O agitado calendário do rádio ganha uma data oficial

O rádio brasileiro tem agora uma data oficial a celebrar. Com a nova lei assinada pelo presidente Lula, o 25 de setembro passa a ser o Dia Nacional do Rádio. A decisão ratifica uma escolha feita pela ABERT — que reúne emissoras de rádio e TV — em 1966, ao simbolicamente adotar a data. O motivo? Foi em 25 de setembro de 1884 que nasceu Edgar Roquette-Pinto, pioneiro da radiodifusão no Brasil e fundador da primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Roquette-Pinto transformou o rádio em um meio poderoso de educação e cultura.

Mas não pense que essa é a única data no calendário do rádio. Além do 25 de setembro, temos o 13 de fevereiro, Dia Mundial do Rádio, criado pela UNESCO para lembrar a primeira transmissão da Rádio das Nações Unidas, em 1946. E, ao olhar a folhinha pendurada na geladeira, você ainda vai deparar com o Dia do Radialista. Sim, duas vezes! A data oficial é 7 de novembro, em homenagem ao aniversário de Ary Barroso. Mas há também o 21 de setembro, vinculado à regulamentação profissional da categoria no governo Vargas.

E, para complicar um pouco mais esse calendário já agitado, que tal incluir mais uma data? Proponho o 21 de janeiro, aniversário do padre Roberto Landell de Moura. Esse padre brasileiro e gaúcho foi o responsável pela primeira transmissão de voz por ondas de rádio no mundo, em 1899 — antes mesmo do italiano Guglielmo Marconi. Apesar de injustiçado e pouco reconhecido, Landell merece nosso aplauso, talvez com um “Dia Nacional da Invenção do Rádio.”

Brincadeiras à parte, para quem apresenta um programa radiofônico, como eu, todos os dias são uma celebração ao rádio. Cada transmissão é uma oportunidade de fazer o melhor trabalho possível para homenagear quem realmente importa: o ouvinte.

Afinal, mais do que datas, o que define o rádio é o seu impacto diário nas nossas vidas, unindo informação, cultura e emoção com a mesma sintonia.

Certificação internacional de comunicação: vai começar nossa jornada de educação!

Ao lado de Thiago Quintino (WCES) no dia do lançamento do curso de comunicação

Esta é uma semana importante para mim. Peço licença, caro e raro leitor deste espaço, para compartilhar esse momento especial com você. Os mais atentos devem lembrar que, em setembro, anunciei o lançamento de uma certificação internacional em comunicação, em parceria com a WCES, uma startup de consultoria e educação que atua em 15 países. Desde então, foi gratificante ver a adesão de tantas pessoas que confiaram no meu trabalho e desejaram se desenvolver em uma das competências mais valorizadas no mercado, segundo pesquisa do LinkedIn.

Até agora, quem se uniu a essa proposta já teve acesso a duas aulas especiais, enriquecidas pela presença de convidados que trouxeram reflexões apuradas sobre comportamento humano e transformação digital — temas que moldam a maneira como nos comunicamos.

Em outubro, recebi, ao lado de Thiago Quintino, fundador da WCES e meu parceiro na certificação, o antropólogo Michel Alcoforado. Ele nos ajudou a refletir sobre como o ser humano moderno se comporta em sociedade, em uma aula destinada aos alunos pré-inscritos. Em novembro, foi a vez de Arthur Igreja, especialista em inovação e inteligência artificial, nos inspirar em uma aula aberta ao público, demonstrando a essência do que pretendemos oferecer com esta certificação.

Agora, chegou o momento de entregar o que prometemos.

A Certificação Internacional de Comunicação Estratégica em Ambiente Profissional começa no dia 30 de novembro, oportunidade em que exercitarei o papel de educador, com o respaldo do Thiago Quintino e da WCES – o que multiplica o tamanho da minha responsabilidade e ansiedade. Diante desse novo começo, sinto-me como quando cheguei na redação pela primeira vez, há 40 anos; ou no dia em que subi ao palco para a palestra que inaugurou esse outra jornada na minha carreira de comunicador, em 1999. O frio na barriga se assemelha ao que senti quando enviei a prova do meu primeiro livro para a editora, em 2004. São as mesmas sensações, apenas percebidas, agora, por alguém mais velho que já aprendeu que a perfeição é uma busca nunca o destino final.

