Avalanche Tricolor: vaga adiada para a Arena

Operário-PR 0x0 Grêmio

Copa do Brasil – Germano Krüger, Ponta Grossa/PR

Galdino tenta mais um ataque em foto de Dido/GrêmioFBPA

Em jogo de futebol escasso, as palavras escasseiam, também. Pouco se tem a dizer de uma partida em que o placar ficou em zero a zero. E a perfomance foi apenas a suficiente para deixar a decisão da vaga para a  Arena, em 22 de maio. 

Nesta estreia de Copa do Brasil, que tanto gostamos, assistimos a raros rompantes de futebol. Um tentativa aqui, outra acolá. De gol desperdiçado quase nada a lamentar. Talvez naquele ataque ao fim do primeiro tempo em que Diego Costa serviu Cristaldo dentro da área. De resto, pouca inspiração.

A boa da noite foi ver o esforço de Galdino pela direita. Mesmo que contestado, jogou acima do esperado. Já havia demonstrado sua utilidade no esquema gremista na vitória pela Libertadores. Hoje, foi além. Aproveitou o espaço que tinha, fez boas jogadas, driblou e tentou tabelar com seus companheiros. 

Os torcedores gostaríamos de sair de Ponta Grossa com a vitória tranquilizadora, sem dúvida. Especialmente aqueles que tiveram de pagar R$ 350,00 para assistir ao jogo no estádio. Mas a impressão que ficou é que havia um contentamento do time em fazer um jogo seguro e ciente de que a decisão da vaga à próxima fase da Copa será mesmo diante da torcida, na Arena.

Comunicação eficaz para combater a polarização

A convite da jornalista Joyce Carvalho falei sobre o livro “Escute, expresse e fale”(Rocco), no programa que apresenta na CBN Curitiba. Provocado por ela, expliquei que a comunicação desempenha um papel crucial na construção de relações sustentáveis e na superação da polarização e da agressividade presentes nas interações diárias e online.

O livro que escrevi com Antônio Sacavém, Thomas Brie e Leny Kyrillos explora como a comunicação pode ser um antídoto à polarização e à violência nas sociedades. Destaquei que ouvir e compreender o outro é fundamental para aproximar pessoas com perspectivas diferentes e reduzir conflitos.

Na conversa, Joyce e eu chamamos atenção do ouvinte para o fato de  a comunicação ser um instrumento poderoso para superar desafios sociais e criar um ambiente mais colaborativo e harmonioso. Além disso, destaquei a importância de influências positivas na formação de profissionais de comunicação e ressaltai a necessidade de abordar questões complexas de forma sensível e responsável.

A surpresa ficou por conta da reprodução de momentos em que atuei no rádio do Rio Grande do Sul como jornalista esportivo ao lado do meu pai, que também foi tema da conversa que você ouve aqui:

Avalanche Tricolor: como sempre!

Londrina 1×1 Grêmio

Brasileiro B – estádio do Café, Londrina/PR

Diego comemora mais um gol, em foto de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

O Grêmio pode garantir passagem à Série A daqui uma semana, jogando diante da torcida, foi o que disseram os jornalistas esportivos durante a jornada desta tarde de sábado. Vai depender da combinação de resultados dos demais jogos e, claro, de uma vitória em casa na próxima rodada. 

Não me esforcei a entender essa matemática porque precisa tirar pontos daqui, colocar outros ali e somar onde é possível chegar. Perda de tempo, agora. A ascensão está próxima quase que por inércia. Mesmo que a campanha seja de altos e baixos, de vitórias, de algumas derrotas e de muitos empates, os adversários colaboram em seus tropeços. Se não der domingo que vem, dará na sequência. Temos três rodadas para alguma coisa dar certo. Talvez até consigamos subir enfrentando o Náutico, no Recife — o que, convenhamos, não seria uma novidade.

Hoje, foi mais do mesmo. Um time de contradições. Quando esteve melhor, não conseguiu transformar a performance em gol. Quando o desempenho piorou, marcou. Contou com a presença dentro da área de Diego Souza, o atacante que ainda tem torcedor com coragem de reclamar. Subiu mais alto e de cabeça concluiu para as redes. Como sempre.

No segundo tempo, o técnico decidiu “fechar a casinha” — no meu tempo chamavam isso de retranca. E foi aí mesmo que a “casinha” se abriu. Escalou nove jogadores da intermediária para trás: um goleiro, dois zagueiros, três laterais e três volantes. Com tal congestionamento não é de se surpreender que uma bola haveria de resvalar na mão de alguém. Pênalti visto pelo olho eletrônico. E cobrado no meio do gol. Gol! Como sempre.

