Por Milton Ferretti Jung
O jornal gaúcho Zero Hora,nessa segunda-feira,dia 29 de abril,a propósito de uma matéria assinada por Marcelo Gonzatto que tinha como título “opção para desafogar o trânsito”,em um box ao pé da página,deu chance aos leitores de manifestarem sua opinião sobre a tal de Lei de Mobilidade Urbana, aprovada em 2012. Eis a pergunta:
“Você considera viável e oportuno cobrar para usar automóvel nas grandes cidades em determinados dias e horários?
Minha opinião: sou contra o que se pode chamar de pedágio urbano. Já não basta o pedágio que somos obrigados a pagar em várias rodovias,querem inventar mais um jeito de espoliar os motoristas. Os defensores da Lei citam exemplos bem sucedidos,por exemplo,em Milão,Roma,Londres e Cingapura,cidades que cobram taxas de motoristas que circulam por áreas centrais,com a finalidade de diminuir os congestinamentos. É claro,esses provocam,além de diminuir a mobilidade dos veículos,diminui a poluição em diversos níveis.
As cidades citadas possuem,porém, algo inexistente nas brasileiras (me avisem se existe uma exceção):transporte público qualificado. No meu caso,se não fosse o meu carro levar-me para o centro da minha Porto Alegre,teria de andar a pé longa distância,seja para sair,seja para retornar. Moro num bairro que é atendido, exclusivamente,por ônibus. Nenhum passa perto da minha casa.
Zero Hora lembra,na matéria,o que aconteceu em Estocolmo. Lá, 80% da população não aceitou bem o projeto-piloto da taxa. Em referendo feito sobre a cobrança, 52% acabaram mudando de ideia. Ora,isso se verificou na capital da Suécia, país exemplar em muitas coisas. A diferença entre os prós e os contras, porém, foi de apenas 4% por cento,muita pequena para justificar a existência dessa,insisto,espécie de pedágio urbano. Não bastasse isso,duvido que o transporte público em Estocolmo não fique entre os melhores do mundo.
No Brasil, sei quem adora um congestionamento: Maria das Graças da Silva Foster, presidente da Petrobras.Ela pode ter feito essa confissão de brincadeira,mas falou sério quando declarou que o negócio dela é vender gasolina. Veículos que se metem em engarrafamentos gastam mais combustível.
Milton Ferretti Jung é radialista, jornalista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)
