Goldman insiste no Morumbi, mas nada está decidido

 

Ainda não decidimos. Este foi o resumo do recado de pouco mais de cinco minutos passado aos jornalistas ao fim do encontro que discutiu a participação de São Paulo na Copa do Mundo de 2014, no Palácio dos Bandeirantes, no meio do dia. Alberto Goldman, governador, Gilberto Kassab, prefeito, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF, conversaram sobre as alternativas para que a capital seja palco da partida de abertura do Mundial.

Na reunião, Goldman insistiu na ideia de que o estádio do Morumbi, reformado, é a primeira opção para que a cidade de São Paulo seja sede do Mundial. Em entrevista ao CBN SP, antes do encontro, ele comentou que a CBF e a Fifa poderiam abrir mão de algumas exigências e permitir que o local sirva para a realização do jogo inaugural. A construção do Piritubão, que já foi opção para o prefeito Gilberto Kassab, foi descartada. Goldman reforçou, também, a ideia de que dinheiro público é apenas para obras de infraestrutura, jamais para estádios.

Ouça a entrevista de Alberto Goldman antes da reunião com o presidente da CBF. Ricardo Teixeira

Hoteleiros defendem dinheiro público em estádio

Os empresários do setor de hotéis em São Paulo foram taxativos ao defender o uso de dinheiro público na construção de estádio caso haja algum risco de a cidade perder o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. Na entrevista desta manhã, ao CBN SP, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, em São Paulo, Maurício Bernardino, explicou que a oportunidade não pode ser desperdiçada pois o retorno econômico com a presença de profissionais e turistas na cidade compensaria os gastos.

Outros destaques da pauta #CBNSP:

Com biblioteca – Após três anos de reformas, a biblioteca Mário de Andrade foi reaberta, parcialmente, na cidade de São Paulo. Acompanhe a reportagem de Juliano Dip que visitou o local.

Sem buraqueira – É possível fazer obras no subsolo da cidade sem deixar cicratizes, mas para isso é preciso investir em tecnologia. É o que defende o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva, Paulo Dequech. Ele explicou ao CBN SP que estas técnicas já são usadas pela Sabesp e Comgás, por exemplo, em São Paulo. Desta maneira, as intervenções nas ruas e avenidas podem ser feitas sem a necessidade de se abrir enormes crateras para a troca e implantação de equipamento.

Daqui a pouco, ouça a entrevista de Paulo Dequech que fala, também, sobre a má-qualidade dos reparos feitos no calçamento após a realização de obras.

Época SP na CBN – Maria Alcina e a banda de um homem só são destaques na agenda cultural de São Paulo. Ouça as dicas de Rodrigo Pereira, no CBN SP

Hotéis temem perder dinheiro sem Copa em SP

 

Os empresários do setor de hotéis em São Paulo estão preocupados com a possibilidade de a cidade ficar fora da Copa do Mundo 2014 ou perder a oportunidade de sediar o jogo de abertura do Mundial. De olho no dinheiro que o segmento poderia arrecadar, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, Maurício Bernardino, alertou que para a partida inaugural se prevê a presença de cerca de 20 mil pessoas entre jornalistas estrangeiros, delegações esportivas e dirigentes convidados da Fifa, sem contar os torcedores que se fariam presentes.

“É preciso informar os desavisados sobre o dinheiro que será deixado aqui pelo turista. Imaginem sete diárias de hotel para 500 mil pessoas, público estimado do evento”, disse Bernardino, logo após encontro da Câmara Temática da Copa 2014, realizada nesta terça-feira, na capital.

Ele criticou quem estimula o cidadão a pensar que a construção de um estádio desviaria recursos das áreas de saúde, habitação e educação: “se a população continuar a pensar apenas este lado da questão, perderá a verdadeira noção que o legado de uma Copa do Mundo ou grande evento pode trazer para uma cidade”.

Para o empresário e representante da indústria de hotéis, “é inconcebível pensar em uma Copa do Mundo no País sem considerar a cidade como uma das sedes”. Cita, por exemplo, o fato de que São Paulo tem cerca de 45 mil quartos para hospedagem, uma quantidade enorme de restaurantes, bares, casas de espetáculos e outros equipamentos para atender turistas. Acrescenta à lista, 18 roteiros “interessantes” que estariam a uma distância de até 100km da cidade.


“Só posso dizer que sem hotéis não há turismo e sem São Paulo a Copa é impossível”, conclui.