Certificação tem metodologia própria e recursos de apoio

O curso é estruturado em cinco capítulos, cada um composto por cinco a oito aulas on-line e gravadas em vídeo. As aulas seguem um formato dinâmico com cerca de 10 minutos cada uma —- em algumas, entusiasmados, passamos do tempo previsto: apresentamos casos reais, conceitos e conhecimentos relevantes, sempre buscando criar um ambiente de conversa. Nosso objetivo é que você, aluno, sinta-se parte do projeto, como se estivesse ao nosso lado enquanto compartilhamos experiências e o conteúdo especialmente desenvolvido para esta certificação.

Para evitar que a “ansiedade informacional” — resultado da avalanche de mensagens que recebemos diariamente — prejudique o aprofundamento nos temas, cada capítulo será seguido de um quiz. Assim, você terá a oportunidade de testar o que aprendeu antes de avançar para o próximo conteúdo. Além disso, será necessário aguardar uma semana entre capítulos, uma metodologia já aplicada com sucesso pela WCES em outros cursos.

Para aproveitar melhor esse intervalo, preparei uma extensa lista de referências. São livros e artigos científicos escritos por especialistas em comunicação, que sustentam os conteúdos do curso e podem se tornar fontes valiosas para sua pesquisa e aprendizado contínuo.

Participação de profissionais altamente qualificados

Durante a certificação, além das duas aulas de pré-estreia, com Michel Alcoforado e Arthur Igreja, você também terá acesso às masterclasses, que são conversas com profissionais de destaque em suas áreas. Nossos professores-convidados trouxeram ideias e experiências que certamente irão inspirar sua jornada:

  • Mário Sérgio Cortella nos lembrou da importância de liderar e comunicar com ética, criando ambientes de confiança e relações saudáveis.
  • Martha Gabriel mostrou que a transformação digital vai além das ferramentas; trata-se de potencializar o ser humano em um mundo em constante mudança.
  • Thomas Brieu destacou a escuta ativa como uma prática fundamental para construir comunicações mais efetivas e humanas, ouvindo com corpo, mente e coração.
  • Leny Kyrillos explorou como líderes que priorizam clareza, empatia e respeito constroem ambientes de colaboração e confiança, utilizando o método SCARF para promover relações mais harmoniosas.

Ao longo do curso, novos nomes e conteúdos vão compor nossa equipe. Queremos mantê-lo sempre atualizado por meio de aulas, masterclasses e trocas de informações em um grupo exclusivo no LinkedIn.

Gravamos as aulas em espaços pensados para criar conexão. Algumas ocorreram em um ambiente acolhedor, semelhante a uma sala de estar. Outras foram gravadas no estúdio onde iniciei minha carreira, em Porto Alegre, resgatando a importância de honrarmos nossas origens. Quando o Thiago Quintino estava no escritório da WCES em Utah, usei o cenário da biblioteca  que me acompanha há anos, em São Paulo, um símbolo do conhecimento e do hábito essencial de ler para crescer pessoal e profissionalmente. Afinal, a imagem comunica, como aprenderemos na certificação.

Ao concluir o curso, você receberá uma certificação internacional da WCES, startup que conta com os apoios dos governos americano e britânico.

Junte-se a nós! Inscreva-se agora e embarque em uma nova jornada, porque comunicação é coisa séria. E eu estou ansioso para saber se atendemos a sua expectativa:  

Inscreva-se aqui

Mundo Corporativo: impulsionando o desenvolvimento profissional através de viagens de incentivo

Bastidor da gravação do Mundo Corporativo. Foto de Priscila Gubiotti

“… tem um outro lado que é usar as viagens para preparar os executivos para os desafios que eles têm pela frente. Você vai preparar, por exemplo, um grupo de diretores. Evai ajudar esse grupo a adquirir certas competências que são necessárias para o sucesso deles”

Flávia Leão, líder da Russell Reynolds no Brasil

No ambiente corporativo contemporâneo, as viagens de incentivo assumem um papel crucial, não apenas como uma forma de recompensa, mas também como um meio de enriquecer as relações profissionais e fomentar o desenvolvimento dos colaboradores. Essas viagens, caracterizadas por Rodrigo Klas, diretor comercial da Klas Viagens de Incentivo, como “viagens de relacionamento”, são escolhidas estrategicamente pelas empresas para estreitar laços com clientes e premiar colaboradores. A seleção de destinos é meticulosa, visando ressonar com temas atuais da organização.

