Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: sete regras para escolher o nome da marca

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“Já dei nomes para marcas. Já dei nome para filhos. Muito mais difícil dar nomes para marcas”

Cecília Russo

Escolher o nome da marca exige cuidados muito especiais. Como disse Cecília Russo no epígrafe deste texto, é mais difícil do que escolher o nome do seu filho – em tempo, além de especialista em branding, ela é mãe. O que justifica esse pensamento? Na minha opinião, que sou pai, é que nome de filho escolhemos para nos agradar e nome de empresa ou marca, para agradar o cliente. Sem contar outros cuidados burocráticos que essa decisão exige.

Para facilitar sua tarefa, a Cecília e o Jaime Troiano identificaram sete regras, ou sete ‘tens’, para você escolher o nome da marca:

  • Tem de ser diferente — nomes precisam ter algo, de fato, diferente dos seus concorrentes. Caso contrário, vão ser engolidos por eles. 
  • Tem de emocionar — os melhores nomes são aqueles que ajudam a provocar algum tipo de emoção, de sentimento e não apenas uma palavra fria.
  • Tem de registrar — consulte o INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial para saber se você pode registrar sua marca ou ela já tem dono
  • Tem de ser curto — vale a pena um grande esforço para se  ter um nome tão curto quanto possível. O que não significa obrigatoriamente criar uma sigla. Mas uma palavra enxuta. Exemplos: Gol; ZAP; Visa, Skol.
  • Tem de saber pronunciar —  é meio lógico, mas é um alerta. Apesar de que nomes que alguns difíceis de pronunciar terem sido capazes de criar uma certa graça como é o caso do Haagen-Dazs. 
  • Tem de desenhar — se o nome permitir uma fácil representação  visual, melhor. A construção da marca agradece. Querem um bom e atual exemplo: Twitter, a sua representação por meio de um pássaro é uma grande sacada por causa do nome tweet que se refere ao barulho de um passarinho. Tem mais: os peixinhos da Hering.

 “Desde pequeno, em nossas vidas, a gente tem muito mais dificuldade de guardar na memória palavras e muito mais facilidade de guardar imagens” Jaime Troiano 

  • Tem de valer lá fora — marcas que poderão ser vendidas em outros países têm de cuidar com as palavras impronunciáveis ou que significam palavrões em outros lugares.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso:

Rádios precisariam de mais de 10 dias para anunciar os mortos da Covid-19, no Brasil

Na época da escola — e estamos falando lá do fim dos anos 1970 e início de 1980, em Porto Alegre —, nosso sonho de consumo era passar no vestibular e entrar em uma das duas grandes universidades à disposição: a PUC, a melhor das particulares, e a UFRGS, que pronunciados URGS, sem o F de Federal. No ritual de passagem, havia um hábito que sempre achei curioso — e não sei isso acontecia aqui pelas bandas de São Paulo: a lista de aprovados era anunciada no rádio, com a leitura de curso após curso e de nome após nome. As famílias colavam o ouvido no aparelho e ficavam chuleando para que o nome do rebento fosse anunciando pelo locutor. 

Nome lido na rádio era motivo de festa em casa. Lembro de minha mãe, todas as vezes que ouvia o nome de um dos filhos na lista, corria para pintar uma faixa e estender na frente da casa — desconfio que até tivesse a faixa pintada de antemão. Naquela época, claro, não havia rede social, whatsapp e internet na forma que conhecemos. E a única maneira de ostentar o orgulho da família, era com um trapo de pano e mal pintado pendurando na frente de casa: “aqui tem um bixo” —- assim mesmo com “x”. Fui exposto duas vezes, na primeira quando passei no curso de jornalismo na PUC, na segunda quando passe no vestibular para educação física na federal. 

De minha parte, o que me chamava a atenção era a forma como os locutores de rádio anunciavam o nome de cada candidato e curso, em uma velocidade incrível e entendível. Ocupavam parte da tarde com aquela transmissão que era interrompida apenas para a leitura dos reclames comerciais —- os cursinhos pré-vestibulares eram os principais anunciantes.

Por que lembrei dessa história? 

Na sexta-feira, fui levado a falar sobre a triste marca de mais de 400 mil pessoas mortas por Covid-19, no Brasil. Logo me veio à mente o site Inumeráveis, criado no início desta tragédia, que decidiu registrar o nome e, na medida do possível, a história de cada uma das centenas de milhares de vidas perdidas durante a pandemia. Imaginei que pudéssemos, para marcar a importância de cada um na vida deste país e, em particular, na vida de suas famílias, abrir nossa programação de rádio para ler o nome e o sobrenome dos mortos:

“Abadia de Fátima Alves, Abdiar Martins de Moura, Abdon Albuquerque Cavalcante, Abel Augusto Teixeira, Abel da Cruz Neto, Abel Jorge Cassimiro, Abein Maria Pereira Cardoso, Aberal Riberia, Abigail  Pinto Magalhães, Abila Silveira Bueno …..”