O que levar da Cidade do Cabo

Direto da Cidade do Cabo

Cidade do Cabo da Table Montain

A beleza intransferível da Cidade do Cabo seria o melhor que teríamos para levar daqui para São Paulo, pensei logo que a Fabíola Cidral perguntou-me sobre o assunto durante o CBN São Paulo, desta terça-feira. Fui injusto com certeza com esta que é a mais europeia das cidades sul-africanas, pois uma atenção maior no entorno e veremos que há muito mais do que a natureza ofereceu.

A limpeza do Cabo chama atenção, mesmo com a cidade tomada de turistas desde o início do mês. São milhares deles desfilando todos os dias, em especial no Waterfront, sem que deixem espalhados pelas calçadas suas marcas. Tive a curiosidade de perguntar a moradores daqui se a situação se devia aos cuidados para a Copa do Mundo e estes me garantiram que a vida por aqui é assim.

Desconhecem a Lei Cidade Limpa, pois é possível encontrar nas empenas dos prédios alguns anúncios publicitários. A poluição visual, porém, é imperceptível, talvez resultado do respeito que têm pela paisagem da cidade, desenhada pela Table Mountain e a baía logo em frente. Mesmo as lojas não usam luminosos extravagantes e na rua principal, Long Street, se esforçam para manter o cenário do passado, com balcões de arquitetura vitoriana que se estendem sobre as calçadas.

Cidade do Cabo

O desrespeito arquitetônico mais gritante está no pé da montanha, onde uma empresa de construção usou de uma brecha na legislação para levantar três torres absurdas que rasgam o visual da cidade. Exageraram tanto que chamaram atenção dos locais e as autoridades foram obrigadas a impedir que a construção seguisse para cima. Foi concluída, está em funcionamento, mas é uma vergonha viver ali.

Hoje pela manhã, encontrei com o jornalista Daniel Piza, do Estadão, que foi nosso colega na CBN, também. E ele me alertou para outro fator interessante que muitas vezes passa despercebido de nossos olhos: a organização nos pontos turísticos. Comparamos a subida a Table Mountain, feita por um teleférico, e a subida ao Corcovado, no Rio de Janeiro, que já havia sido motivo de queixa de um artista chileno que conheci. Aqui, chegasse aos 1.000 metros de altura e se tem um enorme parque para andar de maneira segura e rápida para as condições. As filas, apesar de grande, fluem sem cansar, ao contrário das que encontramos na capital fluminense. A estrutura oferecida ao turista também é muito boa.

Isto se repete em todos os demais pontos de visitação.

Cap Bay e Table Montain

Levaria para São Paulo, o respeito que os motoristas tem com as faixas de segurança. Em um trânsito que anda na mão inglesa, principalmente na área turística, o pedestre tem preferência para atravessar as ruas. Aliás, apesar dos problemas alegados para deslocamento, temos um tráfego bem mais ameno que o da capital paulista, pois falamos de uma cidade com 1,3 milhão de moradores que vivem em um extensa área geográfica, o que faz com que a densidade demográfica seja baixa, muito diferente de São Paulo.

Falaria, também, do respeito aos ciclistas, fator que presenciei nos primeiros dias de visita à cidade, porém ouvi queixas de brasileiros especializados no tema que estiveram por aqui. Renata Falzoni, por exemplo, disse que correram riscos ao encarar ruas e avenidas da cidade. Na dúvida, que levemos apenas o que eu vi e deixemos por aqui o que ela identificou.

A reclamar o serviço de táxi, bastante precário, apesar de termos encontrado motoristas sempre simpáticos e perdidos. Sim, eles pouco conhecem a cidade, parece que desembarcaram por aqui dias atrás para faturar com o movimento da Copa. Aliás, não só parece, pois é o que acontece com vários prestadores de serviço.

Torcedores na Cidade do Cabo

Deixemos por aqui, também, a violência que impera nesta sociedade. Mas São Paulo também é muito violento ? Índices comparados, a taxa de homicídio na capital paulista é metade da que encontramos na Cidade do Cabo. A insegurança, aliás, leva os restaurantes a manter hábito estranho para nós, às 11 horas as cozinhas fecham e não servem a mais ninguém. Quem chegou atrasado terá de se virar em algum pub da área turística.

Uma última coisa que gostaria de levar na mala é o clima que tomou conta da cidade neste Mundial, mas para tal teremos, primeiro, que garantir a participação de São Paulo na Copa2014.