As informações sobre essa prática foram discutidas em uma entrevista concedida ao programa “Mundo Corporativo” da rádio CBN, onde Flávia Leão, líder da Russell Reynolds no Brasil, e Rodrigo Klas ofereceram um panorama detalhado sobre a dinâmica e os efeitos das viagens de incentivo no mundo empresarial.

Um exemplo mencionado na entrevista foi uma viagem organizada ao Butão, focada no conceito de felicidade. Esta experiência proporcionou aos participantes uma compreensão profunda de como a felicidade pode ser avaliada e cultivada, indo além dos parâmetros convencionais. A interação com líderes locais e a exploração de práticas sustentáveis e culturais diferenciadas ofereceram uma perspectiva única, destacando a importância do bem-estar e da satisfação no contexto corporativo.

Além de expandir o conhecimento e a visão de mundo dos participantes, as viagens de incentivo são fundamentais para a retenção de talentos e clientes. Como apontado por Rodrigo, essas experiências, quando bem planejadas e executadas, podem aumentar significativamente a lealdade e o comprometimento dos colaboradores e clientes para com a empresa.

“Hoje, a gente tá buscando muito mais abrir empresas e entender o que os líderes dessas empresas estão fazendo na prática porque você vivencia esse dia a dia e essa experiência acaba sendo muito mais rica”

Rodrigo Klas

O mercado de viagens de incentivo, segundo informações de Rodrigo, está em crescimento no Brasil, com São Paulo no epicentro desse desenvolvimento. Flávia Leão enfatizou a importância dessas viagens na preparação dos executivos para desafios futuros, salientando a necessidade de experiências práticas e a exposição a diferentes mercados e culturas.

Em síntese, as viagens de incentivo no setor corporativo são mais do que simples recompensas ou luxos; elas são uma ferramenta estratégica que promove o crescimento profissional, fortalece relações corporativas e influencia positivamente a cultura e a estratégia empresarial.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, toda quarta-feira, às 11 horas, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às dez da noite, em horário alternativo. Está disponível, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Renato Barcellos, Letícia Valente, Priscila Gubiotti e Rafael Furugen.

Mundo Corporativo: Luiz Fernando Lucas destaca que a integridade é responsabilidade do indivíduo

No estúdio do Mundo Corporativo com Luiz Fernando Lucas Foto: Priscila Gubiotti

“Esse é o ponto em que as empresas vão começar a se destacar contratando seres humanos mais íntegros no sentido da palavra de mais completos, de mais clareza de quem são”

Luiz Fernando Lucas, advogado

Os dilemas éticos que enfrentamos no cotidiano são nossos e devem ser solucionados por nós. Cabe a cada um fazer suas escolhas diante das diversas situações que enfrenta na sua vida pessoal e profissional. Portanto, você é responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Tem de ser pautado por essa premissa, sob o risco de perder o protagonismo e a liberdade. Nada disso, tira a responsabilidade de a empresa construir um ambiente eticamente saudável, mas é preciso entender que na “hora do vamos ver” a decisão é sua. Conversei sobre estes temas com Luiz Fernando Lucas, advogado por formação, especializado no tema da ética por convicção e autor do livro “A Era da Integridade” (Editora Gente). 

“Acredito mesmo que não as empresas, mas nós como seres humanos precisamos cada vez mais voltar aos princípios, as virtudes, aos valores”.

No programa Mundo Corporativo, Luiz Fernando explicou que a integridade é a busca pela plenitude e completude, sendo congruente entre o que se fala, pensa e faz. Essa sintonia é que diferenciará cada vez mais o profissional de seus colegas e concorrentes. De verdade, já diferencia, porque, como dito na epígrafe deste texto, às empresas  estão em busca desses talentos, que deixou de ser apenas a referência para aquele que é inovador, colaborativo ou excepcional na execução da sua tarefa:  

“Estamos indo para um momento no qual mais importante do que os hard ou soft skills são as inner skills, aquelas competências que vêm de dentro,  a sua essência”.  

