Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: o uso ético da IA na publicidade é inegociável

Foto de Chee KahHay

A cassação de prêmios concedidos a uma campanha brasileira no Festival de Cannes deste ano acendeu um alerta sobre os limites éticos e a responsabilidade no uso da inteligência artificial na publicidade. A campanha da marca Consul perdeu o Grand Prix e um Leão de Bronze após denúncias e uma investigação da organização, que concluiu que conteúdos gerados por IA simularam eventos e resultados como se fossem reais.

Esse é o tema do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, no Jornal da CBN. O episódio colocou em xeque não apenas a seriedade de uma peça publicitária, mas atingiu a imagem da publicidade brasileira como um todo. “De certa forma, quase que se confirma uma impressão que se tem de que é uma atividade criativa, mas abre mão de ser séria”, afirmou Cecília Russo. Ela também apontou o impacto na imagem do país: “Colocamos luz em traços da nossa identidade nacional que há anos tentamos afastar — de um país menos sério, não confiável”.

Jaime Troiano vê nessa crise uma possível inflexão positiva, ainda que provocada por um tropeço: “O trabalho ficou mais complexo, mas eu acho que vai ficar muito mais sólido, mais profissional”. Para ele, a partir de agora, os anunciantes estarão mais atentos aos cases enviados a festivais e à comunicação cotidiana, exigindo embasamento e idoneidade. Troiano destaca que a inteligência artificial não é o problema em si, mas sim o uso que se faz dela. “A inteligência humana é hoje mais do que nunca necessária. Esse é um grande alerta que a crise de Cannes acabou por estampar”.

A marca do Sua Marca

A mensagem central do comentário é clara: o uso ético da inteligência artificial é inegociável. A credibilidade da publicidade — e da marca — depende do compromisso humano com a verdade, com o caráter e com a responsabilidade profissional. Como resume Cecília Russo, “isso se tornou mandatório agora”.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: um jeito de olhar para o Natal

Decoração natalina na av. Paulista (Foto: Luis F. Gallo)

“Será que a troca de presentes, o amigo secreto, ocultam as relações de amor, de integração humana, de carinho que são o sentimento mais poderoso nessa época do ano?”

Jaime Troiano

O Natal é mais do que uma oportunidade de consumo; ele é um momento de encontro, afeto e tradição. Essa foi a mensagem central do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, no Jornal da CBN. A dupla destacou que, apesar da força comercial da data, as marcas têm a responsabilidade de ir além da lógica mercadológica para resgatar os valores humanos e sociais desse período tão simbólico.

Troiano refletiu sobre o tom promocional das campanhas natalinas e o impacto emocional que elas podem gerar: “O que eu, como consumidor, gostaria de ver e ouvir neste Natal é um tom de voz muito menos promocional, muito menos agressivo e muito mais humano.” Ele apontou que a troca de presentes e as relações afetivas podem coexistir, mas o foco deveria estar nos laços que fortalecem a sociedade.

Cecília Russo complementou a discussão ao destacar um movimento crescente entre famílias, que buscam reduzir o consumo em nome de causas mais significativas: “Ano que vem, as pessoas vão se lembrar muito mais do conteúdo humano que as mensagens de Natal das marcas trouxeram do que apenas dos presentes.” Ela também ressaltou o poder dos jingles natalinos como símbolos de uma comunicação autêntica e emocional.

A marca do Sua Marca

A principal marca do comentário foi o convite para que empresas sejam mais humanas e empáticas em suas mensagens de Natal. A autenticidade, como ressaltado por Cecília, é o elemento que fará as marcas permanecerem na memória dos consumidores, enquanto os produtos serão apenas souvenirs de um momento mais significativo.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: os anúncios de rádio capturam melhor as mensagens da marca

“Os anúncios de rádio, segundo a pesquisa, são capazes de capturar melhor as mensagens da marca e com isso alimentar conversão em vendas. Sorte dos anunciantes!”