Revista de turismo destaca grafite de São Paulo

Grafite de Eduardo Kobra

A revista americana diz que a metrópole brasileira é uma imensa galeria a céu aberto, destacando principalmente o bairro da Vila Madalena e seu “Beco do Batman”. Entre os “heróis da arte de rua” a que a publicação se refere estão Speto e Nunca, com seus murais, e Os Gêmeos (Otávio e Gustavo Pandolfo), que espalham pelos muros personagens “oníricos” pintados de amarelo.

São Paulo está entre as 10 melhores cidades do mundo para observar arte de rua de acordo com a revista de turismo americana Travel + Leisure, informa reportagem do Portal Terra, de onde reproduzo texto destacado acima. Muita gente ainda confunde as coisas e critica os grafiteiros como se pichadores fossem, além disso fala mal da turma porque muitas vezes não gosta do tipo de desenho realizado na cidade ou só vê arte se emoldurada na parede do museu. A verdade é que esta arte valoriza espaços públicos como o paredão de cimento que havia na avenida 23 de Maio, a caminho do Ibirapuera, que foi tomado pelo trabalho de Eduardo Kobra e equipe.

São Paulo… É bonita? É gostosa? É cheirosa?

Por Carlos Magno Gibrail

CIdade desde o Parque do Ibirapuera (Foto: Diego_3366 Flickr)

As 230 milhões de pessoas empregadas no turismo correspondem a 8,3% dos trabalhadores globais.  Isto significa que a cada 12 trabalhadores 1 trabalha em turismo.

É a terceira maior indústria do mundo, ficando atrás apenas do petróleo e armamentos. Que o diga a França ou Londres, país e cidade, líderes no ranking a tal ponto que recebem, anualmente, quantidade de turistas superior a sua população.

O Brasil segundo o WTTC Conselho Mundial de Turismo é a 14ª economia do turismo global e a 1ª nas economias que mais crescerão.

São Paulo é a cidade brasileira que mais recebe turista. Durante um ano o equivalente a sua população – 11 milhões.

Tão surpreendente quanto estes dados são o fato de tanto o Brasil quanto São Paulo ainda não tenha executado marketing moderno e agressivo. Para o país um plano de divulgação de produtos e regiões. Para a cidade, uma identidade de marca que a diferencie das demais líderes mundiais, Londres, Paris, New York, Roma, Milão etc.

Do Brasil ainda não se tem notícia de nenhum plano extraordinário para levar a sua marca a produtos pertinentes a suas origens e as regiões naturais exuberantes e únicas.

De São Paulo começam a surgir indícios de trabalho técnico e moderno, o MAPA DAS SENSAÇÕES, que poderá além de contribuir para facilitar as escolhas dos turistas das atrações da cidade, definir a identidade da marca cidade de São Paulo.

Na carona das teorias aplicadas empiricamente nas maiores marcas mundiais no ranking das emoções – Singapore Airlines, Apple, Disney – o Mapa das Sensações foi iniciado através da pesquisa realizada pela São Paulo Turismo.

Visão, tato, paladar, olfato, audição foram exemplificados pelas pessoas relativas à capital paulista.

Do cheiro da mata da Cantareira, passando pelas perfumarias da Daslu, até o olfato usufruído do rio Tietê, vieram notas aromáticas para definir a cidade.

O apalpar das estátuas do Parque da Luz até o Café Photo originaram ligações do tato como reminiscência do “pegar” na capital bandeirante.

Fasano e pastel de feira, como paladar. Interlagos e Sala São Paulo ou ronco de motores e sinfonias de orquestra explicitaram a audição. Ibirapuera, MASP, Luz, Museu do Ipiranga confirmaram o César Maia copiando Vinicius que beleza é fundamental.

De acordo com Caio Luiz de Carvalho, Presidente da SP Turismo, após as 648 pessoas pesquisadas, que indicaram 2.933 referencias aos cinco sentidos, serão trazidos 20 casais para serem monitorados eletronicamente nas emoções que terão ao visitar a cidade.
Enquanto isso, convido a todos a contribuir com a cidade de São Paulo ajudando a SP Turismo na construção do MAPA DAS SENSAÇÕES.

Cite pensando na cidade o que vem na mente sobre os sentidos:

VISÃO

TATO

PALADAR

OLFATO

AUDIÇÃO

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve no Blog do Milton Jung  às quartas-feiras. E o que pensa e diz, faz todo sentido.

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