Deputado faz “propaganda” e atende eleitor

 

Propaganda eleitoral ilegal

A pouco mais de 2,5 km do Cartório Eleitoral da 320ª Zona Eleitoral, no Jabaquara, São Paulo, o escritório do Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), que fica na Avenida Eng. George Corbisier, 1127, mantém instalada uma faixa com foto e número da legenda do parlamentar, segundo revela um colaborador do Adote um Vereador. No escritório, sediado na zona sul da capital, o deputado presta atendimento à população. Aos sábados, o local é procurado por dezenas em busca de encaminhamentos médicos, vagas para empregos e outros auxílios. De acordo com populares, o cartaz substitui um semelhante, que estava gasto.

Segundo a Lei Eleitoral, a prática do parlmentar é considerada propaganda antecipada (ou seria atrasada?) – já que não estamos em ano de eleições. Faria de Sá foi reeleito deputado federal em 2010 pela sexta vez.

A campanha eleitoral está nas ruas, ainda

 

Um cidadão distraído poderia imaginar que a campanha eleitoral está a todo vapor ao passear por ruas de São Miguel Paulista, na zona leste.

Sujeira eleitoral

Cartazes, faixas e muros seguem tomados pelo rosto feliz dos candidatos, seus nomes e números, de acordo com uma série de imagens feitas pelo ouvinte-internauta Marcos Paulo Dias, colaborador do blog.

Sujeira eleitoral

O prazo para que os candidatos que disputaram o segundo turno retirem toda a propaganda das ruas se encerra dia 30, segundo o TRE-SP. Para os que participaram apenas do primeiro turno, o material teria de ter sido recolhido em 4 de novembro.

Sujeira eleitoral

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo tem convênio com a prefeitura que está autorizada a retirar a propaganda ‘esquecida’ pelos políticos.

Sujeira eleitoral

Veja mais imagens no álbum do CBN SP no Flickr

Propaganda eleitoral, velha e ilegal

 

Propaganda eleitoral insistente

Dois exemplos de propaganda eleitoral ultrapassada – uma pelo prazo, outra pelo marketing. A primeira é do tempo do Kassab-candidato que permanece em meio aos escombros de um posto de gasolina, na av. Washington Luiz, e foi enviada pelo ouvinte-internauta Israel Santos.

Propaganda irregular

A segunda quem encontrou foi Sílvia Rioli, também em São Paulo. Será que o autor desta faixa pendurada em dois postes ainda acredita que este tipo de publicidade – ilegal, diga-se – ganha voto do eleitor ?

Para a primeira, pintura nela; para a segunda, TRE neles.

Foto-ouvinte: Sujeira eleitoral

 

Sujeira eleitoral

Restos de propaganda eleitoral seguem espalhados em esquinas de São Paulo, como mostra esta imagem do colaborador do Blog, Marcos Paulo Dias. Aqui, é a região de São Miguel Paulista, zona leste da capital. Para este entulho ser recolhido basta um serviço de limpeza competente. Difícil mesmo será remover o entulho que deixamos dentro do legislativo brasileiro. Este só com consciência cidadã.

Foto-ouvinte: Propaganda não-eleitoral

 

Propaganda irregular

Aproveitando-se deste momento de exceção na Lei Cidade Limpa, uma empresa na zona leste de São Paulo entrou na onda do cavalete e ocupa parte da calçada da rua Miguel Angelo Lapena para fazer publicidade irregular. O anúncio se confunde com os dos candidatos que estão autorizados, mas não passou despercebido do olhar do colaborador do Blog, Marcos Paulo Dias. Curiosidade: entre os valores anunciados pela empresa está “Comportamento ético e transparente em todas as relações; crescimento com honestidade e lealdade”

Canto da Cátia: A vida na Real

 

Incêndio na favela Real Parque

O que sobrou foi para a viela. Do que sobrou, algo foi roubado.

No incêndio que destruiu 300 barracos na favela Real Parque, em zona rica de São Paulo, a repórter Cátia Toffoletto flagrou não apenas imagens mas histórias do cotidiano deste povo. Logo que chegou ao local, após trânsito e encrencas, entrou ao vivo. E ao vivo entrevistou uma moradora ainda impressionada com o ocorrido.

