Avalanche Tricolor: Kannemann volta, levanta mais um troféu e renova nossa crença!

Glória 0x5 Grêmio

Recopa Gaúcha – Altos da Glória, Vacaria/RS

Kannemann voltou, em foto de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

“Vâmo, vâmo tricolor

Hoje eu vim te apoiar

Para te ver campeão

Para te ver ganhar”

O canto da torcida soava baixo ao meu lado. Era o filho mais velho, sentando comigo diante da TV, que entoava à boca pequena um dos gritos mais tradicionais da torcida gremista. Foi ele quem me convocou para a decisão da Recopa Gaúcha, após ouvir meu muxoxo e desdém quanto ao título que seria disputado. Tinha razão em me cobrar. Logo eu que insisto, nunca desisto. Que estou sempre disposto a acreditar que algo melhor acontecerá. Que o ensinei o por quê da imortalidade nos acompanhar. Logo eu, estava ali, frente a ele, revelando minha desmotivação?

Nada como o sangue jovem para mexer com a gente, aquecer nosso ânimo, provocar nosso brio. Se era uma final, se era uma taça que estava em jogo, se era o Grêmio que estava em campo, não me cabia o abatimento, apesar dos últimos acontecimentos. E só tenho a agradecer pelo chacoalhão que o guri me deu. Graças a ele, tive o prazer de ver o retorno de Kannemann aos gramados, parado desde o fim do ano passado devido a uma cirurgia no quadril.

Ver nosso zagueiro com a faixa de capitão entrando em campo me fez mais feliz nesta noite. A intensidade e a dedicação que ele impôs a cada disputa de bola — e algumas vezes em que a bola nem em disputa estava — renovaram meu entusiamo. Jogou pela primeira vez  sem a dor do sacrifício pela lesão que o tirou de combate e, ao fim do primeiro tempo, disse ao repórter de campo: “agora quero curtir” — e curtir o futebol do seu jeito, tomando a frente dos atacantes, reduzindo os riscos a qualquer custo, jogando-se sobre a bola se necessário, expondo-se sem medo à violência do adversário, esbravejando com o árbitro se preciso for, e impondo respeito a quem o ameaça. O espirito Kannemann de ser está de volta ao Grêmio. E volta, não por acaso, na noite em que levantamos mais um troféu regional, que confirma a hegemonia tricolor no Rio Grande do Sul.

A decisão teve outros destaques, sem dúvida. Janderson, com participação em praticamente todos os gols do time, além de ele próprio ter marcado de bicicleta. Elkeson, que demonstrou seu compromisso com o clube ao pedir para jogar, e foi premiado com o primeiro gol da partida —- um gol com jeito de centroavante. Além de Campaz, Ricardinho e Jhonata Varela que completaram a goleada. 

A despeito do tamanho do troféu e da importância do título, ver Kannemann liderando mais uma conquista reforça minha crença — que andava descrente — na nossa capacidade de nos recuperarmos e, no ano que vem, estarmos de volta às finais que realmente nos interessam.

Enquanto este tempo não vem: 

“Dá-lhe, Grêmio! Tricampeão da Recopa Gaúcha!”