Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: três lições que as pequenas marcas ensinam sobre permanência

Imagem: divulgação

A força de uma marca pode estar mais perto do chão da rua do que dos luminosos das grandes capitais. A constatação é de Jaime Troiano, que trouxe para o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso as três ideias centrais que pautaram a apresentação dele, ao lado da filha Beatriz Russo Troiano (líder de Estratégia da TroianoBranding), no palco da Latam Retail Show, evento internacional de varejo.

A primeira ideia que surgiu da reflexão sobre as marcas regionais espalhadas pelo Brasil pode ser resumida em uma frase: “A marca sou eu, eu sou a marca.” Isso é resultado da proximidade quase visceral entre empresas locais e seus consumidores. A fronteira entre quem produz e quem compra é tão curta que, muitas vezes, há sempre alguém da família, do bairro ou da rua que já trabalhou ali. Esse vínculo não se inventa em área de marketing; nasce da convivência.

Memória vale mais que disputa por atenção

Jaime trouxe outro ponto central: a corrida por atenção no mundo digital não garante memória. Ele descreveu o bombardeio de estímulos que enfrentamos — stories, reels, notificações, prateleiras de supermercado. Nesse ambiente ruidoso, marcas regionais mostram um caminho simples e eficiente: entrar na memória é mais poderoso do que disputar segundos de atenção. Para ele, marcas fortes, ainda que pequenas, são feitas de rastros emocionais.

Cecília Russo apresentou a terceira ideia para entender o que essas marcas, muitas vezes escondidas do grande público, têm a ensinar: “Quando a empresa carrega como parte da sua razão de ser a família, a essência da marca não é apenas estratégia: é legado.” Muitas empresas regionais nascem de vínculos familiares, e isso altera tudo. A marca é tratada como uma história que não pode ser traída. Evolui, mas não rompe suas raízes. O exemplo das Balas de Banana Antonina, no Paraná, ilustra bem esse espírito: criadas há 50 anos por pai e filho, carregam até hoje a mesma alma.

Essa combinação de proximidade, memória e legado revela uma provocação: e se o futuro das marcas não estiver no tamanho, mas na profundidade da relação que criam?

A marca do Sua Marca

O comentário deixa uma síntese clara: marcas regionais ensinam permanência, fidelidade e respeito às próprias origens. Como disse Jaime, Golias sempre tem algo a aprender com David.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

O difícil e inútil dilema entre permanecer e mudar

Por Simone Domingues

@simonedominguespsicologa

Foto Pixabay

Na escolha entre permanecer ou mudar, em geral, eu prefiro as mudanças. Já mudei várias vezes de casa. Mudei de cidade, de país e de projetos.  Mas confesso que colocar as coisas numa caixa e mudar de destino, muitas vezes, parece mais fácil do que vasculhar e alterar aquilo que guardamos dentro de nós, tão bem armazenado... que dá até medo de mexer!

O medo de mudar pode estar associado às incertezas diante de situações desconhecidas, como a ideia de perda de controle ou de previsibilidade, e à crença de haver pouca habilidade para enfrentar os desafios e superar as adversidades.

A tendência de manter os pensamentos ou ações de maneira mais inflexível, possibilita uma impressão de segurança, de domínio de uma situação, mas, por outro lado, pode perpetuar comportamentos e condições bastante disfuncionais e mesmo prejudiciais.

Mudanças pressupõem transformações. Parecem bem-vindas ou mais fáceis quando planejamos e desejamos que ocorram.  Causam estranheza quando surgem de maneira inesperada, demandando que a nossa capacidade de adaptação ou de resiliência entre em ação. Um exemplo disso é a pandemia de COVID-19: impôs alterações para a vida cotidiana, com aulas a distância, trabalho em casa, compras on-line e encontros virtuais. 

Desejamos que o mundo mude. Desejamos que as pessoas mudem. Mas, na impossibilidade de mudarmos os outros, podemos começar modificando uma atitude, um hábito, um sentimento ou uma ideia.

A gente pode até não querer, mas a vida vai exigir deslocamento…

Quando a gente aprende a andar, engatinhar perde a função. Precisamos ficar em pé, nos equilibrar e dar passos. Exige mais esforço? Sim, mas permite ir mais longe, alcançar o que parecia distante.

E depois? Depois a gente vai se apropriando e acredita que não muda mais. E o que acontece? Como disse Luis Fernando Verissimo:

“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. 

Saiba mais sobre saúde mental e comportamento no canal 10porcentomais

Simone Domingues é Psicóloga especialista em Neuropsicologia, tem Pós-Doutorado em Neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do perfil @dezporcentomais no Youtube. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung