Esporte nos extremos e atletas no comando

 

Carlos Magno Gibrail

 


A semana de tênis do Rio Open 500 que terminou domingo acentuou o problema do calor submetido aos atletas. Muitos deles, participantes da extenuante campanha de Melbourne, no mês de janeiro, com temperaturas acima de 42ºC, que deixaram sequelas preocupantes. O canadense Frank Dancevic desmaiou, o americano John Isner, 13º do mundo, passou mal e abandonou a quadra, o argentino Del Potro, suspirou: “Había que buscar la forma de sobrevivir”. Enquanto Djokovic agradeceu aos fanáticos do tênis por participar de um torneio que se pode fritar ovo na quadra.

 

Menos mal que no Rio não tivesse ocorrido casos graves, e muitas partidas apresentassem técnica e emoção de alto nível. Ainda assim, ficou evidente o acentuado desgaste físico em decorrência das condições ambientais. Se não chegamos aos 42ºda Austrália, os 38,8º que Nadal enfrentou na final às 17hs, depois da batalha de 3hs na véspera, só não foi mais complicado porque sua partida ficou no segundo set.

 

Em Melbourne foram criadas regras para o “calor extremo” que abrandaram o problema ao autorizar paralisação das partidas e suprimentos para reduzir os efeitos do calor. Os dois estádios definitivos e com ar condicionado ajudaram bastante.

 

O Rio com quadras provisórias e sem cobertura para o público se ateve a toalhas geladas, banheiras de gelo e equipes de fisioterapeutas e massagistas. Muito pouco para validar a sugestão de Rafael Nadal, de transformar o Rio 500 para Rio 1000, categoria só abaixo do Grand Slam. Será preciso aumentar o número de quadras e cobrir arquibancadas, evitando jogos no pico do calor.

 

O tênis, que é dirigido pela ATP e WTA, associações de tenistas profissionais masculinos e femininos, tem por isso mesmo as condições de propor e impor a melhoria para os jogadores aos organizadores e patrocinadores de torneios. É uma força considerável que deve ser usada e ampliada a outros esportes que não são dirigidos pelos próprios atletas.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

Avalanche Tricolor: um drible na razão e no tabu

 

Vasco 2 x 3 Grêmio
Brasileiro – São Januário-RJ

 

 

Assim que soube a escalação da equipe, lembrei do amigo Sílvio, gremistão de quatro costados que há muito mora por estas bandas bandeirantes e costuma me usar como interlocutor para as angústias e delírios de torcedor. Ele torce o nariz para a estratégia do 33 (três zagueiros e três volantes), aposta do técnico Renato Portaluppi nas últimas partidas. No sábado à noite deve ter tido delírios ao perceber que além de repetir a formação, Renato não tinha o “homem de articulação” – é como os especialistas costumam chamar aquele cara que joga mais a frente dos volantes, próximo dos atacantes, e costuma acertar mais passes do que errar. O comentarista da televisão, com a anuência do narrador e repórter, também viu uma formação defensiva no 3-5-2 anunciado antes do jogo.

 

Como já confessei nesta Avalanche em mais de uma edição, entendo pouco dessas coisas da tática futebolística, mesmo tendo iniciado carreira no esporte e até arriscado algumas narrações de jogos, na passagem pela Rede TV!, no início desse século. Não me envergonho dessa limitação, pois conheço jornalista esportivo – uma em especial – que até hoje não conhece a lei do impedimento e isto não a impediu de fazer sucesso e ser premiada na carreira. Às vezes, questiono até mesmo se árbitros e auxiliares sabem à risca como a lei tem de ser aplicada. Minha ignorância estratégica me permite acreditar sempre que temos condições de vencer, independentemente da escalação. Verdade que quando alguns nomes aparecem no time titular fico em dúvida sobre nosso sucesso e na torcida para que os demais superem aquela carência. No sábado à noite, fiquei tranquilo, porque o único nome que, ultimamente, me incomodava estava escalado no time adversário.