Jaime Troiano

A força do rádio e do áudio na publicidade vai além da nostalgia. Este é o tema do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro “Sua Marca Vai Ser Um Sucesso”, na CBN. A recente pesquisa conduzida pelo grupo de comunicação Dentsu revela que os anúncios em rádio e áudio são capazes de capturar melhor as mensagens da marca e estimular a conversão em vendas. “Trata-se acima de tudo de alguma coisa concreta”, afirma Jaime, ressaltando a eficácia do rádio como veículo publicitário.

Isso não se restringe apenas ao rádio tradicional. Cecília Russo aponta que “o estudo fala também de conteúdos de áudio de forma geral”, incluindo plataformas de streaming e podcasts, que têm se popularizado nos últimos anos. Ela enfatiza a evolução do rádio e dos streamings de áudio em conjunto com as tecnologias digitais, ampliando as possibilidades de alcance e engajamento.

No estudo“Attention Economy” – ou Economia da Atenção –, a Dentsu mostrou que os formatos em áudio conseguiram, em média, 56% mais efetividade na retenção da atenção dos ouvintes e das mensagens da marca do que a média dos outros meios. De acordo com informação de Andrea Ferraz, gerente de BI da Dentsu, “em média, os formatos de áudio geram 8% mais de lembrança de marca do que a média dos nossos estudos anteriores em outros meios”. 

A marca do Sua Marca

A principal marca deste comentário está em destacar a importância de medir o impacto da publicidade nos diferentes meios de comunicação. Como diz Jaime Troiano: “Usar algum meio de comunicação, seja ele qual for, por uma determinada marca, é claro que a gente precisa medir resultado.” Cecília também destaca a complexidade da atenção do consumidor na era da “bagunça mental” causada pelo excesso de informações visuais, e como os meios de comunicação em áudio podem escapar desse efeito.

Leia aqui mais sobre o estudo da Dentsu

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O “Sua Marca Vai Ser Um Sucesso” vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo. A sonorização é do Paschoal Júnior:

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: o que pensam os brasileiros sobre a publicidade

Imagem de StockSnap por Pixabay 

“Só marcas que conhecem pessoas conseguem criar relacionamentos duradouros. Isso para a publicidade é fundamental porque só assim consegue-se criar algo que tenha pertinência ao público”.

Jaime Troiano

O Brasil é destaque frequente nos festivais mundiais de publicidade e essa qualidade é reconhecida pelo público, como se percebe nos resultados de pesquisa realizada pela Globo e publicada no portal Gente. Foi de lá, que Jaime Troiano e Cecília Russo extraíram dados para refletir sobre a influência da propaganda no público e, por consequência, na formação das marcas. De acordo com o estudo, 78% dos brasileiros consomem vídeo diariamente —- seja na TV ou streaming —- e são multi-telas. Não bastasse esse alto volume de consumo, 70% dizem prestar atenção aos conteúdos publicitários veiculados nesses espaços — um avanço de 10 pontos percentuais em relação ao resultado alcançado em trabalho semelhante há três anos. 

“Também é interessante ver que a razão para esse engajamento é a qualidade da publicidade brasileira. Aliás, comparando com dados globais, a publicidade brasileira é associada de forma bem mais expressiva como de melhor qualidade.”

Cecília Russo

Um engajamento que pode ser medido pelo interesse que a publicidade gera no consumo da marca: 77% declaram que foram em busca de informações sobre o produto ou o serviço anunciado, o que, segundo Jaime, mostra a credibilidade que a publicidade tem e o impacto que exerce no comportamento do público. 

“E ainda vemos um caráter pedagógico nas propagandas, já que 68% afirmam que ver propagandas os ajudam a conhecer mais sobre produtos ou serviços e 62% afirmam que é por lá que se atualizam sobre novidades das marcas”

Jaime Troiano

Um aspecto ressaltado por Jaime e Cecília é que muitos dos dados coletados mostram que a publicidade é cada vez mais efetiva quando existe adequação entre a mensagem publicitária e o perfil do consumidor. E respeito à inteligência dele.

A pergunta que Cecília deixa para os ouvinte é se temos nessa relação publicidade e público o efeito ovo e galinha: a nossa publicidade é de alto nível e os consumidores mostram níveis de engajamento bastante alto com elas ou é o contrário, o alto engajamento dos consumidores pressiona as marcas para trazerem cada vez mais qualidade para seus comerciais?