De diferente mesmo só o fato de ter sido o primeiro ponto conquistado fora de casa sob o comando do novo-velho treinador — até aqui, longe da Arena, só havia somado derrotas. A despeito de tudo isso, voltaremos à Primeira Divisão, como sempre!

Avalanche Tricolor: é o preço da fama

 

 

Paraná 0x0 Grêmio
Brasileiro – Vila Capanema/Curitiba-PR

 

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Luan sofre na marcação em foto de LUCASUEBEL/GRÊMIOFBPA

 

‘O Grêmio é o time a ser batido neste ano’ — ouvi de um dos jogadores do time adversário de hoje, na transmissão pela TV. A frase se repete jogo após jogo. Tem sido assim ao fim de todas as partidas do Grêmio independentemente da competição que e sstejamos disputando. É quase um mantra dos adversários. É como se jogassem uma competição à parte — tem o campeonato que estão disputando e tem o jogo contra o Grêmio.

 

O adversário abre mão de jogar bola e se satisfaz se conseguir impedir que o Grêmio jogue, mesmo que a bola esteja sob nosso domínio na maior parte do tempo — como aliás voltou a ocorrer hoje. É tão surreal o comportamento dos rivais que quando conseguem tomar a bola mal sabem o que fazer com ela — já havíamos assistido a algo semelhante quando disputamos o clássico na Arena, há uma semana.

 

Eles não tem culpa. Não adianta reclamar.

 

É o preço da fama e do futebol bem jogado que nos levou ao título do Gaúcho, da Copa do Brasil, da Libertadores, da Recopa Sul-Americana e do vice do Mundial. Da mesma maneira que Renato soube preparar a equipe para levantar todos esses troféus, terá de organizá-la para driblar essa situação que se repetirá rodada após rodada. Terá de encontrar no elenco — e fica a torcida que todos se recuperem em breve — soluções para mudar o cenário da partida sempre que deparar com essas circunstâncias.

 

O importante é ter paciência e saber que os pontos desperdiçados contra dois adversário da parte de baixo da tabela — ficamos apenas com dois pontos dos seis disputados contra equipes da Zona de Rebaixamento, nas duas últimas rodadas — por enquanto podem ser recuperados ao longo da competição. Especialmente quando estivermos diante dos adversários diretos — aqueles que entram no campeonato para vencer. 

 

E como temos um time mais propício aos grandes jogos que venha logo a quarta-feira quando teremos Libertadores.

Avalanche Tricolor: vitória deixa o Grêmio na briga pelo título

 

Atlético(PR) 1×2 Grêmio
Brasileiro – Couto Pereira/Curitiba

 

Time comemora o gol da vitória em Curitiba (foto Portal Grêmio.net)

Time comemora o gol da vitória em Curitiba (foto Portal Grêmio.net)

 

Dos gremistas que andam por São Paulo, é o Sílvio quem compartilha comigo as percepções sobre o Grêmio com mais frequência. Praticamente toda a semana trocamos telefonema para falar de nosso time, em geral nos dias que antecedem a partida e, com certeza, no dia seguinte. Hoje não foi diferente, e quando o Sílvio me ligou querendo saber o que seria desta noite, em Curitiba, não tive dúvida em dizer que era o jogo definitivo.

 

Explico porque resposta tão drástica (ou definitiva): depois de duas partidas sem vitória, de vermos o líder do campeonato se distanciar e, principalmente, os demais concorrentes à vaga para Libertadores se aproximarem, teríamos pela frente duas disputas fora de casa. Vencer, hoje, poderia não nos deixar mais próximo do topo, mas nos manteria na briga do título, fora do alcance daqueles que vêm logo atrás e, fundamentalmente, dentro da Libertadores. Perder ou empatar, além de revelar uma fragilidade que ainda não havia se revelado desde a chegada de Roger, passaria a se ver ameaçado por uma quantidade grande de times que vêm reagindo nas últimas rodadas.