 

Minha descrença às análises feitas apenas com base na formação tática não se deve apenas ao meu desconhecimento no assunto, mas pelo fato de o futebol ser um esporte dinâmico e os jogadores terem liberdade para criar, se movimentar e improvisar. Além disso, há muito, exige-se a capacidade de exercerem múltiplas tarefas em campo, o que leva, por exemplo, o goleador da noite ter sido responsável por três ou quatro cortes dentro da nossa área, tirando com a cabeça ou o pé bolas cruzadas pelo ataque inimigo. Tudo isso, sem castrar o seu talento lá na frente. Claro que me refiro a Barcos, autor do primeiro e terceiro gols, que tem se destacado a cada partida sob o comando de Renato. Parece ter redescoberto a confiança para driblar seus marcadores e  completar em gol a bola que chega a seus pés. Ou lhe foi mostrado que os jogadores são mais importantes do que o técnico.

 

Foi Ramiro, porém, quem mais bem ilustrou o imponderável do futebol que dribla as expectativas e análises pré-jogo. O garoto chegado do interior gaúcho era um dos três volantes na “defensiva” escalação de Renato – os outros eram Souza e Riveros. Pela lógica, tinha mais é que segurar o adversário, impedir que chegasse ao nosso gol e reforçar a defesa que, em outras oportunidades, havia se mostrado frágil, mesmo com três zagueiros. Foi muito além disso, ao subir para o ataque, distribuir o jogo e marcar um golaço com a personalidade de gente grande. Muitos como eu, assim que ele recebeu a bola de Kleber, o batalhador, imaginaram que a melhor opção seria abrir para Pará que surgia isolado do lado direito do ataque. Ramiro teve a coragem de poucos e enfiou um chutaço de perna direita lá de fora que foi encaixar no ângulo do goleiro adversário. Que beleza de gol!

 

Espero ansioso pelo telefonema do Sílvio nessa segunda-feira. Ele nunca falha, seja para lamentar seja para comemorar.  Vou provocá-lo com o esquema tático “defensivo” de Renato que resultou em três gols. E, principalmente, teremos a chance de compartilhar a satisfação que foi assistir ao Grêmio driblar as previsões pessimistas de quem apostava, inclusive, no tabu de não vencermos o adversário no Rio há 19 anos. Como se não estivéssemos acostumados a escrever e reescrever, quando necessário, a nossa própria história.

Foto-ouvinte: a cara de São Paulo aos 459 anos

Ponte Estaiada do alto

 

A Ponte Estaida, a despeito das polêmicas em torno de sua construção e funcionalidade, é o mais novo cartão postal da cidade. Inaugurada em 2008, batizada Octávio Frias de Oliveira e construída sobre o rio Pinheiros, é das imagens que mais chamam atenção em São Paulo. Na novela, na televisão, nas fotos feitas por ouvintes-internautas e, não poderia ser diferente, no foco da nossa colega Isabel Campos, que além de boa voz e repórter de rádio, tem olho clínico para captar as imagens da cidade, a ponte é a “Cara de São Paulo aos 459 anos”. Esta foto foi feita em um sobrevoo com o helicóptero da CBN.

 


Veja o álbum completo com as imagens enviadas pelos ouvintes-internautas para a série “A Cara de São Paulo aos 459 anos”.

Foto-ouvinte: Fede como Cachoeira

 

Cachoeira em São Paulo

 

O Brasil é um país de cachoeiras. Existem cachoeiras de todos os tipos. Altas, profundas e perigosas. No Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo, uma cachoeira de esgoto cai no rio Tamanduateí e agride o meio ambiente – em frente ao Mercado Municipal da Cantareira, um dos mais belos cartões postais da cidade. A cachoeira malcheirosa é um convite oportuno para uma reflexão sobre justiça, política e serviço público.

