Foto-ouvinte: piso tátil vira armadilha para cegos

 

Piso sem rumo

 

Na avenida Faria Lima esquina com a avenida Rebouças, a prefeitura – ou seja lá quem for o responsável -, preparou, sem querer, uma armadilha para os cegos que passeiam nesta área nobre da capital paulista. Um piso tátil foi colocado com o objetivo de ajudar a passagem dos deficientes visuais, mas a faixa leva as pessoas para um canteiro, conforme mostra a imagem feita por um ouvinte-internauta do Jornal da CBN.

 


Ouvinte esclarece e a gente agradece:

 

Paula Fagundo @paulafagundo: A ideia é levar o piso tátil até a borda do canteiro, pois esta borda serve como linha guia identificável, o que não está errado

Como resolver o problema das calçadas da sua cidade

 

Texto publicado no Blog Adote São Paulo, da revista Época SP

 

 

Buraco na calçada dá lucro

 

Há oito anos, pouco depois da eleição municipal fiz enquete com personalidades paulistanas no programa que apresentava na rádio, o CBN São Paulo, com a intenção de saber o que gostariam de pedir ao prefeito que assumiria o cargo em breve, no caso José Serra (PSDB). Fiquei surpreso ao descobrir que para boa parte dos entrevistados calçadas bem cuidadas seriam suficientes para deixá-los mais felizes e satisfeitos com a administração municipal. Justificavam-se os pedidos feitos pelo rádio, afinal é nas calçadas que a cidade vive, somos todos pedestres, por mais que a maioria de nós seja fanática por carro. E como são mau cuidadas as calçadas que estão em nosso caminho. São tantos buracos, desníveis, barreiras e falta de espaço que se transformam em cenário de cerca de 100 mil acidentes por ano.

 

Nessa quinta-feira, conversei com Marcos de Souza, editor do Mobilize Brasil, site que acaba de concluir relatório sobre as condições nas calçadas do país, a partir de consulta feita em 228 lugares de 39 cidades com jornalistas e voluntários pela internet. A nota média das calçadas brasileiras foi de 3,55 e a capital paulista não foi muito além disso, pouco mais de 3,6. Nos dois casos, bem abaixo do 8, avaliação considerada aceitável para uma calçada. Se olharmos os dados apenas da cidade de São Paulo veremos que as calçadas também espelham a desigualdade que encontramos em outras áreas, pois temos a avenida Paulista com nota que chega a 9,3 e a rua Barão de Itapetininga com 8,75, no topo da lista. E lá embaixo, aparecem as calçadas da avenida Guarapiranga, na zona Sul, que receberam nota zero e as da rua do Oratório, na Mooca, que levaram nota 1.

 

Em São Paulo, temos 32 mil quilômetros de calçada usadas por cerca de 7,5 milhões de pessoas que fazem mais ou menos 14 milhões de viagens por dia. Por lei cada proprietário é responsável pelo seu espaço diante das casas e prédios, mas a prefeitura tem papel fundamental para a boa qualidade destas calçadas a começar pelo papel fiscalizador. Mais do que isto, porém. Deve dar prioridade ao tema, investindo o dinheiro que está reservado no Orçamento Municipal, calcula-se R$ 26 milhões, nas áreas em que o movimento é maior. Sabe-se que se houver uma força-tarefa em 10% das vias 80% dos problemas de acessibilidade serão resolvidos. Importante para isso mapear os locais onde ocorre a maior parte das viagens e acidentes.

 

Quem sabe o próximo prefeito não se comprometa com esta ideia!?

São Paulo testa asfalto anti-enchente

 

A cidade de São Paulo começou os testes com um asfalto que absorve a água da chuva e pode ajudar a combater as enchentes na cidade. Engenheiros que acompanham o trabalho afirmam que o piso usa material poroso e teria capacidade de “enxugar” até 1 litro de água em 26 segundos. Ao CBN SP, porém, o superintendente da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da prefeitura Pedro Algodoal foi mais cauteloso. Não falou em número e apresentou algumas dificuldades para implantação do projeto.

O novo tipo de pavimento precisará, também, de um solo permeável para absorver a água sob o risco dela se acumular no asfalto. O exemplo que Algodoal usou para explicar o problema: o gramado absorve a água, mas dependendo a quantidade de chuva e qualidade da drenagem logo o alagamento se forma. Portanto, não bastará usar o piso é preciso mudar o solo, também.

O asfalto anti-enchente é mais caro, custaria em torno de R$ 230 por m2 contra os R$ 195 gastos com o asfalto comum usado na cidade. Será necessário, também, adaptar as usinas da prefeitura e melhorar – e melhorar muito – a qualidade do serviço de pavimento. O projeto avaliado em R$ 400 mil, desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica, somente terá resolvidos mais concretos no ano que vem.