Procrastinação: na volta a gente fala sobre isso

Com o fim das férias se aproximando em alta velocidade, paro alguns minutos (apenas alguns porque não quero perder tempo de descanso) para pensar sobre o que havia planejado para esses dias, tarefas que fiquei de fazer enquanto estivesse longe do trabalho e projetos que havia programado para a volta. Talvez tenha feito mais do que devesse — considerando as recomendações dos especialistas em saude mental e relaxamento — e bem menos do que imaginei há três semanas. Com certeza li muito e de tudo um pouco. Hoje mesmo, assim que acordei, deparei com a newsletter de Leo Calcio, um italiano especialista em gestão de marcas, que trazia artigo com o título: “Vamos conversar sobre isso em setembro?”.

A frase-título do artigo, escrita na forma de pergunta, costuma ser dita em tom de afirmação, especialmente em ambientes profissionais, na Itália, de acordo com Calcio. É o jeito italiano de procrastinar decisões neste período do ano, quando se iniciam as férias de verão.  É algo como nós, no Brasil, deixando os temas mais relevantes para depois do Carnaval. A intenção por trás do “deixa para setembro” ou do “depois do Carnaval” é não lidar com o problema imediatamente e postergá-lo para um momento futuro e indeterminado. A atitude cria uma falsa sensação de alívio, mas acaba afastando todos de uma solução imediata e até mesmo de uma transação financeira vantajosa — já que estamos falando aqui de projetos profissionais.

Os motivos por trás da escolha de setembro

Embora a escolha de setembro como o mês para retomar as discussões possa parecer arbitrária, existe um contexto cultural e psicológico por trás disso, explica Calcio. Muitos veem setembro como o mês do “recomeço”, um período em que se sentem mais motivados e dispostos a enfrentar novos desafios — no caso europeu, devido as férias de verão no meio do ano, uma segunda chance de recomeçar, já que a sensação de janeiro é a mesma. Além disso, a volta ao trabalho tende a despertar um senso de urgência em retomar os compromissos. Então, deixemos para quando as férias terminarem.

Comportamento humano diante de compromissos

Seja com a justificava de quando setembro chegar ou quando o Carnaval passar, a procrastinação é um traço comum do comportamento humano quando se trata de compromissos e responsabilidades. Ela pode ser causada por diversos fatores, como medo do fracasso, falta de motivação ou desejo de preservar a zona de conforto. Compreender esses motivos nos ajuda a lidar de forma mais eficaz com a procrastinação e melhorar nossa produtividade.

“Certo? Errado? Provavelmente a última opção. Exceto pelo fato de estarmos no verão, a vida é mais do que trabalho e, por uma vez, talvez pudéssemos parar de nos perguntar “por que” das coisas e “deixar ir”, sem forçar algo que claramente não é forçado porque faz parte da cultura de nosso país desorganizado, mas também virtuoso”.

Leo Calcio

Dados sobre a procrastinação e suas consequências

Somos muito parecidos, brasileiros e italianos, em relação a procrastinação. Mas não somos apenas nós. É do ser humano  a despeito dos males que essa prática exagerada possa causar. Estudos têm mostrado que a procrastinação pode ter efeitos negativos tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal. Ela leva a atrasos, aumento do estresse e redução da qualidade do trabalho. É importante reconhecer essas consequências para buscar soluções e estratégias que nos ajudem a superar a procrastinação.

Estratégias para lidar com a procrastinação

Calcio brinca ao fim de seu artigo, perguntando aos leitores se devemos falar desse assunto, a procrastinação, agora ou devemos deixar para setembro. Por brasileiros que somos e diante do fato de que estarei retornando ao trabalho em três dias e, portanto, não terei mais como fugir de alguns compromissos que posterguei, vamos a algumas estratégias para lidar com a procrastinação — esse hábito que nunca tira férias:

  • a) Conscientização: Reconheça os padrões de procrastinação em sua vida e esteja ciente dos momentos em que está adiando compromissos importantes.
  • b) Defina metas claras: Estabeleça metas específicas e mensuráveis, e divida-as em etapas menores para torná-las mais alcançáveis.
  • c) Gerencie seu tempo: Utilize técnicas de gestão do tempo, como a técnica Pomodoro*, para ajudar a manter o foco e a produtividade.
  • d) Encontre motivação: Descubra o que o inspira e motive-se com recompensas ou prazos estabelecidos.
  • e) Busque apoio: Compartilhe seus objetivos com outras pessoas, que possam lhe fornecer suporte e prestação de contas.

*Técnica Pomodoro é um método de gerenciamento de tempo desenvolvido por Francesco Cirillo no final dos anos 1980. A técnica consiste na utilização de um cronômetro para dividir o trabalho em períodos de 25 minutos, separados por breves intervalos.[1] A técnica deriva seu nome da palavra italiana pomodoro (tomate), como referência ao popular cronômetro gastronômico na forma dessa fruta. O método é baseado na ideia de que pausas frequentes podem aumentar a agilidade mental (Wikipedia)

Mundo Corporativo: Thiago Pessoa, da Gympass, fala de atividade física e produtividade na empresa

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Ao oferecer programa de qualidade de vida para os colaboradores, no qual eles têm a possibilidade de realizar atividades físicas, a empresa diminui a ociosidade, aumenta a assiduidade e ganha uma equipe muito mais saudável. Com isso, melhora a produtividade e reduz custos com planos de saúde, que, atualmente, são os responsáveis pelo maior gasto no Orçamento depois da folha de pagamento. De acordo com o empresário Thiago Pessoa, o trabalhador beneficiado por esse tipo de programa “consegue ser um colaborador mais feliz e tende a entregar mais resultados do que um colaborador menos feliz”. Thiago é diretor corporativo da Gympass, empresa que vende planos de atividade física que oferecem acesso a 2.600 academias credenciadas em 200 cidades brasileiras. A gestão de pessoas e a estratégia de atuação da empresa que dirige foram alguns dos assuntos da entrevista de Thiago Pessoa para o jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da rádio CBN.