Incêndio na favela Real Parque

A senhora (tinha voz de senhora) disse que o fogo começou “nove e pouquinho” e ela só ouviu a gritaria dos vizinhos, acordou, e passou a mão na bolsa e em um dos filhos. Correu pra fora enquanto alguns poucos pertences foram retirados do barraco. “O microondas foi roubado”, disse para Cátia. Ao fundo, uma voz de menina se espantava: “Foi roubado ?”

Incêndio na favela Real ParqueEm meio ao desespero de quem tentava impedir mal maior, houve quem visse ali a oportunidade de levar daqueles que tem muito pouco. E este pouco ficou no caminho a espera de um lugar para ser abrigado.

Foi a Cátia quem lembrou também o esforço dos bombeiros para impedir que as chamas chegassem na mata que resistiu a ocupação do local e no Singapura, construído há anos pela prefeitura para maquiar um problema que nunca foi contido. Faltam mais de 600 mil habitações para os paulistanos ao mesmo tempo que milhares vivem nas condições precárias dos moradores da Real Parque.

Candidatos estiveram na favela este ano garantindo melhorias. Mas toda eleição é a mesma coisa. Vão até lá, prometem “fazer e acontecer” e voltam para casa. A única coisa que deixam para trás é a propaganda irregular pendurada no poste.


Ouça aqui a reportagem da Cátia Tofolletto

Cidade Limpa não vale para candidatos

 

Acostumado que está com o combate à poluição visual, o paulistano vai levar um susto assim que a campanha eleitoral esquentar. A lei Cidade Limpa não vale para os candidatos que podem, desde 6 de julho, pintar muros, pendurar faixas e banner, colocar cartazes e espalhar cavaletes por todos os lugares – ou quase todos.

Por fazer parte de lei federal, as regras que restringem a propaganda eleitoral se sobrepõem as que estão em vigor na capital paulista e tiraram das ruas boa parte da publicidade externa. A explicação é da assessora de comunicação Eliana Passarelli, do TRE-SP, em entrevista ao CBN SP.

A propaganda eleitoral pode, mas com restrições. Cartaz e banner não deve ter mais de 4m² e somente podem ser expostos em propriedade particular. O mesmo ocorre com pinturas em muros que são proibidas em área pública.
Não estaremos livres, porém, daqueles cavaletes com cartazes que ficam nas esquinas e praças, pois este tipo de propaganda é considerada móvel e está autorizada desde que permaneça no local apenas entre às 8 da manhã e às 10 da noite.

Ouça a entrevista com Eliana Passarelli, do TRE-SP.

Existem formas de coibir os abusos, denunciando no site do Tribunal Regional Eleitoral, em São Paulo, ou em qualquer outro Estado, pois as regras são nacionais. Além disso, o Ministério Público Federal também mantém um site para receber as denúncias de irregularidades. Veja outros canais na coluna No Ar, na coluna à direita, do Blog.

E lembre-se que se a Lei Cidade Limpa não vale para candidatos, vale, e muito, para os seus eleitores. Portanto …

Para conhecer o que está proibido na campanha de rua e o que está autorizado, acesse o link a seguir:

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Propaganda, simulação encantada

 

Por Carlos Magno Gibrail

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Hoje, a propaganda brasileira, forte em números e em criatividade, com R$30 bilhões de faturamento anual e 57 Leões em Cannes, além do título de Agência do Ano pela AlmapBBDO, não depende tanto da política, quanto esta dela.

Entretanto, pela evolução dos últimos anos, a propaganda nacional ficará cada vez menos brasileira, e a sua dependência dos governos e candidatos poderá se tornar significativa.

A globalização e o poder das multinacionais estão concentrando em 17 agências 13 bilhões de faturamento anual dos 30 bilhões de reais de todo o setor.

A conta de propaganda paga pelo governo Lula -Presidência, Ministérios e Estatais – nos últimos seis anos aumentou em 48%. De 2003 a 2009 foram gastos 7,7 bilhões de reais, e apenas de 2008 para 2009 houve a evolução de 796 milhões de reais para 1,17 bilhões de reais.

As campanhas governamentais, a preço de tabela, que são normalmente feitas para o poder público, pois o setor privado é brindado com descontos, aumentaram de 2007 para 2008 de 2,26 bilhões de reais para 2,77 bilhões de reais, de acordo com levantamento do Grupo de Mídia de São Paulo.