 

Foto e texto de Devanir Amâncio

A bicicleta ainda vai te pegar

 

 

Acabo de sair do Rio de Janeiro e ainda estou a bordo do avião que me traz de volta a São Paulo, enquanto escrevo este texto. Havia um mormaço na cidade que levou muita gente para a praia, nessa segunda-feira. Nada impressionante, pois estamos no Rio e em período de férias. O branco da pele de algumas pessoas que vi passeando na orla – diga-se, as vejo da janela do táxi – sinaliza que muitos são turistas. O que realmente me impressionou foi a legião de bicicletas laranjas na beira mar, ruas e avenidas adjacentes. Estão disponíveis para aluguel e, me parece, caíram no gosto dos cariocas e simpatizantes pela praticidade que oferecem e pelo baixo custo – os mensalistas pagam R$ 10 e se for por apenas um dia, R$ 5. Não havia um trecho do roteiro Santos Dumont-Leblon-Santos Dumont, que cumpri para atender compromisso profissional, no qual não havia uma “Laranjinha” interferindo na cena. Seriam 600 disponíveis e carregando a marca e a cor do Banco Itaú em uma bela jogada de marketing – assim como o Bradesco fez ao adotar a Ciclofaixa de Lazer, em São Paulo. A capital paulista também tem bicicletas de aluguel, estão em estações de metrô, especialmente, mas não chamam tanta atenção porque se escondem entre os carros.

 

Ainda com a imagem das bicicletas cariocas na cabeça, logo que sentei na poltrona do avião me deparei com elas em destaque em reportagens da revista de bordo da Gol Linhas Aéreas. Se os salgadinhos e docinhos não agradaram, a leitura se fez agradável com o texto e as fotos de Denis Russo Burgierman que descreve a aventura de passar três dias visitando o centro paulistano a bordo de um bicicleta. Pedalou 80 quilômetros e conheceu hotéis, restaurantes, bares e demais atrações turísticas. Uma das recomendações: ter em mãos o mapa Ciclo Rotas SP 2011, idealizado por Leandro Valverdes, um dos donos da Ciclo Vila, bicicletaria na Vila Olímpia. Denis usou um bicicleta dobrável que agilizou o passeio e a hospedagem.

 

Não é que encontro outra bicicleta, na mesma edição. Esta bem mais velha, com marcas de ferrugem e, curiosamente, usada por um repórter digital. Explico. A publicação convidou dois repórteres a viajarem para Fortaleza, um com todo tipo de facilidade oferecida por equipamentos eletrônicos e o outro, a moda antiga – até máquina de fotografia com filme, ele portou. Lucas Pretti precisou de informações que estavam na internet, acessada em seu celular, para saber onde alugar uma bicicleta, pois funcionários de hotel, taxistas, vendedores e moradores não tinham a menor ideia, o que demonstra que a prática não é comum: “A cidade não tem infraestrutura nem apelo turístico voltado a experiências urbanas. Também não há ciclovias, mas a cidade é plana, com uma paisagem linda, e a coragem de se aventurar era grande … Para mim foi mais divertido tomar sol pedalando do que em uma cadeira na praia. Um prazer que só a internet pôde proporcionar” – escreveu Pretti.

 

Assim como todos as demais cidades brasileiras, Fortaleza tem de estar pronta para a ocupação urbana que os ciclistas estão proporcionando. E você fique atento porque um bicicleta ainda vai te pegar (no bom sentido). Esteja no táxi ou na poltrona do avião, elas tomam cada vez mais espaço.

Conte Sua História de SP: As mamonas da Mooca

 

No Conte Sua História de São Paulo, Argemiro Navarro Ortega, 72 anos, lembra das batalhas de mamonas na rua dos Trilhos, na Mooca, onde foi morar assim que deixou a cidade de Santo Anástico, interior paulista. Ele tinha apenas dois anos quando a família Ortega decidiu se instalar no bairro famoso por ser reduto de italianos. Das brincadeiras de criança, gostava também dos banhos de rio na região. Dos tempos da juventude, se divertia nos bailes de formatura, onde conheceu sua esposa:

Ouça o depoimento de Argemiro Navarro Ortega, gravado pelo Museu da Pessoa, editado pela Juliana Paiva e sonorizado pelo Cláudio Antonio

O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar, sábados, logo após às dez e meia da manhã, no CBN SP. Você também pode contar mais um capítulo da nossa cidade, gravando um depoimento ou escrevendo texto para o site do Museu da Pessoa.

