Operação urbana pode ressuscitar a bacia do Tamanduateí

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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Rio Tamanduateí reassume espaço da Av do Estado, foto de Pétria Chaves/Flickr

 

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad apresentou à Câmara Municipal a Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí.

 

É um projeto pretencioso, que abrangerá a região formada pelo Cambuci, Ipiranga, Mooca, Vila Carioca e Vila Prudente.

 

Dentre os objetivos deste Plano está o adensamento urbano na extensa área que o delimita, aproveitando os espaços existentes, e a utilização das construções históricas, transformando-as em edificações públicas.O critério de ocupação buscará harmonizar os locais de habitação, trabalho e lazer.

 

Há severas críticas de especialistas ao Projeto, que apontam benefícios exclusivos à indústria da construção civil, e da Prefeitura, que pretende arrecadar R$ 6 bilhões, ou de populistas que temem a elitização da área.

 

A verdade é que o melhor resultado poderá vir da recuperação da bacia do rio Tamanduateí. Será a retomada da origem da cidade, quando era cortada por rios e riachos.

 

Mais precisamente, em 25 de janeiro de 1554, os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, auxiliado por João Ramalho, e com a aprovação de seu sogro, o cacique Tibiriçá, ergueram um barracão de taipa na colina localizada entre os rios Tietê, Anhangabaú, e Tamanduateí. Nasceu então a cidade de São Paulo, com total vocação e devoção aos rios. Condições que, como todos sabem seus dirigentes não conseguiram manter.

 

E hoje é difícil imaginar que a base da alimentação dos paulistanos vinha dos peixes destes rios. Ao mesmo tempo é fácil entender as causas das atuais e persistentes enchentes. Afinal, mataram todos os rios e até enterram alguns deles. Como o rio Tamanduateí, morto e enterrado, ou o histórico Riacho do Ipiranga, totalmente desaparecido. Ambos poderão ressuscitar em breve, se os vereadores, os empresários da construção civil e os populistas apoiarem esta Operação Urbana do Tamanduateí, surpreendente, inovadora e favorável ao meio ambiente paulistano.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

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Foto-ouvinte: Fede como Cachoeira

 

Cachoeira em São Paulo

 

O Brasil é um país de cachoeiras. Existem cachoeiras de todos os tipos. Altas, profundas e perigosas. No Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo, uma cachoeira de esgoto cai no rio Tamanduateí e agride o meio ambiente – em frente ao Mercado Municipal da Cantareira, um dos mais belos cartões postais da cidade. A cachoeira malcheirosa é um convite oportuno para uma reflexão sobre justiça, política e serviço público.

 

Foto e texto de Devanir Amâncio

Conte Sua História: A boiada na Vila Olímpia

 

Conte Sua Historia William EbenauPreso no congestionamento da Vila Olímpia em meio a enorme quantidade de prédios, jamais você imaginaria que por ali passava boi, passava uma boiada. Nem sequer deve ter se dado conta que sob as rodas de seu carro um córrego corre em direção ao rio Pinheiros. Mesmo paulistanos que viveram aquela época, nem tão distante assim, muitas vezes esquecem desta transformação pela passou São Paulo.

No depoimento do ouvinte-internauta Wilson Guilherme Ebenau, você terá a oportunidade de enxergar estas cenas da nossa cidade. Ele começa sua trajetória na zona Norte, andando no trem da Cantareira e mirando o rio Tamanduateí até chegar ao Itaim, onde nadou em piscina artificial ao lado do Pinheiros e teve de se equilibrar para atravessar pinguelas que uniam os dois lados do bairro.

Ouça o depomento de Wilson Guilherme Ebenau ao Conte Sua História de São Paulo, sonorizado por Cláudio Antônio

A história contada por Wilson Guilherme Ebenau marca o início da série de depoimentos gravados na sede do Museu da Pessoa, no bairro da Vila Madalena, em conversa com os entrevistadores da instituição que atua como parceira da rádio CBN neste projeto. Até o sábado anterior, foram reproduzidas – e você pode conferir aqui mesmo no Blog – histórias relatadas por ouvintes-internautas que estiveram no Pátio do Colégio, na festa de aniversário da cidade, dia 25 de janeiro deste ano, promovida pelo CBN SP.

Para conhecer melhor o projeto do Conte Sua História de São Paulo com o Museu da Pessoa, acompanhe a entrevista com o coordenador de comunicação e mobilização de recursos da instituição Erick Krulikowski. Aproveite e agende a sua entrevista pelo telefone 2144-7150 ou no site do Museu da Pessoa.

A metrópole alagada

 

Av do Estado ou Rio Tamanduatei (Petria Chaves)

“São Paulo tem só um ponto de alagamento, a cidade”. Foi do Liberdade de Expressão e de sua nova participante, a filósofa Viviane Mosé, que saiu a frase para definir a situação enfrentada pela capital paulista após uma noite inteira de chuva. A repórter Pétria Chaves sobrevoou áreas críticas como a Ceagesp, na zona oeste, e as marginais Pinheiro e Tietê e registrou imagens que mostram a dimensão do problema. Mas foi na zona leste que ela encontrou a foto mais ilustrativa da encrenca que a cidade enfrenta por ocupar as várzeas de córregos e rios: “Avenida do Estado ou Rio Aricanduva ?”, peguntou Pétria.

(Para ver mais imagens da enchente desta quarta-feira visite nosso álbum no Flickr)