
“Há poucas marcas que mostram a mulher por inteiro, um pouco cada uma dessas coisas. Acho que falta sensibilidade por parte das marcas, de saírem dessa visão mais unidirecional”
Jaime Troiano
Quando estamos prestes a nos despedir do mês de março, surge a oportunidade de analisarmos o comportamento das marcas em relação às mulheres — homenageadas no dia 8 de março e por extensão no mês todo. Jaime Troiano e Cecília Russo observaram as ações desenvolvidas e alertaram para a necessidade de a comunicação ser mais completa, evitando ‘segmentar’ a mulher.
“É como se as marcas ainda mantivessem um olhar que fragmenta as mulheres, sem conseguir vê-las de forma integrada”.
Na avaliação do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, ora as marcas exaltam força, mostrando mulheres poderosas e batalhadoras; ora mostram sua fragilidade e como as marcas podem ser as salvadoras; ora mostram sua face da sedução, como se o ser mulher fosse ser a expressão mais sexualizada por excelência.
É preciso sensibilidade para compreender essa mulher que é muito mais complexa do que a simplificação dos anúncios, por isso o que nossos comentaristas sugerem é que se trabalha mais a empatia, evitando esteriótipos e segmentações.
Diante do tema que provocamos, Cecília Russo pediu licença e compartilhou com os ouvintes, um manifesto às mulheres escrito por ela e suas colegas que atuam na TroianoBranding. Segue:
Um dia queimamos sutiãs em praça pública.
Símbolo do que aperta, restringe, limita.
Desde lá, queimamos muitas outras coisas também.
Muros, barreiras, preconceitos, estereótipos.
É hora de celebrar as vitórias.
Hoje, somos quem quisermos ser.
Ampliamos escolhas e oportunidades.
Podemos ser a princesa e também a heroína.
A professora e a astronauta.
A que joga vôlei e a que joga futebol.
A costureira, a médica, a bombeira e a enfermeira.
A que cuida, a que manda, a que faz o que quiser.
É hora de celebrar as possibilidades.
Mas ainda há muito o que queimar.
Há mais espaços a conquistar.
Há mais direitos a reivindicar.
Há mais respeito a buscar.
Há ainda violência a nos ameaçar.
É por isso que o 8 de março faz sentido.
Uns podem achar um dia bobinho, de mimimi.
Mas é nesse dia que paramos para olhar para nós.
Nos colocamos no centro de nossas próprias vidas.
O que seria natural, precisa de um dia como pretexto apenas para isso.
Equilibristas girando os pratinhos que não se veem no direito de parar.
Vem o dia 8 como um freio, um sinal de pare.
Que possamos usar esse dia como um espaço para comemorar.
Aquilo tudo o que já somos.
E também tudo aquilo que ainda podemos ser.
Feliz mês da mulher. É hora de celebrar.
Ouça o comentário completo do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, sonorizado por Paschoal Júnior








