai exigir deslocamento…
Quando a gente aprende a andar, engatinhar perde a função. Precisamos ficar em pé, nos equilibrar e dar passos. Exige mais esforço? Sim, mas permite ir mais longe, alcançar o que parecia distante.
E depois? Depois a gente vai se apropriando e acredita que não muda mais. E o que acontece? Como disse Luis Fernando Verissimo:
“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”.
Simone Domingues é Psicóloga especialista em Neuropsicologia, tem Pós-Doutorado em Neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do perfil @dezporcentomais no Youtube. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung
“Mais coisas sobre nós mesmos nos ensina a terra que todos os livros.
Porque nos oferece resistência.
Ao se medir com um obstáculo o homem aprende a se conhecer”
Antoine de Saint-Exupéry
Muitas pessoas se recordam de Saint-Exupéry por seu famoso livro O Pequeno Príncipe (1943). Durante meu pós-doutorado na França, conheci sua história como piloto do correio aéreo francês, através de suas experiências descritas no livro Terra dos Homens (1939). Um livro poético cujas frases muitas vezes me faziam voltar e ler novamente por conta de suas narrativas tão profundas sobre a vida, amizade e heroísmo. Imaginar o que era pilotar aviões que atravessavam oceanos com uma única hélice e sem pressurização, aviões cujos motores não ofereciam segurança e falhavam de repente, com “barulheira de louça quebrada”, me fazia refletir que isso era possível graças à coragem daqueles pilotos.
Na vida cotidiana somos convidados ao enfrentamento de desafios. Situações que vão exigir reinvenção, novas atitudes, mudança, mas acima de tudo coragem. Coragem para acreditar em nós mesmos e trilhar outros caminhos.
Construir novos objetivos e se engajar para atingi-los pode ser uma tarefa árdua. Quem nunca pensou: “isso é demais para mim” ou “não vou dar conta”? Por costume ou hábito, muitas vezes as pessoas estão insatisfeitas com o modo como estão vivendo, mas não conseguem mudar. Preferem a certeza ao risco, numa ilusão de que assim estão seguras, protegidas dos perigos da vida. Subestimando a própria capacidade de superar os desafios, desconsideram que a incerteza é uma das características do mundo que vivemos.
Mudanças levam tempo, exigem planejamento e dedicação. Mudanças geram autoconhecimento, nos permitindo enxergar potencialidades que nem sabíamos que eram nossas. Geram aprendizagem. O mais curioso é que ao decidirmos realizar algo diferente, as transformações se iniciam, produzindo novos comportamentos. Pense em alguém que decidiu aprender a cozinhar ou dirigir, a praticar uma atividade física, um segundo ou terceiro idioma, trocar de emprego… a decisão inicial gerou uma ação, um comportamento direcionado para atingir esse objetivo.
As estruturas neurobiológicas localizadas nos lobos frontais, mais especificamente no córtex pré-frontal, desempenham um papel essencial na formação de metas e objetivos, bem como no planejamento de estratégias necessárias para alcançá-los. Além disso, o córtex pré-frontal é responsável pela avaliação do sucesso ou fracasso das ações realizadas e o estabelecimento de novas estratégias, quando se torna necessário mudar o curso de ações ou pensamentos de acordo com as exigências do ambiente.
Uma vez ouvi o CEO de uma empresa dizer que atingir um objetivo em nossa vida deveria ser como usar o aplicativo de trânsito: você coloca o destino que deseja chegar e segue o trajeto definido. E se errar? Para isso existe o “recalculando”. Não é desistindo, é recalculando.
Apesar de Albert Einstein ser sinônimo de genialidade, ter desenvolvido a teoria da relatividade e ter sido eleito o mais memorável físico de todos os tempos; suas palavras servem de incentivo para aqueles momentos nos quais a gente quase joga a toalha, pensa em desistir, mas se recorda que vale a pena tentar novamente:
“Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu consegui. Nunca desista de seus objetivos mesmo que esses pareçam impossíveis, a próxima tentativa pode ser a vitoriosa”.
Se assim era para o gênio, imagine para nós, pobres mortais! Diante de novos objetivos, surgem os obstáculos, mas a gente se empenha, se esforça, desenvolve habilidades… se conhece e se supera. Como no aplicativo de trânsito, a gente recalcula e chega lá.