RHs têm de investir em indicadores de integridade

A despeito da valorização que ética, responsabilidade e integridade têm tido, Luiz Fernando diz que os departamentos de recursos humanos ainda não usam métodos capazes de identificar esses valores nos profissionais que se apresentam como candidatos. Segundo o advogado, há vários instrumentos de avaliação de perfil psicológico e de personalidade, há indicadores financeiros e de resultados, assim como sociais e ambientais, porém ainda são incipientes do de governança corporativa. 

“A proposta é quais indicadores de valores de impacto na sociedade, por exemplo, de saúde do grupo de pessoas que estão não apenas dentro da empresa, mas como que elas estão levando bons exemplos para a sociedade”.  

O autor ressalta que vivemos na “era da integridade”, e estamos vivendo um momento de ampliação da consciência humana e que é possível escolher evoluir como espécie através da integridade e consciência. Destaca a relação entre confiança, valores e felicidade, e a importância de se fazer escolhas éticas e responsáveis diante das novas tecnologias. Além disso, chama atenção para a influência que os ambientes profissionais e pessoais que vivenciamos têm na construção desses relacionamentos éticos e responsáveis:

“Se eu tenho uma conduta ética na minha vida pessoal, eu vou contribuir com aquilo no meu grupo de trabalho e se na minha empresa valoriza-se a cultura de integridade, a ética, os valores de alguma forma, eu vou levar aquilo pro meu seio familiar, para o meu pro meu convívio social. E aqueles aprendizados vão fazer refletir sobre o impacto da minhas ações e das minhas omissões como ser humano na vida”. 

Para uma reflexão mais completa sobre integridade, assista à entrevista com Luiz Fernando Lucas, ao Mundo Corporativo, programa que teve as colaborações de Renato Barcellos, Bruno Teixeira,  Priscila Gubiotti e Rafael Furugen.

Mundo Corporativo: tenha prioridades e mantenha os “copinhos” cheios para crescer profissionalmente, recomenda Ligia Buonamici, da Liz Lingerie

foto divulgação

“A gente precisa, na nossa cabeça, determinar as prioridades. Aquilo que te faz bem. A gente precisa aprender a ter um autoconhecimento e saber, realmente, olhar para dentro de você”  

Ligia Buonamici, empresária

Entre os sonhos e as realizações existe um oceano —- parafraseando aqui dito italiano que busca revelar a distância que separa ações de intenções. Para a empresária Ligia Buonamici, CEO da Liz Lingerie, isso não era um problema, mesmo que, no início, a ideia fosse construir uma escola de línguas. O ramo da educação foi deixado de lado, mesmo após a busca de especialização nos Estados Unidos, quando decidiu morar em Fortaleza com um namorado. Lá a oportunidade que surgiu foi em uma fábrica de lingerie — setor que a conquistou e no qual atua há mais de 30 anos.

O conhecimento e o gosto por língua estrangeira não foram em vão. Na fábrica de lingerie, Ligia era responsável, entre outras atividades, a apresentar as coleções para comitivas de americanos, além de ter contato com negociadores de outros países — ela domina com fluência cinco línguas. Em seguida migrou para a área de desenvolvimento de produtos, o que a obrigou a retornar à sala de aula:

“Eu me apaixonei (pelo setor) e tive que estudar tudo de novo. Eu me aprofundei bastante em todos os assuntos que envolviam desde o desenvolvimento do produto até a entrega desse produto na mão da consumidora. Foi aí que me encantei pelo marketing, pelo comercial”

A escolha por uma empresa de médio porte, na época, foi consciente. Segundo Ligia, havia o desejo de buscar desafios intelectuais e, ao mesmo tempo, crescer rapidamente. Empresas desse tamanho, de acordo com a empresária, tendem a oferecer essas possibilidades:

“Eu poderia no momento criar o meu negócio ou ir para uma multinacional. Às vezes, em um negócio pequeno, sem muito capital, você acaba tendo uma realização, sim, mas uma um desafio intelectual menor — e isso era uma questão muito forte para mim. Em uma multinacional, você tem esse desafio intelectual, mas geralmente os planos de carreiras  são mais alongados”.