Compre aqui o livro “Conte Sua História de São Paulo” lançado pela Editora Globo.

Conte Sua História de SP: Piquenique na Vila Galvão

 

No Conte Sua História de São Paulo, o texto do ouvinte-internauta Mauro de Souza Praça:

Ouça este texto sonorizado pelo Cláudio Antônio

Nasci no dia 3 de janeiro de 1920 no bairro da Luz, cidade de São Paulo, na rua Benedita Sá Barbosa, que fica localizada perto da rua São Caetano e de quartéis da ex-Força Pública do Estado de São Paulo, hoje Polícia Militar.

Na segunda metade da década de 1930, os clubes Tietê, Espéria e Floresta ficavam no mesmo local de hoje. Só que o Tietê era um rio de água limpinha, e em suas margens havia centenas de abrigos onde os associados desses clubes guardavam seus barcos. Aos sábados e domingos, rapazes e moças colocavam os barcos na água e passeavam pelo rio afora na maior alegria. O povão que não tinha esse privilégio conformava-se em apenas apreciar. Mas que era bonito isso era. Ver os barcos todos pintados de cores bem vivas, cheios de rapazes e moças. Ficávamos a tarde toda os apreciando. Quando recolhiam, três ou quatro rapazes traziam os barcos nos braços e os penduravam no abrigo correspondente. Só quem tinha esse privilégio eram pessoas da classe alta, porque era muito cara a matrícula e a mensalidade dos clubes. Nós só os olhávamos “com os olhos e lambíamos com a testa”, aquele prazer impossível para nós pobres mortais.

O rio Tietê também oferecia peixes. Suas margens ficavam cheias de pescadores sentados nos barrancos, e havia, no rio, muito lambari, cará e traíra. Ali onde hoje passa a linha do metrô, havia uma grande ponte de ferro que atravessava o rio de um lado a outro, por onde passava o trenzinho da Cantareira que fazia o trajeto do bairro do Tucuruvi à Rua João Teodoro (bairro da Luz). Era um trem tocado a carvão e seus usuários eram identificados porque tinham paletó todo furadinho nos ombros e no peito. Isso porque, ao tomar o trem, muitas vezes não era possível entrar no vagão, portanto ficava-se na plataforma, então, quando o trem acelerava um pouco mais para se locomover, caía “chuva” de brazinhas em cima de quem estava na plataforma e a roupa ficava como uma peneira. Para quem usava chapéu a coisa era pior, porque este durava no máximo um mês.

Falando em trem, o fato me fez lembrar que, aos domingos, o passeio da maioria dos paulistanos era ir a Santos de trem, ou embarcar no trenzinho da Cantareira para fazer piquenique em Vila Galvão. Falo trenzinho porque, de fato, era um trem pequeno mesmo. Eu participei de muitos desses piqueniques. Aos domingos, na parte da manhã, os trens saíam lotados. O maior número de passageiros era de rapazes e moças. Eu sempre estava com um ou dois amigos.

Nossa tática era a seguinte: fazíamos uma pesquisa ao ver passarem as famílias carregando a cesta de guloseimas. Íam famílias inteiras: mãe, pai, avós, criançada. Então, nós escolhíamos uma família com muitos membros, porque estas levavam grandes provisões. Também considerávamos a presença de garotas entre elas. Dava-se um jeitinho, já no trem, de iniciar amizade com as garotas. Descíamos em Vila Galvão que era um lindo lugar cheio de árvores floridas, de mesinhas e bancos próprios para piquenique. Havia também um belo lago de águas cristalinas onde as pessoas podiam nadar à vontade, enfim era um paraíso.

Como ia dizendo, pegávamos amizade com as mocinhas de determinada família e ficávamos por ali conversando. Sempre havia um rádio de pilha para nos animar. Às vezes até ocorriam bailes sobre a grama. Quando chegava a hora do almoço, as moças nos convidavam para tomar parte do lanche junto com a família. A dona do lanche estendia um grande pano branco sobre o chão e colocava sobre ele cuscus, coxinhas, bolinhos, etc… assim, nós passávamos um pouco melhor aos domingos. Isso era todo domingo, nunca deu p’ra repetir as garotas e suas famílias.