Enquanto você pensa na melhor resposta, ouça o comentário completo do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso:

Sua Marca: ética e bom senso devem ser a marca da publicidade para as crianças

Reprodução da primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo

“Nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar”

Da frase que abre esta conversa temos uma certeza: preservar características da infância pode nos ajudar muito no crescimento e desenvolvimento como ser humano. Falo dessa certeza, porque do seu autor, não sei bem. Na internet —- ah, essa internet —-, aparece entre aspas para Bernard Shaw, Oliver Holmes e Benjamin Franklin. Como geralmente se descobre quando se vai a fundo na pesquisa, é provável que nenhum deles tenha dito a coisa propriamente dita. Vamos valorizá-la então pelo que tem a nos ensinar, mesmo porque o tema principal desse nosso bate-papo não é o “saber brincar”, mas o saber se comunicar no Dia das Crianças.

No Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, Jaime Troiano e Cecília Russo aproveitaram a proximidade da data para relembrar regras que precisam ser respeitadas, por lei ou por bom senso, quando se pretende vender produtos para crianças. É preciso considerar que elas são vulneráveis e compreendem o mundo de forma diferente dos adultos.

No Brasil, a publicidade voltada às crianças é controlada por normas que buscam limitar ou direcionar o conteúdo para um tom mais educativo do que comercial. A Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens publica uma cartilha, disponível na internet —- ah, a internet —-, em que se destacam três regras:

  1. Não use termos imperativos que induzam ao consumo. Expressões como compre, peça e colecione não podem sair da boca de crianças. Ao contrário, a comunicação deve favorecer a moderação, a aceitação espontânea, a reflexão;
  2. A publicidade não pode representar atitudes que proporcionem superioridade pelo uso do item anunciado, ou inferioridade por aqueles que não o usam. 
  3. A criança jamais deve ser a portadora da mensagem de consumo. Essa mensagem deve ser sempre dirigida aos pais, nunca às crianças, de forma direta ou indireta.

Saiba mais acessando a cartilha “O caminho para a publicidade responsável de produtos destinados às crianças”, da Abral

“Se a ética já é relevante para adultos, para crianças deve ser sempre o primeiro critério” 

Cecília Russo

Jaime Troiano, que não envelheceu porque ainda sabe brincar, especialmente com as palavras, aproveitou que estávamos falando de crianças na publicidade para chamar atenção para algo que o incomoda bastante: o uso das crianças para vender produto aos adultos. É comum assistirmos a comerciais na televisão —- ah, essa televisão —- em que o filho ou a filha revela desejo de que o pai compre um modelo de automóvel ou a mãe tenha um determinado plano de saúde, apenas para ficar em alguns exemplos.  

“Fala-se muito pouco disso. O que se busca nesses casos é sensibilizar os pais e adultos através do olhar ingênuo e fofinho das crianças. Ou seja, também é uma forma de manipulação que envolve crianças. Mesmo que não sejam elas o público-alvo dessa comunicação, elas também são impactadas”.

Jaime Troiano

Dito isso, voltemos as boas práticas do mercado.

Jaime e Cecília destacaram algumas marcas e produtos que souberam, ao longo do tempo, falar com as crianças de forma inteligente, prudente e ética. Na lista, aparecem a Disney e a Turma da Mônica que “sempre foram bastante responsáveis e ativas na busca de propostas que ajudassem pais a educarem seus filhos”. Tem, também, Lego e Playmobil, que na essência de suas propostas promovem práticas educativas, incentivando o crescimento, o raciocínio e a motricidade. E, ainda, o Castelo Rá-Tim-Bum e o Sítio do Picapau Amarelo, que marcaram suas trajetórias pelo desenvolvimento de produtos editoriais que sempre se preocuparam com a qualidade do conteúdo e incentivo as boas práticas.

“A primeira (lição) é termos bom senso quando estivermos lidando com marcas que se relacionam com crianças: todo cuidado é pouco. A segunda é de que o melhor ainda é aproveitar esse dia de feriado para estar junto das crianças”. 

Cecília Russo

Independentemente da idade, aproveite o Dia das Crianças para exercitar a sua capacidade de brincar, afinal como aprendemos “nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar”, disse Jaime Troiano (ou teria sido Shaw, ou Holmes, ou Franklin).

