Sobre a fábrica de leis que assola o País

 

Vereador discursa e plenario não presta atenção

 

Foi com satisfação que li o artigo intitulado “O joio legislativo” do jornalista e consultor político de comunicação Gaudêncio Torquato, publicado na página 2, da edição dominical do Estadão. O texto trata dos critérios usados pelos parlamentares brasileiros para a tarefa legislativa levando em consideração a quantidade de projetos de lei apresentados e aprovados nas diferentes casas. Diz que de 2000 a 2010 o País criou 75.517 leis, média de 6.865 por ano, enquanto na Alemanha a aprovação de 20 leis, em 2012, foi suficiente para uma enxurrada de críticas (pelo excesso, esclareça-se). O autor chamou esta intensa e, na maior parte das vezes, inútil produção dos parlamentares tupiniquins de Produto Nacional Bruto da Inocuidade Legislativa (PNBIL).

 

Além de listar uma série de barbaridades aprovadas por senadores, deputados federais e estaduais e vereadores brasileiros, Torquato chama atenção para a desobediência da sociedade às leis que caem no esquecimento ou ferem a Constituição. Das 3 mil ações diretas de inconstitucionalidade, nos últimos dez anos, 20% foram consideradas procedentes pelo STF. Ou seja, cerca de 600 leis estavam fora da lei.

 

O artigo de Gaudêncio Torquato me trouxe satisfação particular pois – com muito mais talento – corroborou pensamento que, no mesmo fim de semana, defendi na coluna mensal que escrevo na revista Época SP (ainda não disponível na internet, mas já nas bancas), com o título “É proibido ideia de Jerico na cidade”. Algumas leis e projetos, inclusive, foram citados nos dois textos, em uma demonstração do tamanho do absurdo que seus autores cometeram. Casos como o do estojo de primeiros socorros em automóveis, dos cachorros proibidos de latir e o das pessoas de morrer na cidade.

 


Leia o artigo completo de Gaudêncio Torquato no jornal O Estado de São Paulo

Acessibilidade tem mais espaço no CBN SP

Cid Torquato

O tema está na nossa pauta. Nem poderia ser diferente, se defendemos a transformação de São Paulo em uma cidade ética. A partir de segunda-feira, porém, a acessibilidade e o direito das pessoas portadoras de deficiência ganharão ainda mais espaço com a estréia de “Cidade Inclusiva”,  quadro que será apresentado por Cid Torquato, dentro do CBN SP, logo após o Repórter CBN das 11 da manhã.

 

Cid foi nosso colega na CBN entre os anos de 2004 e 2006 quando apresentou comentário sobre ciência e tecnologia, tema sobre o qual presta consultoria inclusive para entidades internacionais. Em 2007, foi vítima de um acidente durante um mergulho, na  Croácia, que lhe deixou tetraplégico. Desde lá, tem se aprofundado na pesquisa sobre os direitos dos portadores de deficiência e usado sua experiência para tornar a questão da acessibilidade prática comum no setor público e privado.

 

“Dou ênfase ao impacto que um acidente como este gera na família e na sociedade”, comentou em conversa que tivemos por telefone quando discutíamos a estreia do quadro. Cid, além de se apresentar ao público e relatar as mudanças que a tetraplegia provocam, quer desde o início chamar atenção para a necessidade de ações preventivas e lembrar que o tema não interessa apenas a portadores de deficiência: “a acessibilidade  atende a todo cidadão”. Atualmente, ele é consultor da Secretaria Estadual do Direito da Pessoa com Deficiência, em São Paulo, onde tem emplacado uma série de ações.

 

Cidade Inclusiva vai ao ar toda segunda-feira, logo após às 11 da manhã, na CBN