Um ótimo sinal para as bicicletas

 

Rota de Bicicleta

Foi agradável a surpresa neste fim de semana ao me deparar com esta imagem aí de cima, no Brooklin Velho, em São Paulo. Sinalização horizontal e vertical alertando motoristas de que esta via é uma rota de circulação de bicicletas. A rua é a Miguel Sutil que corre paralela a avenida Chucri Zaidan, larga suficiente para que o pedal seja feito de forma segura.

Na busca pela internet, descubro que a prefeitura paulistana promete entregar a primeira ciclorrota, nesta semana, com extensão de 15 quilômetros, ligando os parques do Cordeiro, na avenida Vicente Rao, e Severo Gomes, ao lado da avenida Santo Amaro, à avenida Jornalista Roberto Marinho. A velocidade máxima dos carros será reduzida para 30km em lugar dos 40 e 50km permitidos até agora.

Falamos sobre a iniciativa da CET recentemente aqui mesmo no Blog (leia aqui) e alertamos para a necessidade de projetos como esses serem discutidos com os ciclistas para que não se transformem em rotas perdidas. Semana passada, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego, Marcelo Cardinale Branco, participou de seminário “Melhoramentos Cicloviários para a cidade de São Paulo”, promovido pelo Instituto CicloBR, no qual o tema foi debatido. Em virtude de minhas férias, ainda não consegui conversar com as pessoas que estiveram no encontro e, portanto, não sei dizer, agora, o quanto se avançou no tema. Prometo levantar isto para você que acompanha este blog.

Seja como for, placas chamando atenção para a circulação de bicicleta são um ótimo sinal para quem luta por uma cidade-cidadã.

Fragmentada, São Paulo terá rota de bicicletas

 

Bicicleta na Paulista

Antônio Bertolucci não tinha cargo nem idade para ser ciclista em São Paulo. No imaginário da cidade, são os jovens e os operários que pedalam; são pessoas com o senso de responsabilidade não muito apurado; uma turma que parece não ter gosto pela vida, pois se mete a andar em lugar destinado a carros e caminhões.

Sendo presidente do Conselho de Administração do Grupo Lorenzetti e estando com 68 anos de vida, o lugar de Bertolucci teria de ser dentro de um carro com vidros escuros, blindado e conduzido por motorista particular. É o senso comum.

E por pensar assim é que a cidade se desenvolve fragmentada. Cada pessoa no seu lugar, sem compartilhar conhecimento nem espaço, cercada por seus conceitos e vítimas do preconceito. Estamos todos condenados a não pensar “fora da caixa”.

A batalha do trânsito reflete esse nosso comportamento e o atropelamento e morte de Bertolucci, na manhã de segunda-feira, dia 13/06, expôs mais uma vez estas diferenças. Cada um se juntou a seu grupo e defendeu sua tese, sem direito a réplica ou reparações.

Jornalista e tendo coberto o tema no Jornal da CBN, que apresento todas as manhãs, recebi uma série de mensagens de cidadãos comentando o caso. Houve quem dissesse que a morte ocorreu porque a cidade não tem estrutura para bicicleta; quem criticasse o atrevimento das pessoas que se arriscam a pedalar; quem tivesse culpado o motorista de ônibus sem sequer entender o caso; quem reclamasse da mídia por destacar o fato apenas quando a vítima é importante.

Leia o texto completo no Blog Adote São Paulo, da Época São Paulo

Comandante da Rota diz que foi salvo “graças a Deus”

 

Vítima de atentado e alvo de 11 tiros na manhã de sábado, o comandante da Rota em São Paulo, Paulo Telhada, disse que não morreu “graças a Deus” e tomará ainda mais cautela, pois “você sempre espera que tenha problemas, agora [quando ataca] a sua casa é complicado”.

Ele afirmou em entrevista ao CBN São Paulo que a polícia não mudará sua forma de atuar contra o crime organizado e os ataques que ocorreram no fim de semana sinalizam que o trabalho da segurança pública no Estado incomoda os criminosos.

Para ele, muitas outras coisas precisam mudar, a começar pela “glamorização dos bandidos”. Telhada disse que “bandido aparece na mídia andando com mulheres bonitas” e visto como “um coitadinho, enquanto a polícia é algoz”. O comandante da tropa de elite da polícia paulistana voltou a falar em Deus quando comentou que “homem que vai a Igreja não mata”.

Um dos fatos que chamaram atenção é que para Telhada o homem que foi morto após participar de atentado contra o quartel da Rota é um egresso do sistema penitenciário, viciado em droga, que teria dívidas a pagar e, por isso, teria sido obrigado a participar da ação. Porém, o comandante preferiu não comentar sobre o fato de que o sistema prisional não é capaz de recuperar as pessoas que cumpriram pena pelo crime cometido.

O tenente-coronel Paulo Telhada nega que alguma facção criminosa domine os presídios no Estado de São Paulo e entende que é prematuro afirmar que os ataques contra ele e o quartel da Rota tenham relação com o incêndio de carros.

Ouça a entrevista completa do tenente-coronel e comandante da Rota Paulo Telhada ao CBN São Paulo