Decidíssemos ler a lista de nomes aprovados para essa passagem da vida para a morte — e aqui deixo que cada um dos raros e caros leitores deste blog dê a conotação que sua crença e religião oferece ao momento — não bastaria dedicar apenas uma tarde da programação de rádio. Um dia inteiro não seria suficiente para ler o nome dos mais de 404 mil mortos por Covid-19 — número superado neste sábado, quando escrevo este texto. Uma semana teria se passado e os locutores continuariam a divulgar o nome e o sobrenome, naquela que seria a mais extensa transmissão de rádio ja ouvida neste país. Mesmo assim, a lista não estaria completa. 

Considerando que um minuto seria necessário para que 30 nomes fossem registrados; as rádios teriam de dedicar mais de 10 dias de sua programação para nominar todos os mortos, no Brasil. Talvez fosse o caso de alguma emissora dedicar-se a essa missão — o que seria um marco na história diante dessa que é a maior tragédia vivida pela nossa geração. Anunciante não faltaria: a programação seria patrocinada pelo Governo Federal – Pátria Amada, Brasil.

Um nome para a marca

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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Já escolheu o nome da sua marca?

 

A recente publicação do Top of Mind 2017 trouxe oportunamente o tema das marcas para a grande mídia. Destaca-se a teoria e prática dos nomes para as marcas, na busca das melhores maneiras de encontrar a fórmula do sucesso. E a marca é um dos componentes para que os produtos ou serviços ofertados ao mercado tenham resultado favorável.

 

A marca OMO, Top of Top de todos os Top of Mind, é um bom exemplo.

 

Omo é uma abreviação de Old Mother Owl (Velha Mãe Coruja) assimilando sua sabedoria e colocando os seus olhos em cada uma das letras “O”. É um nome curto, sonoro e agradável.

 

O Planejamento Estratégico que irá definir os parâmetros de um novo negócio terá que estudar o nome a ser dado ao produto e/ou serviço planejado. E esta é a última etapa do processo, pois a marca a ser escolhida terá que se relacionar com os fatores técnicos e emocionais envolvidos.

 

Na Folha de domingo, Jaime Troiano e a filha de Al Ries, Laura Ries, expõem pertinentes aspectos da formação de critérios para o batismo de uma marca.

 

Troiano relata que a marca a ser escolhida deve obedecer aos seguintes pontos:

Escolher a Mensagem certa
Ouvir outras opiniões
Escolha atemporal
Busca do inusitado
Alcance global
Sem genéricos
Pronúncia simples
Boa sonoridade
Licença poética
Correção de rota

 

Laura Ries sugere que os nomes de marca devam:

 

Combinar palavras existentes
Mostrar a categoria a que pertencem
Ser atraente
Fácil de lembrar
Eliminar neologismos
Nome próprio bonito
Mudança recomendável até o segundo ano de existência

 

Neste contexto, cabe ressaltar que esses postulados, embora básicos, não devem ser tomados como definitivos. Donde elencamos as seguintes considerações:

 

Questionar os padrões.
Considerar a especificidade do negócio: na moda e na arte o nome próprio é o mais usado e o recomendado.
O nome próprio não necessariamente precisa ser adaptado: exemplo é Alexandre Herchcovitch.
O nome pode ser feio e significar coisa feia e ter sucesso: PAKALOLO, maconha.

 

Podemos, portanto, inferir que o nome ideal é aquele em que se identifica a categoria e o benefício a ser ofertado.

 

Nesta mesma edição da FOLHA, o jornalista Fernando de Barros cita “Já tá chegando”, “Multicoisas”, “Mania de churrasco”. Aos quais acrescentaria: “Zero Cal”, “Seda Xampu” e “Maria Bonita”.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

De pessoa e palavra

 

Por Maria Lucia Solla

 

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Pensando na palavra, seus significados, cor, textura, sonoridade, gingado, malemolência, me dou conta de que nós somos palavras.

 

começamos com um sim
terminamos com um não
você olha pra mim
acelera meu coração…

 

Começamos sendo um nome, um xis peso e tal medida, e terminamos pesados e medidos na nossa despedida.

 

Hoje entendo melhor uma das frases preferidas do meu pai. Dizia que ‘nosso nome é nosso único bem’. Achava exagero seu, mas ele já sabia do que somos feitos, quando eu nem sabia falar.

 

me revelo
você se revela
nos unimos
separamos
sempre apoiados nela

 

Ando triste de tanto ver nossa Língua Portuguesa abusada por quem deveria ensinar o que não fala, a falar, e o que não escreve, a escrever.

 

Por falar nisso, você sabe como surgiu o termo você?
Vem de Vossa Mercê, que fatiado virou voismicê; daí para o apelido foi um escorregão, e virou ocê, até voltar a você. Só que que gora virou cê – Ce vai? ‘Vô! – c vai – vo.

 

E assim vai a vida.

 

(Inspirado no meu trabalho de hoje, com um delicioso grupo de Costa Rica. Um beijo para eles)

 


Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Escreve no Blog do Mílton Jung