O tema do conhecimento aparece em vários momentos da nossa conversa no Mundo Corporativo. Ao ser convidada para dar sugestões aos profissionais que pensam em se desenvolver na carreira e estarem preparados para os diversos desafios que surgem, Ligia lembra da imagem que mantém em um quadro na sua empresa, onde estão três copinhos: o do conhecimento, o das atitudes e o dos valores. É preciso mantê-los cheios o tempo todo.

O conhecimento precisa ser atualizado a todo instante. Para ela, um bom sinal de que esse “copinho” está se esvaziando é quando passamos a repetir com muita frequência a expressão “no meu tempo”. Cuidado! Por mais que a maturidade seja uma referência importante, é preciso estar sintonizado com os tempos atuais. 

As atitudes devem ser lapidadas a todo momento. E Ligia usa sua própria experiência para mostrar que é possível fazer mudanças. Disse que era uma pessoa muito agressiva e intensa no trabalho e, atualmente, consegue ouvir mais, considerar os feedbacks e ser mais permeável. Uma transformação que a fez crescer como ser humano.

Os valores são intrínsecos. E quando fala em valores, se refere a responsabilidade, honestidade e ética. Para Ligia, esses são mais difíceis de serem moldados porque estão no seu âmago.

“Preste atenção nos copinhos. Faça a análise dos seus copinhos, diariamente ou semanalmente.  E procure sempre fazer o que você gosta, o que você ama. Porque levantar todo o dia, passar horas fazendo alguma coisa que não te traze um prazer, uma emoção, não é a melhor forma de você viver a sua vida”.

Assista à entrevista completa com Ligia Buonamici, CEO da Liz Lingerie, onde também falamos da importância de se investir em diversidade, da projeção que as mulheres estão conquistando no mercado de trabalho, do desfio de se sobreviver à intensa transformação digital, além de um alerta para que se tenha uma vida mais saudável no ambiente de trabalho:

O Mundo Corporativo tem a colaboração de Renato Barcellos, Bruno Teixeira, Rafael Furugen e Priscila Gubiotti.

Mundo Corporativo: Lilian Bertin recomenda que você não deixe que sua idade o defina

Photo by nappy on Pexels.com

“Desde que a natureza permita tudo é possível e a idade não pode ser um impeditivo na nossa vida pessoal, profissional, corporativa seja qual for”

Lilian Bertin, empresária

Estamos encerrando a semana em que uma senhora de 96 anos morreu em pleno exercício de suas atividades e reverenciada por boa parcela do mundo. Concluiu o ciclo mais longevo para a ocupante do  seu cargo, na atualidade. E quando se fazia referência a sua idade era uma demonstração de valor, jamais depreciação. Claro, falo  da Rainha Elizabeth II que, por rainha que foi, teve privilégios que os “plebeus” nunca terão; e soube usá-los. A despeito das diferentes condições, cada vez mais teremos pessoas com idade avançada —- seja lá quanto isso signifique para você — no mercado de trabalho, ocupando e competindo por espaços com diversas gerações.

A maior longevidade da população, porém, parece que ainda não foi percebida por alguns gestores, líderes e empresas, que teimam em criar barreiras para os profissionais maduros e mais antigos. A prática, baseada em preconceito, tem nome: etarismo. E como todo preconceito precisa ser enfrentado e superado. Falei desse tema com Lilian Bertin, empresária e mentora de profissionais dispostos a se reinventar na carreira e nos negócios, no Mundo Corporativo da CBN:

“Eu vejo muitos jovens que estão iniciando uma carreira corporativa e já estão mortos pra vida. Eles funcionam a base da manivela. E pessoas com mais de 40, 50 anos que têm uma garra, uma vontade .. têm visão, têm experiência. Eu prefiro acreditar que a idade não nos define”.

Em sua carreira, especialmente na função de mentora, Lilian deparou com inúmeras histórias de pessoas que entenderam a necessidade de mudarem suas carreiras para estenderem a jornada profissional. Um dos exemplos é de um engenheiro de sucesso, de perfil sério e apreciador de vinhos que, após os 70 anos, descobriu-se músico e lançou álbum, onde se apresenta com um talento até então desconhecido. Para o cenário ficar ainda mais completo, ganhou a companhia da mulher que o apoia planejando os shows e atuando nos bastidores:

“Eu tenho certeza que em um ano a gente vai colecionar muito mais histórias como essas, inclusive de pessoas que estão saindo do mundo corporativo ou sendo convidadas a sair. Porque isso está sendo muito frequente e pegando toda essa bagagem, imprimindo, empacotando e transformando num produto, num serviço que pode ajudar muitas pessoas”. 