Enquanto São Paulo passou de 59,3 milhões em 2007 para 158,3 milhões em 2008, o deputado Luis Carlos do Amazonas informa que São Paulo tem gasto de R$ 2,32 por pessoa, Rio de Janeiro gasta R$ 1,72, Pernambuco gasta R$ 3,7, Bahia gasta R$ 1,45 e Paraná gasta R$ 1,00, no Amazonas a taxa é de R$ 14,00 per capita.

Mas, tão importante quanto os números, é o aspecto ético não comprometido, pois de acordo com a Constituição

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos” (artigo 37, XXII, § 1.º).

Constatamos que a realidade não é esta postulada pela Constituição.

É o que Jean Baudrillard chama de: “Simulação desencantada – o pornô – mais verdadeiro que o verdadeiro – este é o máximo do simulacro”, que encontramos nas comunicações governamentais com o objetivo da promoção pessoal através do simulacro da divulgação informativa ou de orientação social.

A partir de 3 de julho até 3 de outubro ou 31 se houver segundo turno, os governos federal,estaduais e municipais estão proibidos de veicular qualquer tipo de propaganda que possa ser caracterizada como favorável às administrações.

O que poderia ser um período de purificação passa para o que Baudrillard chamaria de “Simulação encantada – mais falso que o falso – este é o segredo da aparência”, da qual os candidatos vão se travestir e investir. Fecha a propaganda dos governos e abre a campanha dos candidatos.

Dilma na segunda-feira anunciou gastos de propaganda de 157 milhões de reais, Serra de 180 milhões de reais, e a modesta Marina 90 milhões de reais. Como bem rotulou no Estado de 3 de junho Eugenio Bucci, é a época em que : “A propaganda eleitoral vai ao paraíso”.

A eleitoral vai, mas a institucional em espera voltará cada vez de forma crescente, de acordo com a tendência desafiadora dos anos recentes.

É hora de eleição, e é preciso detectar a simulação e ir para a ação.

Do veto através do voto.


Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas no Blog do Mílton Jung


* Foto de propaganda nazista mostra jardim de infância para crianças alemãs e enfatiza a função materna na Alemanha, o resultado nós conhecemos (Alemanha, 1941)

Sub do Campo Limpo não cumpre Cidade Limpa

 

Campanha eleitoral irregular

A logomarca da campanha do vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR) segue pintada em muros de importantes vias da zona sul de São Paulo. O presidente da Câmara Municipal nega que tenha autorizado o uso da imagem dele, mas não tomou nenhuma atitude até agora para pedir a retirada do material – ao menos não divulgou qualquer informação neste sentido nos inúmeros contatos feitos pela produção do CBN SP. O nome do parlamentar vinha sendo cotado para concorrer aos cargos de deputado federal ou estadual, porém não há até agora nenhuma confirmação de que isto possa ocorrer.

O que chama atenção é que a logomarca é usada ao lado de publicidade de empresas particulares que fazem propaganda desrespeitando a lei Cidade Limpa. Porém, a subprefeitura de Campo Limpo (que não se perca pelo nome) responsável pela fiscalização não toma nenhuma atitude para punir as irregularidades evidentes em vias como a Estrada de Itapecerica, próximo do Terminal Capelinha, e a avenida Carlos Caldeira Filho.

Como o vereador tem influência na subprefeitura, o uso da imagem identificada com ele parece funcionar como uma espécie de “habeas corpus” para os infratores que ironizaram a denúncia de publicidade irregular feitas pelo CBN SP com novas pixações.

Quando será que alguém vai mandar o subprefeito da região cumprir a lei?

Foto-ouvinte: Campanha eleitoral antecipada ?

 

Propaganda eleitoral atrasada ou antecipada ?

Não, atrasada. A propaganda que restou na fachada deste comércio em São Miguel Paulista é da campanha de 2006. E como a política brasileira não é dada a novidades, seja nos nomes seja no conteúdo, todos que aí estão estampados estarão pedindo seu voto mais uma vez, quatro anos depois. Só os “ponteiros” mudaram de posição. Enquanto Serra concorria ao Governo do Estado, Alckmin se lançava à presidente.

A curiosidade foi flagrada pelo colaborador do Blog do Mílton Jung, Marcos Paulo Dias, na na rua Mohamad Ibraim Saleh com Avenida Rosária, em Cidade Nova, São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.