Sei lá, só brinque!

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso com Jaime Troiano e Cecília Russo. A sonorização é do Paschoal Júnior:

No Planeta Terra até o céu precisará de uma Lei Cidade Limpa

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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Reprodução do site da StartRocket

 

A civilização contemporânea que assiste a países desenvolvidos perpetuarem matança de baleias em extinção e outros nem tão desenvolvidos assim permitirem taxas de desmatamento da maior floresta tropical existente, não deverá se surpreender ao ver, no céu,  propaganda de produtos de consumo.

 

Entretanto, me surpreendi ao receber o artigo de João Ortega da STARTSE* sobre a ideia da PepsiCo em lançar propaganda no espaço.

 

Falamos com Ortega, que pesquisou o tema, e mostra evidente preocupação com o futuro desenvolvimento desse processo cujos detalhes seguem abaixo.

 

 

Em parceria com a startup russa StartRocket, a PepsiCo lançaria o produto ADRENALINE RUSH, um energético, cujo público alvo são jovens aficionados em jogos eletrônicos — e a campanha combateria o preconceito existente em relação aos games.

 

A notícia se espalhou rapidamente em todo o mundo.

 

Ecologistas, cientistas e cidadãos comuns expressaram desaprovação. A mais grave veio de cientistas cujo viés tecnológico envolve a questão de segurança planetária.

 

Para o funcionamento do sistema, dezenas de satélites são lançados a 450 km da Terra, feitos de material refletor para mantê-los iluminados de dia e visíveis a olho nu. São descartáveis em um ano e acompanhados pela SkolTech, universidade privada de Moscou.

 

A desistência da PepsiCo não descarta o interesse de outros anunciantes, ao mesmo tempo em que a StartRocket, alegando que a finalidade da comunicação será mais ampla do que vender, irá buscar US$ 24 milhões para tocar seu projeto, que deverá estar pronto em 2021.

 

A StartRocket imagina também um grande painel mundial de avisos gerais, tipo início das Olimpíadas ou alertas de possíveis catástrofes.

 

A imprensa britânica, através do Express, acredita que o plano é de arruinar o céu noturno, enquanto o astrônomo Patrick Seitzer cobra do plano o endosso da base científica e dos órgãos de segurança mundial.

 

O Projeto, com tantas margens de risco, infelizmente, como lembra Ortega, não é ilegal, pois ainda não existe legislação para essa ocupação do espaço celeste.
Esperamos que o mundo reaja de acordo com a velocidade dos negócios.

 

A PepsiCo, em dois dias, descartou a ideia para não correr riscos de imagem. Mas poderá surgir quem queira usufruir da novidade, mesmo correndo risco.

 

*StartSe é verbo

 

Carlos Magno Gibrail, Consultor e autor do livro “Arquitetura do Varejo”, é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung

 

Poluição visual na Marginal: um susto e uma esperança

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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A utilização da parceria com as empresas privadas para financiar melhorias para a cidade sempre foi um tema destacado na fala de João Doria, como candidato e como Prefeito de São Paulo.

 

Esta proposição, dada a competência empreendedora do prefeito e de sua facilidade em aglutinar os mais destacados empresários do país, poderia criar uma expectativa mercantilista na administração de Doria. E até ameaçar a Cidade Limpa.

 

Entretanto, logo que assumiu, a Administração Doria lançou a bandeira da Cidade Linda. Tão louvável quanto a Cidade Limpa. Foi uma importante sinalização em termos de preservação e de preocupação com o meio ambiente paulistano.

 

Surpreendentemente agora o Prefeito vem a público para referendar a notícia de que irá flexibilizar a Lei Cidade Limpa, para efetivar as reformas necessárias e as melhorias devidas nas Marginais.

 

Um susto e tanto se considerarmos que a Lei Cidade Limpa é hoje um marco na imagem de São Paulo. Tanto no âmbito nacional como internacional, tendo se alinhado como um modo paulistano de tratar o visual urbano. E que tem sido copiado por cidades até fora de nossas fronteiras.