As mudanças na carreira nem sempre são planejadas ou por vontade própria. O profissional é “convidado” a se afastar e isso tem forte potencial para se transformar em  frustração e medo. Uma sensação que se dá especialmente pela crença de que seremos eternos no ambiente corporativo:

“A gente tem que seguir se preparando e cuidando da nossa imagem, da nossa marca, sempre pensando “se isso não der certo, eu vou fazer aquilo”. Ou seja, não é que você vai ter uma uma visão pessimista, mas é que você tem que estar sempre preparado para você se manter. Então, enquanto você tá ali na empresa, você dá o seu melhor, mas você tem que saber que um dia aquilo pode não existir mais”.

O sentimento de estar sendo descartado atrapalha muitos dos planos, por isso em situações como essa é preciso trabalhar a autoestima, explorando seus recursos internos e se reestruturando a partir do que você já sabe:

“Todas as vezes que eu tive um salto, um crescimento na minha vida, foi em momentos de muita dificuldade de muita frustração, mas quando a gente aprende a trabalhar com isso na nossa vida, acredite portas inimagináveis se abrem lá na frente. Enquanto a gente está preso ao que aconteceu de ruim, a gente não vira a página … é importante seguir em frente até para que a gente se libere dessa energia ruim”.

Lilian recorre a história dos dois lobos que convivem dentro de nós para falar do medo de errar, a medida que se tem uma vida mais madura. Ela lembra que medo e coragem estão dentro de nós, sobreviverá aquele (lobo) que nós alimentarmos. Uma das formas de não dar comida para o lobo errado é perceber que a maior parte da nossa insegurança está relacionada a perda de um status profissional que nos põe em situação muito confortável.  Entender que a cadeira da presidência na qual estamos preso, o crachá no peito e o respeito dos colegas do escritório podem ser substituídos por outros prazeres que a nova profissão nos oferecerá. 

“Olha para dentro disso e fala “o que que eu gostaria de fazer?”, “o que eu posso contribuir?”. Porque quando a gente contribui com o planeta quando a gente contribui com as pessoas, quando a gente quer verdadeiramente a felicidade das pessoas, a gente começa a se doar e essa doação se transforma, muitas vezes, num trabalho, num produto. Foi o que aconteceu comigo”.

Assista à entrevista completa com Lilian Bertin, autora do livro “Minha idade não me define”,ao programa Mundo Corporativo da CBN.

Colaboram com o Mundo Corporativo Renato Barcellos, Bruno Teixeira, Rafael Furugen e Débora Gonçalves.

Mundo Corporativo: André Machado, da AsQ, explica como deixar líderes longe da empresa ajuda na criatividade

“… ele tem de ter uma gestão muito mais participativa, trazer os objetivos, discutir com a equipe, usar a tecnologia que está super a favor da gente para coletar as ideias” —- André Machado, AsQ

Profissionais com facilidade de adaptação, resilientes diante dos desafios que tendem a surgir com maior frequência e que saibam proteger sua vida pessoal para que não seja impactada pela profissional —- a medida que ambas passam a dividir o mesmo espaço com o sistema de home office. Essas são algumas das características de colaboradores que têm se destacado ao longo desta pandemia, na opinião de  André Machado, CEO da AsQ, em entrevista ao programa Mundo Corporativo da CBN.

Especializada em gestão de saúde privada, a AsQ foi lançada em agosto do ano passado, no auge da pandemia, após gestores e executivos perceberem a oportunidade de negócio que havia naquele momento crucial para operadoras de planos de saúde, empresas e seus beneficiários. Além de desenhar seus escritórios para a nova realidade e manter muitos funcionários trabalhando à distância, André conta que a partir da troca de experiências da equipe, criou-se um sistema que passou a ser chamado de “ócio criativo”:

“A gente criou uma tarde, uma manhã,  um turno do dia da semana, em que o gerente não está disponível para o trabalho, mas terá de fazer algo que estimule a oxigenação, a criatividade … ele não está disponível para a gente, para as pessoas da empresa”

Segundo André, a estratégia atende a dois aspectos: a formação de novos líderes, pois o gerente é obrigado a delegar autoridade a pessoas de sua equipe; e a busca de soluções que surgem a partir do instante em que o gestor é estimulado a desestressar.