Para participar do Conte Sua História de São Paulo, envie um texto para milton@cbn.com.br ou marque uma entrevista que será gravada em áudio e vídeo no site do Museu da Pessoa. O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar, aos sábados, às 10 e meia da manhã, no CBN SP.

Esta maldita obra humana

 

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Trabalha na Guaíba de Porto Alegre e se consagrou na narração esportiva e locução do “Correspondente Renner”. Apesar de muitos o conhecerem como a “Voz do Rio Grande”, seu talento também se expressou na escrita, em crônicas que foram publicadas no Correio do Povo e nos extintos jornais Folha da Manhã e Folha da Tarde. A insistência da família o tira do confortável papel de ‘palpiteiro’ do blog para protagonista. A partir de hoje, integra a equipe de comentaristas do Blog do Mílton Jung para orgulho de todos nós (e do Gregório e do Lorenzo, também):

Deslizamento e morte em Mauá

Estou estreando neste blog, agora não mais com comentários eventuais e descompromissados sobre isso e aquilo, às vezes usando um pseudônimo, outras, o meu próprio, que só é diferente do nome do dono deste espaço, na internet, porque não é acentuado. Quando meu pai me registrou, inspirado no autor de “Paraíso Perdido”, o poeta John Milton, os cartórios não exigiam o acento na letra “i”.

Gostaria de iniciar este prazeroso trabalho, um pedido que foi quase uma ordem do Mílton e de Gregorio e Lorenzo, meus netos, tratando de amenidades. O que acontece no Rio de Janeiro, que enfrenta tragédia sem precedentes em nosso país, obriga-me a me fixar nela. Na manhã de hoje, com o número de vítimas fatais aumentando a cada instante, ouvi Gilmar Altamirano da Universidade da Água, um dos entrevistados do Mílton, no CBN-São Paulo, dizer que aquilo que está ocorrendo, é culpa nossa porque “invadimos a natureza”. É uma frase pequena, mas absolutamente verdadeira, embora não seja, é claro, a única explicação para a desgraça que se abate sobre moradores e turistas nas várias cidades atingidas por chuvas torrenciais e constantes.

Meu filho, no seu blog, disse, em outras palavras, mais ou menos a mesma coisa que o seu entrevistado (leia aqui). Até assistir às imagens da tragédia, imaginava que nada poderia ser mais destrutivo do que os tsunamis. Enganei-me. O Rio e mesmo São Paulo (em escala bem menor, com certeza) pagam altíssimo preço, seja no lado humano, seja em forma de prejuízos materiais, pela invasão da natureza. E por tudo que a acompanha nesta maldita obra humana.

Cidades buscam solução para resgatar rios


O crescimento dos povoados está ligado ao desenho e a importância dos rios, historicamente. Porém, o desenvolvimento dos centros urbanos acabou por desfazer esta relação com ocupação desordenada e manejos impróprios dos recursos hídricos. A necessidade de resgatar os rios é fundamental para a qualidade de vida dos moradores das cidades e foi em busca de caminhos para esta “reconquista” que a arquiteta Maria Cecília Gorski desenvolveu o trabalho “Rios e Cidades – ruptura e reconciliação”, lançado em livro pela Editora Senac-SP, recentemente.

Um dos bons exemplos de reconciliação da cidade com o seu rio, citado por Maria Cecília, em entrevista ao CBN São Paulo, é o trabalho de recuperação do rio Piracicaba, no interior paulista. Ela lembra, também, que o Cabuaçu de Baixo também seria alvo de projeto semelhante mas que deixou de ser executado.

Em São Paulo, capital, ela destaca a relação conflituosa entre a cidade e o rio Tietê.

Ouça a entrevista com a arquiteta Maria Cecília Gorski, no CBN São Paulo