 

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Imagens publicadas na revista VejaSP comparando antes e depois da Cidade Limpa

 

De outro lado, se considerarmos a competência do Prefeito em sensibilizar os grandes empresários, a implantação desta parceria terá significativa adesão, o que aumenta a apreensão.

 

Nesta altura, fui até a idealizadora da Cidade Limpa, a arquiteta Regina Monteiro, e, do susto, passei à esperança.

 

Regina Monteiro é hoje Assessora do Presidente da SPUrbanismo e está incumbida de fazer o Plano Diretor da Paisagem de São Paulo. Cargo e função que recebeu recentemente do Prefeito João Doria ao procurá-lo e externar a sua preocupação com a cidade neste aspecto de paisagem urbana.

 

Mérito para Doria que soube atribuir importante cargo e função a quem já mostrou que sabe idealizar e realizar leis e obras para beneficio de São Paulo.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

O eleitorado cresceu, o tempo de propaganda reduziu e a campanha se tornou quase secreta

 

Por Antônio Augusto Mayer dos Santos

 

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Imagem da eleição de 2006, em São Paulo (arquivo Flickr)

 

A perenidade democrática e a constância dos assuntos relacionados à política determinaram que a legislação eleitoral abandonasse alguns conceitos superados relativamente à liberdade de informação e opinião. Por conta disso, a Lei nº 9.504/97 foi contemplada com alguns reajustes inovadores. Neste prisma, por exemplo, se situa a pré-campanha. Ela foi oficializada como etapa do processo eleitoral e disciplinada como um instrumento de informação disponível à sociedade e aos meios de comunicação.

 

Em contrapartida, ao banir a utilização de muros, faixas e banners, a lei enveredou pelo retrocesso. Proibir a pintura de carros e determinar a metragem de adesivos é bizarro. A desidratação do tempo de campanha eleitoral, de 90 para pouco mais de 40 dias, e o confinamento do material impresso a meio metro quadrado também foram medidas demasiadamente drásticas, ao que tudo indica refletidas de forma insuficiente pelo Congresso Nacional, o qual inclusive já formula alterações para após o pleito municipal.

 

Na prática, o eleitorado cresceu, o tempo de propaganda reduziu e a campanha se tornou quase secreta. As consequências estão aí. Não há propaganda nas ruas. Candidatos, partidos e coligações evitam colar adesivos em portas de garagem, vidros de residências e até mesmo em motos. Na busca pelo mandato, as performances estão exigindo mais organização e profissionalismo, o que encarece as eleições.

 

Aos candidatos, as modificações introduzidas desafiam criatividade publicitária e contato direto com o eleitor. Isto é vantajoso. Afinal, o candidato necessita se comprometer com os seus eleitores para deles obter o voto. Nas redes sociais, que entraram na política da mesma forma que nas demais atividades da vida, a dinâmica de sites, blogs e vídeos não tem mais horário nem tempo certo para acontecer, assim como o WhatsApp.

 

Mesmo sem perder de vista o mérito de boa parte das alterações, é perceptível que a maioria delas não traduz as ideias centrais da reforma, que foram a transparência e o barateamento. Não se pode esquecer que os serviços de campanha geralmente são elevados e os materiais utilizados também, assim como o combustível. Diante da redução do tempo e do espaço de propaganda, os candidatos mais competitivos estão pulverizando várias equipes pelos bairros mais populosos.

 

Por fim, diante das restrições estabelecidas às doações empresariais, aquelas de natureza pessoal darão o toque lírico no experimento legal que disciplina a campanha de 2016.

 

Antônio Augusto Mayer dos Santos é advogado especialista em direito eleitoral, professor e escritor. Autor de “Campanha Eleitoral – Teoria e prática” (2016). Escreve no Blog do Mílton Jung.

Vêm aí mais 14.500 anúncios para sujar o Programa “Cidade Limpa”

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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foto de Maro Aurelio Nogueira no Flickr de Mílton Jung

 

As bancas de jornal, desde sua regulamentação ocorrida nos anos 1940 pela ditadura Vargas, quando se preservou os direitos dos imigrantes e pioneiros italianos e se garantiu a participação aos brasileiros idosos e menores, vem desfrutando a atenção que a sua importância tem requerido.