Além de equipes bem preparadas, o CEO da AsQ cita o fato de que a empresa está baseada na tecnologia, com pessoal dedicado a inovação e aberto a troca de informação com os parceiros de negócio. Uma das novidades que estão sendo trabalhadas, a partir do compartilhamento de conhecimento, é a de tecnologia vestível que propiciará uma experiência melhor para as pessoas, diz André.

“Tem pouquíssimas pessoas que querem voltar para o escritório e como eu presto serviço de saúde, tenho de trabalhar muito para dentro de casa, então eu mantenho o apoio ao colaborador para que ele tenha uma sustentação psicológica e de saúde para se manter nesta lógica do trabalho”.

Quanto ao papel dos líderes, André Machado identifica a necessidade deles encontrarem novas formas de administrar suas equipes:

“… o gestor tem de estar muito envolvido nisso, em querer servir; e esse trabalho à distancia, eu acho, deixou isso muito mais forte; ele tem de estar muito mais disposto a isso”

O Mundo Corporativo é gravado às quartas-feiras, 11 horas, e pode ser assistido ao vivo no canal da CBN no Youtube, no Facebook e no site cbn.com.br. O programa vai ao ar aos sábados no Jornal da CBN, aos domingos, às dez da noite, em horário alternativo ou pode ser ouvido a qualquer momento em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Juliana Prado, Bruno Teixeira, Rafael Furugen e Débora Gonçalves.

Mundo Corporativo: Rafael Lucchesi, do SESI, defende novas relações de produção e trabalho, para superar a pandemia

 

 

 

“As sociedade que se adaptarem mais rápido a essas novas tendências, seguramente vão subir o elevador da produtividade; as suas empresas vão crescer; vão ganhar mercado e, é claro, a sociedade vai se desenvolver. É o que nós chamamos de um círculo virtuoso de desenvolvimento” — Rafael Lucchesi, SESI

A indústria brasileira precisa estar pronta para se adaptar às tendências de mercado que surgiram ou se aceleraram devido a pandemia do coronavírus. Se muitos setores sofreram com a queda de produtividade, também é preciso entender as oportunidades que se apresentam, como a descentralização da fabricação de algumas linhas de produto —- o que ficou evidente a partir das dificuldades de compra, venda e distribuição de equipamentos de saúde. Ao mesmo tempo, é necessário aproveitar as possibilidades que surgem com as transformações digitais e treinar os funcionários para esse novo momento.

 

No programa Mundo Corporativo, da CBN, Rafael Lucchesi, diretor-superintendente do Serviço Social da Indústria — SESI falou de temas que têm sido o foco das discussões do setor industrial brasileiro.

“Como tendência, seguramente nós vamos ter maiores cuidados com saúde, uma agenda maior de capacitação, de uso mais intensivo de tecnologia e, também, uma agenda voltada a novas ferramentas que têm ganho de produtividade e que vão impactar os resultados das empresas”.

O dirigente do SESI lembrou que o mundo vive a quarta revolução industrial, com digitalização, uso de inteligência artificial e de algoritmos, por exemplo. Soma-se a isso a produção industrial aditiva em que é possível fabricar produtos com o uso de impressoras 3D tornando desnecessário que a empresa mantenha uma grande manufatura, concentrada em uma determina região do mundo, substituindo esse modelo por uma estrutura industrial muito mais distribuída, criando uma cadeia de fornecedores próxima do seu mercado:

“Com três fotografias do seu pé, você poderá adquirir um tênis feito sob medida da mesma maneira que se faz com os atletas de alta performance, ajustado a sua biometria, e não em função de uma biometria padrão … com isso, a escala de produção será um fator menos relevante no futuro e muito mais a logística de produção distribuída. Isso vai mudar o ambiente de escritório e de chão de fábrica”.

