Grêmio 2×0 São José
Recopa Gaúcha – Arena do Grêmio, Porto Alegre RS

Estava cansado de torcer para os outros. O mês que passou me proporcionou sensações estranhas. Na ausência do Grêmio, acompanhei a Copa do Mundo de Clubes da Fifa — confesso que, antes do início, não dava muita bola para a disputa. Mas alguma coisa aconteceu no meu coração ao cruzar pela televisão e assistir aos times brasileiros enfrentando os estrangeiros, especialmente os europeus.
Fui flagrado sofrendo e vibrando pelas graças alheias — reação que me causou espanto, já que sempre me considerei torcedor de um time só. O bom desempenho de alguns clubes nacionais, me animou com as possibilidades do futebol brasileiro, embora não acreditasse que chegaríamos ao título. Em alguns instantes, confesso: senti inveja da oportunidade que os quatro representantes do país tiveram nesta competição inédita.
Que baita vontade de estar lá na gringa com meu Grêmio!
A realidade, como sempre, se impôs. Nem o Grêmio tinha condições de se credenciar para a competição no momento atual, nem os times do Brasil estavam à altura dos europeus — apesar de terem conseguido vitórias e resultados dignificantes até a semifinal da competição.
Por coincidência do calendário, assim que o último brasileiro foi eliminado do mundial, o Grêmio voltou à ativa diante de seu torcedor na decisão da Recopa Gaúcha. Com pouco mais de 12 mil testemunhas na Arena, o time de Mano Menezes teve a chance de mostrar um esboço do que conseguiu reconstruir no recesso.
Do ponto de vista de formação, praticamente nenhuma mudança no Grêmio. A única novidade no time principal foi o volante Alex Santana, recém-chegado, que fez boa estreia. Fiquei decepcionado ao perceber que a parada não foi suficiente para recuperar alguns jogadores fisicamente — e, pior, ainda levou outros ao departamento médico. Esperava mais, tanto da recuperação como das contratações.
O principal destaque da partida foi Alysson. No primeiro gol, demonstrou qualidade no domínio e força no chute, depois de ter sido presenteado por Dodi dentro da área. No segundo, foi dele a arrancada pela direita em alta velocidade e o cruzamento preciso que encontrou Amuzu para estufar as redes. O atacante pela direita ganhou a posição de titular desde que Mano Menezes assumiu. Tende a ser cada vez mais decisivo, à medida que o seu futebol amadureça e encontre companheiros que acompanhem seu raciocínio.
Espero que, em breve, a diretoria consiga driblar as dificuldades para contratar os reforços necessários. Também torço para que os problemas físicos cessem e todos os jogadores fiquem à disposição de Mano Menezes, permitindo escolhas de fato — e não apenas as possíveis. Precisaremos de muito mais para alcançar os objetivos que nos restaram na temporada.
A despeito disso, aqui estou, retomando essa Avalanche, para comemorar com você, caro e cada vez mais raro leitor, a quinta conquista da Recopa Gaúcha. Não é nada, não é nada … é o que temos por enquanto a festejar. E se tem taça em jogo, eu quero é ganhar!