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O Mundo Corporativo da CBN pode ser assistido ao vivo, quartas-feiras, às 11 horas da manhã, pelo site http://www.cbn.com.br. O programa é reproduzido aos sábados, às 8h10 da manhã, no Jornal da CBN.

De raposa e galinheiro

 

Por Maria Lucia Solla

 

 

A gente nunca sabe onde termina a ficção e começa a realidade, ou vice-versa. É a tal da zona cinzenta; mas onde tem rumor tem qualquer coisa que rime com ele, de horror e humor a amor. Então entra comigo na zona, e vamos deixar que a ficção nos ajude a ver melhor a realidade que nos cerca. Refletir faz bem.

 

Xiquinha, finalmente recolhida por uma ambulância, vítima de colisão entre a esperança e a lambança, sofre, sofre, geme, pede a Deus que lhe dê alento e que resgate o seu talento para se manter viva e respirando. Passam-se horas até que a providência divina, ocupadíssima que anda nestes tempos conturbados, dá um jeito na Logística e desvia uns dois ou três anjos para dar conta do recado. Nada de místico no babado.

 

Xiquinha vive na Sociedade do Eu Primeiro, onde a Lei Divina que se oferece para orquestrar a sociedade perdeu o lugar para a Planilha do Excel, o Grande Irmão de rabo escondido pelo camisolão, que foi criado para servir o homem, – como diria o Tufão da novela das nove, para servir a Humanidade: homem, mulher, criança, cachorro… e acabou sugando, porém, a sua seiva, gota a gota.

 

Faz um teste, pega o fio de qualquer situação difícil na tua vida, que envolva outros da tua espécie, e vê aonde vai dar. Na Planilha do Excel. Mas volto ao caso da Xiquinha, que é resgatada. Está pobre de Saúde. Seu caso é grave, talvez gravíssimo. Prende o pescoço, faz alavanca nas costas. Agora, levanta com cuidado. Tem plano de saúde, perguntam vozes desconhecidas. Sim, balbucia entre um e outro ai. Para onde você quer ir, perguntou amorosamente uma voz conhecida e que a acalmava. O caso dela não é para ir aonde ela quer, é para ir ao hospital mais próximo. Decisão tomada, lá foi ela, acompanhada por dores e temores. No hospital, foi encaixada num espaço no corredor, onde havia outros seres que também precisavam de socorro e que gemiam e choravam. Onde está o médico? Cadê o pobre coitado que tem como objetivo cuidar dos seus semelhantes na hora da precisão? Correndo feito louco entre uma cabine e outra, diagnosticando a granel, ouvindo lamentos e, Xica me disse, parecia bem intencionado. Era gentil, tinha a compaixào sadia e malhada. Você teve sorte senhorita Xica, poderia ter ficado para sempre numa cadeira de rodas. Tome estes remédios para sentir menos dor. São remédios hospitalares. Procure se mexer o mínimo possível, mantenha este colar cevical por ao menos um mês. E sabe o quê? Deu alta imediata a Xica, depois de analisar as radiografias.

 

Por que teria ele dispensado Xica assim, com tanta pressa? O que o teria impedido de abrigá-la no hospital onde houvesse quem a ajudasse e lhe aplicasse a medicação? Como é que ela iria se alimentar, se vestir, tomar banho, ir ao banheiro? Afinal paga regiamente pelo socorro de um plano de saúde e já estivera internada no mesmo hospital, por quase uma semana e fora muito bem atendida. Certamente o plano de saúde tinha ressarcido o hospital pelos gastos comigo. Isso já acontecera outras vezes, em outros hospital. O hospital mudara de nome. Teria também mudado os seus objetivos?

 

Dias depois, Xica descobriu que o plano de saúde dela tinha comprado o hospital; e chorou.

 


Maria Lucia Solla é professora, realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung

Plano de Metas será proposto a todo Brasil

 

Levar para o Brasil, o Plano de Metas implantado na cidade de São Paulo há dois anos. É o que propõe a Rede Nossa São Paulo autora da ideia que motivou a Câmara Municipal a aprovar emenda à Lei Orgânica que obriga o prefeito a apresentar as prioridades, as ações estratégicas, os indicadores e as metas quantitativas para cada um dos setores da administração pública, até 90 dias após tomar posse.

Na capital paulista, o Plano se transformou em Agenda2012 que está publicada no portal da prefeitura, onde é possível identificar as atividades propostas pelo governo municipal e comparar com as carências de cada uma das regiões e o investimento realmente feito pelo poder público. O prefeito Gilberto Kassab, por exemplo, foi obrigado a rever as metas após perceber que não teria capacidade de atender as promessas da campanha eleitoral.

No dia seis de abril, a Rede Nossa São Paulo aproveitará o segundo aniversário da Agenda2012 na cidade para apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional que prevê a obrigatoriedade do Programa de Metas para os governos federal, estaduais e municipais. Um abaixo-assinado será lançado para que outras organizações e entidades possam apoiar a ideia que será encaminhada aos partidos políticos.

Com o Plano, o poder executivo é obrigado a divulgar semestralmente os indicadores de desempenho relativos à execução dos itens do programa de metas quando se tem uma noção melhor sobre o verdadeiro desempenho da administração municipal.

O balanço dos dois anos do Programa de Metas e a apresentação da PEC para que a ideia se espalhe pelo País será dia 6/4, das 10h às 12h30, no Sesc Consolação, na rua Dr Vila Nova, 245.