A pandemia obrigou a indústria a acelerar esses processos que já estavam em andamento, segundo Rafael Lucchesi. A medida que as empresas têm mudado seu modelo operacional, o dirigente entende que essa transformação levará a uma revisão nos contratos de trabalho —- o que chama de modernização na relação de emprego. Apesar da reforma trabalhista, que entrou em vigor há pouco mais de um ano, outras questões estarão na pauta:

“… seguramente há um consenso que une as lideranças empresariais e dos trabalhadores, que é estabelecer algo que permita que a sociedade gere mais emprego e mais renda … é preciso construir uma agenda de futuro para o Brasil”

O aumento da preocupação dos profissionais e seus familiares com as questões sanitárias, por causa da pandemia, além de um número crescente de afastamentos das funções, por doenças relacionadas ao trabalho, vão exigir um acompanhamento maior das empresas, de acordo com o dirigente. Isso traz outro desafio ao setor produtivo devido aos custos em relação a assistência médica dos profissionais:

“Esse é um problema grave porque é a inflação que mais cresce no Brasil e tem sido um dos maiores custos das empresas brasileiras, por isso o SESI com a CNI tem apoiado às empresas a estabelecerem um entendimento melhor nas negociações com os planos de saúde”.

Independentemente dos novos desafios que se se apresentam, ele chama atenção para o fato de a indústria ter de estar atenta a relação com seus colaboradores:

“As organizações mais produtivas são aquelas que melhor cuidam do principal talento das organizações, dos seus trabalhadores, dos seus colaboradores. Então, aquelas que vão melhor performar, serão seguramente as mais abertas ao diálogo daquilo que mais preocupa que são hoje as questões de cuidados à saúde”.

O Mundo Corporativo pode ser ouvido aos sábados, no Jornal da CBN; aos domingos, às dez da noite, em horário alternativo; ou a qualquer momento em podcast. Colaboram com o programa Juliana Prado, Guilherme Dogo, Rafael Furugen e Débora Gonçalves.

Mundo Corporativo: ensino à distância ajuda profissional a reduzir lacuna de habilidade

 

 

Sempre existe uma lacuna de habilidade — o que você pode oferecer para a empresa e o que a empresa espera de você —-, e cabe a nós profissionais estarmos sempre atrás de reduzirmos esta distância. A opinião é de Sérgio Agudo, country manager da Udemy, em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da rádio CBN. Agudo tem se dedicado a expansão da plataforma de ensino à distância no Brasil e falou sobre como é possível usar os recursos disponíveis na internet para ampliar o conhecimento e, também, das oportunidades que este mercado oferece.

 

O Mundo Corporativo é apresentado às quartas-feiras, 11 horas da manhã, e pode ser assistido no site e na página da CBN no Facebook. O programa é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10h30 da noite, em horário alternativo. Colaboram com o Mundo Corporativo, Juliana Causin, Rafael Furugen e Débora Gonçalves.

Mundo Corporativo: Luiz Carlos de Souza diz como estar preparado para tomar a decisão certa

 

 

“Todos os personagens que estão dentro do mundo corporativo são tomadores de decisão, independentemente do cargo ou função que a pessoa ocupe” – Luiz Carlos Pereira de Souza, professor da área de negócios.

 

 

O ambiente de trabalho exige dos profissionais tomadas de decisão rápidas e precisas a todo momento e para que isso ocorra é fundamental que se tenha consciência dos vários aspectos que nos influenciam: sociais, financeiros, psicológicos e espirituais.

 

Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da CBN, Luiz Carlos Pereira de Souza fala de estratégias e cuidados que precisam ser adotados antes de uma decisão. Por exemplo, saber ouvir o outro, agir sem precipitação e analisar o ponto de vista da corporação que representa.

 

Ele ensina que uma palavra mágica diante de um pergunta que lhe exija uma resposta muito rápida é “depende”:

 

“Fundamental quando nós vamos tomar uma decisão é poder respirar, refletir, e quando você fala depende você ganha essa oportunidade”.

 

O Mundo Corporativo é apresentado, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas, no site e na página da CBN no Facebook. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, ou aos domingos, às 22h30, em horário alternativo. Colaboram com o Mundo Corporativo Juliana Causin, Rafael Furugen e Débora Gonçalves.