 

O que vimos no Couto Pereira foi a manutenção de um futebol que tem sido jogado desde que Roger assumiu o Grêmio. Até tivemos momentos de baixa produção neste campeonato, mas o tipo de jogo imposto pela nova gestão se manteve durante toda a competição: intensa troca de passe e movimentação de jogadores, além de marcação eficiente desde a área adversária. Isso se repetiu nesta noite, mesmo diante da forte pressão. Até poderíamos ter ficado mais tempo com a bola no pé, mas houve um ingrediente que me chamou atenção e agradou muito: privilegiamos o passe para frente em detrimento do recuo de bola. Isso faz com que o time se torne mais ofensivo ainda e fique mais perto do gol.

 

Os dois gols que assistimos foram resultado do mesmo tipo de jogo. Deslocamento de jogadores com troca de posição constante, confundindo a marcação, e passes precisos que deixaram nossos atacantes na cara do gol. Tudo isso se somou a categoria e a tranquilidade com que Douglas e Luan concluíram as duas jogadas fatais.

 

Em resumo: estamos na briga!

Conte Sua História de SP: serei parte desse teu chão

Por Valdeni da Silva
Ouvinte da rádio CBN

 

 

Minha história inicia-se nos anos sessenta em um patrimônio chamado Aricanduva que pertence ao município de Arapongas que se localiza no norte no Estado do Paraná.

 

Cresci livre correndo entre as matas e cafezais, nadando nos límpidos riachos e se alimentando com carne fresca de porco e galinha e de frutas e legumes fresquinhos colhidos na horta e nos pomares que havia em todas as propriedades rurais, a minha infância foi de intensa felicidade, pois não conhecia o mal nem a malícia e a perversidade que assediam as crianças de hoje.
Cresci ouvindo a voz do Brasil e ouvindo falar na tal ditadura que papai nos explicou que era proibido falar mal do governo e só havia dois partidos o MDB que era dos pobres e a Arena que era do governo e dos patrões. Papai era o MDB, mas a gente não podia dizer isso na escola, nos dias de eleições no Ginásio Júlio Junqueira em Aricanduva a gente via o medo estampado no rosto das pessoas e os eleitores não ousavam nem cochichar pois eram vigiados o tempo todo e ao final das eleições que foram regulamentadas pelo AI 15 – este ato institucional impôs a data das eleições nos municípios para 15 de novembro de 1970 -quem vencia era sempre o candidato do governo.

 

Ditadura à parte, a vida continuava ótima na roça, os porcenteiros e sitiantes festejavam um ano de safra recorde de café até que chegou o fatídico ano de 1975. Talvez a melhor maneira de descrever este fato seja narrando-o do ponto de vista pessoal. Para os que viveram no Norte do Paraná naquela época, aquele inverno significou uma tragédia ao mesmo tempo coletiva e particular, algo que o Brasil praticamente não percebeu o verde dos campos foi substituído por um cinza funesto e os incêndios se alastraram pelo estado que teve a cafeicultura e hortaliças dizimadas pelo gelo. Foi essa geada de 1975 que quebrou a hegemonia do Estado do Paraná na produção brasileira de café, cedendo essa posição para Minas Gerais.

 

A exemplo de muitos, esperanças congeladas, lavradores frustrados, papai resolveu que viríamos para São Paulo, o Eldorado dos aventureiros, terra onde se ganha dinheiro e sucesso, aqui compramos casa em Vila Curuçá, encontramos emprego e com muita garra e luta nos estabilizamos. Fui Office boy, entregador, carteiro, metalúrgico e hoje sou um educador, profissão que amo de paixão, funcionário público com muito orgulho.

 

Se perguntarem se fui feliz na infância e adolescência digo que sim, pois tive o prazer de lutar pelas Diretas Já, fui ao Anhangabaú onde havia mais de dois milhões de pessoas reivindicando por um país democrático e eleições.

 

Sou hoje paulistano por adoção e amo São Paulo que tanto contribuiu para minha emancipação financeira e deu a minha amada querida esposa – também Educadora -, filhos e neto, enfim São Paulo é de todos, de negros, de brancos, de crentes, de católicos, de sulistas, nordestinos, estrangeiros… Se eu fosse ficar falando bem de São Paulo essa história quase não teria fim.

 

Ah São Paulo tão amada, cultuada e cantada em versos e prosa, símbolo da América do Sul, locomotiva que puxa o país, como eu te amo. Chão abençoado que como imã atrai os povos de todos os lugares.

 

Quando meu corpo tombar serei parte desse teu chão e meu corpo em teu corpo se tornará um só corpo e seremos sempre felizes.

 

O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar aos sábados, no CBN SP, logo após às 10 e meia da manhã. A sonorização é do Cláudio Antonio.