 

O italiano Carmine Labanca criador da primeira banca e inspirador da denominação banca ao formato do novo comércio e o prefeito Jânio Quadros que regulamentou a formatação hoje existente, fazem parte desta história, que hoje se encontra num processo de mudança devido às novas tecnologias.

 

É exatamente em cima deste negócio de venda de jornais e revistas que o Prefeito de São Paulo escolheu para propor a desfiguração da lei da “CIDADE LIMPA”.

 

Fernando Haddad tinha vetado, em 2014, o projeto do vereador José Américo Dias PT que propunha autorizar a propaganda nas bancas para compensar a queda nas vendas de jornais e revistas. Haddad alegou então o privilégio a uma categoria profissional.

 

José Américo, nomeado secretário municipal por Haddad, apresentou em maio o Projeto de Lei do Executivo (236/2016) chamado de “Banca SP”, que autoriza as bancas a venderem propaganda e sem licitação.

 

Com 4.500 bancas e três faces liberadas, teremos 14.000 anúncios, número bem superior aos 4.000 autorizados em pontos de ônibus e relógios, que por serem concessões obrigam a licitação.

 

Em breve, o Projeto estará em plenário em última fase de votação, tocado a extrema velocidade, que permite deduzir o interesse em usá-lo para as próximas eleições. Como vantagem competitiva e pecuniária.

 

Regina Monteiro, a “arquiteta” da lei da “CIDADE LIMPA”, consultada a respeito pelo Blog do Mílton Jung, nos disse que se for para mudar a ocupação destes espaços cedidos como permissão de uso que seja para cafés com flores e jamais como “mini-shoppings” como estão se transformando as bancas. E, muito menos sujando a “CIDADE LIMPA” com propaganda.

 

Regina aproveitou a oportunidade e transmitiu um apelo aos qualificados leitores e ouvintes de Mílton Jung: participem do movimento contra esta nova lei, comparecendo às chamadas na Câmara Municipal ou fazendo presença em comentários na mídia social, inclusive pelo Facebook onde tem se manifestado.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

O eleitor e o consumidor

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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Domingo, a parcela dos eleitores brasileiros que foi às ruas para protestar, além do desagrado pela crise em que o país está vivendo, certamente foi motivada, também, pelo engodo da campanha eleitoral.

 

A presidente Dilma mentiu e sonegou informações sobre a real situação econômica financeira, além de prometer benesses futuras inatingíveis. Vendeu um produto que não estava ao seu alcance entregá-lo. Parte do eleitorado brasileiro vulnerável pelas condições econômicas e a falta de acesso às informações, foi enganada.

 

Ontem, 15 de março, foi comemorado o Dia Mundial do Direito do Consumidor e os 25 anos da implantação do Código de Defesa do Consumidor no Brasil.

 

O consumidor brasileiro tem motivos para celebrar, pois nosso Código tem possibilitado avanços ao estabelecer regras entre compradores e consumidores. Considerando a vulnerabilidade do consumidor pela condição econômica e a falta de acesso à informação.

 

Se o mercado de consumo tem condição de regular e controlar as relações entre compradores e fornecedores, não podemos afirmar o mesmo para o sistema político eleitoral.

 

No fim de 2014, quando Dilma se elegeu acusando Marina de ser apoiada por banqueira e Aécio de planejar pacote de maldades financeiras e tributária, a sorveteria Diletto foi obrigada pelo CONAR Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária, de retirar de sua propaganda a afirmação falsa do proprietário ter trazido o conhecimento do avô para a fabricação dos produtos Diletto.

 

Como sabemos, Dilma nomeou um diretor de banco para Ministro, e aplicou o pacote de maldades que acusava Aécio. As promessas não foram cumpridas e veio inflação, desemprego, corrupção, e recessão.

 

É hora, portanto, de rever todo o sistema político eleitoral: fundo partidário, doações de campanha, número de partidos políticos, voto obrigatório, qualificação de candidatos e criar um órgão controlador.

 

Se o mercado pode ter o Código do Consumidor e o CONAR, por que as eleições e os candidatos podem ficar sem normas, padrões e controle?

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.