Simone Domingues é Psicóloga especialista em Neuropsicologia, tem Pós-Doutorado em Neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do perfil @dezporcentomais no Instagram. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung
Não se discute mais a existência das mudanças, mas sim a velocidade cada vez maior em que elas ocorrem.
O primeiro grande desafio é a criatividade para antecipar as novidades. Se não bastasse a competência para vislumbrar o futuro, há uma enorme dose de coragem para arcar com eventuais riscos de errar ao mudar.
A verdade é que vale a pena, pois se a maior velocidade exige mais, ela também aumenta as chances do surgimento de novos produtos e serviços.
Essa pauta de velocidade de mudanças e rupturas normalmente remete aos setores tecnológicos. Amazon, Facebook, Google …. inevitavelmente marcam presença.
Entretanto, há um setor extremamente importante para a beleza e harmonia das coisas que está presente neste contexto de mudanças, mas não é cogitado no tema de inovações: é o segmento do luxo — talvez pela alta carga de tradição, embora essa característica não impeça o ímpeto criativo e a busca constante da novidade.
A ALSHOP ao se dar conta de tal contribuição chamou ao Congresso Nacional BRASILSHOP, a ser realizado no próximo dia 20, na CASA PETRA, em São Paulo, o especialista em luxo mais notório em atividade – Carlos Ferreirinha – para explicar o momento comercial e como vender novos produtos e entregar novas emoções.
Ferreirinha foi quem implantou definitivamente a Louis Vuitton no mercado brasileiro, pois, acreditem, antes dele a marca era totalmente desconhecida por aqui.
Ao sair da Louis Vuitton, criou seminários, palestras e cursos sobre o luxo em várias universidades de renome, tendo formatado na FAAP a pós-graduação em Luxo.
Finalmente criou e comanda a MCF Consultoria, onde são oferecidos treinamentos e consultorias dentro do setor, assim como palestras similares aquela que dará no evento ALSHOP. Cujo trailer, pelo WhatsApp, evidentemente, segue abaixo:
”O que está em jogo não é mais a Mudança e, sim, o ritmo acelerado e intenso das mudanças. Ciclos que em outrora eram de 20, 15, 10 anos… são agora imediatas, forçando a Liderança atuar de forma mais rápida e com mais convicção. Liderança “Agile”… para isso, temos que repensar o formato atual de penalizar o erro… temos que criar ambientes que permitam testar mais, mesmo que seja em ambientes protegidos e controlados, mas testar com mais velocidade, e com isso, permitir mais ao erro nessas tentativas… Testar, Errar, Testar… manter ritmo de invenção, criação, tentativas… mais acelerado. E aqui as marcas de Luxo são exímias testando novos formatos e arriscando”
Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.
“Se eu quero ter melhores decisões, preciso aumentar a minha gama de possibilidades; e como faço isso? Criando novas referências” — Sam Jolen
A transformação que muitos profissionais buscam em sua carreira começa por iniciativas deles próprios quando escolhem o que realmente querem ser. O empresário Sam Jolen, entrevistado por Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da rádio CBN, lembra que na maior parte das vezes, nossa metas profissionais e pessoais são traçadas por conformidade social, quando se faz algo apenas porque todos fazem daquela maneira. A partir do momento que se decide fazer o que realmente interessa para a nossa vida, Jolen, recomenda que se trace estratégias que sejam mais eficientes, de como se processa as informações dentro da cabeça, de como se lida com as emoções e os sentimentos: “… e colocar tudo isso focado em um ponto só; e colocar muito foco para poder atingir isso do jeito mais gostoso e mais tranquilo possível”.
Sam Jolen também é professor de programação neuro linguística e realiza palestras. Ele conta parte da sua trajetória profissional, que passou por uma profunda transformação, e fala das estratégias que considera importantes para quem pretende fazer essa mudança, no livro “Faça as suas próprias leis — as cinco decisões para revolucionar a sua vida, se livrar da auto sabotagem e ter os resultados que deseja”.
O Mundo Corporativo pode ser assistido ao vivo, no site da CBN, na página da emissora no Facebook e no perfil @CBNoficial no Instagran, às quartas-feiras, 11 horas da manhã. O programa é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN. Colaboram com o Mundo Corporativo, Guilherme Dogo, Rafael Furugen e Débora Gonçalves.